Jesus pronunciou essas palavras por ocasião da morte de Lázaro de Betânia, que depois ele ressuscitou, no quarto dia.
Lázaro tinha duas irmãs: Marta e Maria.
Quando Marta soube que Jesus estava chegando, correu ao seu encontro e lhe disse: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Jesus lhe respondeu: “Teu irmão ressuscitará”. Marta replicou: “Sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!” Jesus, então, declarou: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá”.
“Eu sou a ressurreição e a vida.”
Jesus quer revelar quem ele é para o homem. Jesus possui o bem mais precioso que podemos desejar: a Vida, aquela Vida que não morre.
Se você leu o Evangelho de João, decerto observou que Jesus também disse: “Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter a vida em si mesmo” (cf Jo 5,26). E já que Jesus possui a Vida, ele pode comunicá-la.
“Eu sou a ressurreição e a vida.”
Também Marta acredita na ressurreição final: “Sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia!”
Mas Jesus, com a sua afirmação maravilhosa, “Eu sou a ressurreição e a vida”, lhe revela que ela não precisa aguardar o futuro para ter esperança na ressurreição dos mortos. Desde já, no presente, para todos os que creem, ele é aquela Vida divina, inefável, eterna, que nunca morrerá.
Se Jesus está nos que creem, se ele está em você, você não morrerá. Essa Vida naquele que crê tem a mesma natureza de Jesus ressuscitado, e é, portanto, bem diferente da condição humana, na qual está.
E essa Vida extraordinária, que também já existe em você, se manifestará plenamente no último dia, quando você participar, com todo o seu ser, da ressurreição futura.
“Eu sou a ressurreição e a vida.”
É claro que, com essas palavras, Jesus não nega a existência da morte física. No entanto, essa morte não implicará a perda da Vida verdadeira. Para você, assim como para todos os homens, a morte continuará sendo uma experiência única, extrema e, talvez, temida. Mas não significará mais a falta de sentido de uma existência, não será mais o absurdo, o fracasso da vida, o seu fim. Para você, a morte não será mais uma morte de fato.
“Eu sou a ressurreição e a vida.”
E quando foi que nasceu em você essa Vida que não morre?
No batismo. Naquele momento você, mesmo em sua condição mortal, recebeu de Cristo a Vida imortal. Com efeito, no batismo você recebeu o Espírito Santo, que é aquele que ressuscitou Jesus.
E a condição para receber esse sacramento é a sua fé, que você declarou por meio de seus padrinhos. De fato, no episódio da ressurreição de Lázaro, falando a Marta, Jesus especificou: “Quem crê em mim, ainda que morra, viverá (…) Crês nisso?” (Jo 11,26)
“Crer”, nesse caso, é um fato muito sério, muito importante: não exige apenas aceitar as verdades anunciadas por Jesus, mas também aderir a elas com todo o ser.
Para possuir essa vida, portanto, você deve dizer o seu sim a Cristo. E isso significa aderir às suas palavras, aos seus mandamentos, significa vivê-los. Jesus confirmou isso: “Se alguém guardar minha palavra, jamais verá a morte” (Jo 8,51). E os ensinamentos de Jesus estão sintetizados no amor.
Portanto, você não pode deixar de ser feliz, em você está presente a Vida.
“Eu sou a ressurreição e a vida.”
Neste período em que nos preparamos para a celebração da Páscoa, ajudemo-nos a realizar aquela guinada – que é sempre necessário renovar – rumo à morte do nosso eu para que Cristo, o Ressuscitado, viva desde já em nós.
Chiara Lubich
Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 1999.
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