Movimento dos Focolares

Junho 2006

Mai 31, 2006

«Deixai-vos sempre guiar pelo Espírito (…).Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei» (Gl 5,16.18)

“Fostes chamados para a liberdade”. É o anúncio que Paulo de Tarso dirige aos cristãos das várias comunidades da Galácia. Um anúncio que faz ecoar as palavras de Jesus quando disse que nos tornaria “verdadeiramente livres”.
Livres do quê? Os cristãos da Galácia tinham ficado livres das prescrições legais da lei de Moisés. Essa libertação se estendeu depois a todos os cristãos. Mais ainda, nós ficamos livres do pecado e das suas conseqüências: os nossos medos, a busca desenfreada dos nossos interesses, os condicionamentos culturais, as convenções sociais… É por isso que somos livres quando observamos as normas de conduta social e religiosa do cristianismo; para nós, não são obrigações vindas de fora.
Temos uma lei nova: “a lei de Cristo”, como a define Paulo. Ela está inscrita em nosso coração, nasce no interior da pessoa renovada pelo amor de Cristo: uma “Lei de liberdade”. Uma lei que, no seu conjunto, doa a força para ser atuada.
Somos livres porque guiados pelo Espírito de Jesus que vive em nós. Daí o convite:

«Deixai-vos sempre guiar pelo Espírito (…).Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei»

Neste período de Pentecostes nós revivemos o evento da descida do Espírito sobre Maria e os discípulos reunidos no Cenáculo. Em forma de línguas de fogo, Ele derrama nos corações o amor de Deus. É esta a “nova lei”: o amor.
O Espírito Santo é o Amor de Deus que, penetrando em nós, transforma o nosso coração, nele infunde o seu mesmo amor e ensina a agir no amor e por amor.
É o amor que nos move, que nos sugere como responder às situações e às escolhas que somos chamados a fazer. É o amor que nos ensina a discernir: isso é bom, eu faço; não é bom, não faço. É o amor que nos impulsiona a agir procurando o bem do outro.
Não somos guiados por algo externo, mas pelo princípio de vida nova que o Espírito colocou dentro de nós. Forças, coração, mente, todas as nossas capacidades podem “deixar-se sempre guiar pelo Espírito”, quando unificados pelo amor e postos à completa disposição do projeto de Deus sobre nós e sobre a sociedade.
Somos livres para amar.

«Deixai-vos sempre guiar pelo Espírito (…).Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei»

“Se, porém, sois conduzidos …”. Existe sempre um perigo de que alguma coisa impeça o Espírito de conduzir plenamente o nosso coração, a nossa mente. Podemos resistir à sua voz e aos seus apelos a ponto de “entristecê-lo”, chegando até mesmo a “apagar” a sua presença em nós. Muitas vezes preferimos seguir os nossos desejos aos dele, a nossa vontade à dele.
Como, então, nos deixar conduzir por essa voz que fala no nosso íntimo? Aonde ela nos leva? O próprio Paulo nos lembra, em alguns versículos anteriores, que toda a nova lei de liberdade se resume neste único preceito: o amor ao próximo. Em outras palavras, como Paulo sugere, ser livre significa fazer-se escravo dos outros, colocar-se a serviço uns dos outros. A voz interior (= o amor) nos impulsiona a nos interessar por aqueles que estão ao nosso lado, a escutar, a doar.
Pode parecer estranho, mas toda Palavra de vida, no final, leva a amar. Não é um exagero, é a lógica do Evangelho.
Somente se estamos no amor, somos cristãos autênticos.

«Deixai-vos sempre guiar pelo Espírito (…).Se, porém, sois conduzidos pelo Espírito, então não estais sob o jugo da Lei»

Deixemos ao Espírito a liberdade de nos conduzir pelo caminho do amor, por meio desta oração:
“Tu és a luz, a alegria, a beleza.
Tu arrebatas as almas, Tu inflamas os corações e inspiras pensamentos profundos e resolutos de santidade, com propósitos individuais inesperados.
Tu santificas. E sobretudo, ó Espírito Santo, Tu que és tão discreto, embora impetuoso e arrebatador, que sopras qual leve brisa que poucos sabem escutar e sentir, olha a grosseria de nossa indelicadeza e faz de nós devotos teus. Que não se passe um dia sem te invocarmos, sem te agradecermos, sem te adorarmos, sem te amarmos, sem vivermos como assíduos discípulos teus.
Nós te pedimos essa graça”.

Chiara Lubich

 

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