Não colheremos louros, certamente, por aquilo que fazemos; mas em compensação temos a consciência tranquila. Eu não consigo me persuadir de que, entrando em política, entrando na órbita da coletividade, alguém deva cessar de fato de ser cristão; deva naquele terreno, separar a fé das obras; deva reduzir o apostolado a uma negação que hoje se chama anticomunismo, e no passado se chamava antiliberalismo, antiluteranismo… Está bem a negação, mas assim que for apresentada, vale – deve agir – inclusive e ainda mais a afirmação. E a afirmação essencial é esta: que, encontrando um homem, ou na igreja ou pela rua ou no parlamento, eu encontro um irmão, um filho de Deus, um redimido pelo sangue sem preço; lhe devo amor, como quer que ele esteja catalogado, vestido ou condecorado. Reduzir-se à negação é um concordar com um absurdo direito de odiar, um evadir das positivas obrigações de serviço social, um empobrecer o Evangelho; ao menos, assim me parece. Acreditar que o Cristianismo possa se acomodar a deformações, pelas quais legitime o ódio, é acreditar que o Cristianismo seja um lubrificante de paixões humanas, de avareza e de homicídio. (Igino Giordani, Carta ao pe. Primo Mazzolari, 2 de fevereiro de 1951) Servir o povo é servir Deus, servir um cidadão, um trabalhador, uma empregada doméstica, estudantes, povos, é trabalhar para Cristo. “Aquilo que fizestes ao menor dos meus irmãos, a mim o fizestes” (Mt. 25,40): Ele mesmo garantiu isso. Vista assim, a política perde certos caracteres de hostilidade, de ódio, de exclusivismo: inclusive na pluralidade das opiniões, que significa igualmente riqueza de ideias, o cristão vê um irmão até mesmo no filiado a outro partido e, embora rejeite as suas opiniões, não rejeita a sua alma, nascida do mesmo Pai Celeste e, por isso, herdeira do direito ao amor d’Ele. (Igino Giordani, Difficoltà del cristiano oggi, Città Nuova, Roma, 1976, p.129) Os católicos na política devem propugnar a criação de uma sociedade inspirada no Evangelho. Mas isto empenha a uma pobreza interior, a um desprezo da riqueza e da ostentação, a uma moralidade que, em política, é aquilo que o oxigênio é na respiração, a um exercício do poder como de um serviço, a um rompimento das castas e dos privilégios; empenha a uma revolução… (Igino Giordani, «La via», junho de 1950, p.1) Organizado pelo Centro Igino Giordani
Colocar em prática o amor
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