Movimento dos Focolares

Um “sonho” que se renova

Mar 6, 2018

Anniversary_logoRealizou-se, no dia 3 de março, na sala lotada do Centro Mariápolis de Castel Gandolfo (Roma) o primeiro de uma longa série de eventos dedicados no mundo inteiro a Chiara Lubich, no décimo aniversário da sua morte.

1E3A9169

Foto © CSC Audiovisivi

Iniciou com um evento caracterizado pela música, pela poesia, pelas imagens em movimento, pela coreografia, pelo canto, para evidenciar e acompanhar as palavras das testemunhas, o ano dedicado à lembrança da fundadora dos Focolares, nos dez anos da sua morte. Mais de duas mil pessoas provenientes do mundo inteiro (o revelam inclusive os trajes típicos), autoridades religiosas – na primeira fila o cardeal secretário de Estado Pietro Parolin – e personalidades do mundo da cultura, da comunicação e das instituições participaram, sábado, 3 de março, no Centro Mariápolis de Castel Gandolfo, próximo a Roma, daquela que por muitos foi definida não uma comemoração, mas uma festa da vida. A que brotou do carisma da unidade de Chiara Lubich em inúmeros e bem diferentes contextos do mundo, frequentemente em territórios hostis, de guerra, de degradação, dando vida a obras de transformação social de timbre evangélico. Adriana é uma artista brasileira: «Não queria ficar fechada dentro de um atelier. Chiara me disse: escolhe Deus, que te fez artista». Do amor pelos irmãos e da disponibilidade a se envolver num projeto social na favela de Pedreira, ao sul da cidade de São Paulo, para dar um teto a 500 famílias em situação de pobreza extrema, renasce para ela a possibilidade de fazer render o próprio talento de pintora. «Vim aqui – diz Adriana – para prestar homenagem a Chiara». Roberto e Maurício, na Itália, inauguraram uma peixaria no rastro da economia de comunhão, porque «se basearmos a nossa vida no lucro, para que serve? Ninguém se lembrará de nós pelo dinheiro que tínhamos, mas pelo bem que fizemos». Maria trabalha há 15 anos numa escola na difícil periferia de Paris, da qual em geral os professores fogem assim que podem. «Aquelas crianças devem poder ter as mesmas possibilidades de quem frequenta as escolas dos melhores bairros de Paris». Letícia e o seu marido, empresários, recusaram uma importante encomenda e preferiram correr o risco de falir, a não produzir componentes para a indústria da guerra. Ainda mais. Um casal sírio oferece o próprio testemunho através de um vídeo-mensagem: «Não quisemos fugir da guerra para não fechar a nossa escola para crianças surdas. Para onde iriam?». A história de uma menina filipina é confiada à voz e à expressão intensa de uma atriz: acolhida no centro social Bukas Palad (“de mãos abertas” em língua tagalo), em Manila: «Sou grata, porque de pobre me tornei uma pessoa especial, amada. Aqui começou o meu renascimento».
PX5A4522-m

Jesús Morán. Foto © CSC Audiovisivi

São só alguns dos frutos da “socialidade intrínseca” do carisma de Chiara Lubich, como é definida pelo copresidente dos Focolares, Jesús Morán: «Chiara não foi uma reformadora, o seu sonho mira mais no alto, no fundamento antropológico e teológico de toda reforma social: a fraternidade universal». A opção preferencial pelos últimos – “resgatados do anonimato e feitos protagonistas” – caracteriza, desde os primórdios, a história dos Focolares. É Maria Voce que recorda as premissas de uma experiência que alcançou 182 países no mundo, com frutos tangíveis de fraternidade, como as 25 cidadezinhas, “esboços de mundo unido” presentes em todos os continentes. Ela conta: nos anos da Segunda Guerra Mundial, «as primeiras focolarinas não se poupavam, correndo de um lugar para outro da cidade de Trento, para oferecer a sua ajuda a todos que precisavam. Convidavam os pobres para almoçar na casa delas e, colocando a toalha mais bonita que tinham, se sentavam à mesa com eles: uma focolarina, um pobre, uma focolarina, um pobre; davam de comer, mas como irmãos, não como benfeitores. O Evangelho, que juntas liam à luz de vela nos abrigos antiaéreos, redescoberto e vivido com a intensidade da irrupção desta luz, se revelava fonte da mais profunda transformação social».
1E3A9262

Foto © CSC Audiovisivi

Na grande parede da sala, transformada em tela cinematográfica, escorrem, como parte integrante da narrativa, as imagens em movimento de uma longa história, que partiu de um sonho: “a grande atração do tempo moderno: atingir a mais alta contemplação e manter-se misturado com todos, lado a lado com os homens”. Em todos os países do mundo, onde Chiara Lubich será lembrada, este sonho hoje se renova. Chiara Favotti

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Tempo da Criação

Tempo da Criação

O Tempo da Criação chegou também este ano: é a celebração cristã anual para orar e responder juntos ao grito da Criação.

Consentimento de Cookies com Real Cookie Banner
This site is registered on wpml.org as a development site. Switch to a production site key to remove this banner.