Insistir sobre o diálogo não é ceder ao relativismo de fato, pelo qual são suficientes as boas maneiras sem considerar os valores fundamentais do agir político? «O MPPU não é um partido político, mas um espaço de diálogo, no Parlamento e nas cidades, entre todos as tendências. Propõe uma reflexão sobre a alma da representação, para sair da crise por meio de formas de democracia participativa e deliberativa. O instrumento é o “pacto eleitos-eleitores”. Não se trata de boas maneiras. Um método experimentado, o da fraternidade, que torna-nos livres e iguais nas nossas diversidades. É possível redescobrir a alma da política, para além do pragmatismo sem ideais, para servir o bem comum com “o amor dos amores”, como nos ensinou a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich. Queremos dar início a um ciclo de diálogos sobre temáticas elevadas e concretas, mediante argumentações e não certamente com as tendências atuais, já insuportáveis, ao insulto e ao embate frontal». Atualmente, e não somente na Itália, aonde a democracia se arrisca a perder a alma? «A democracia representativa está em crise por causa do predomínio da finança globalizada sobre a economia real e sobre a própria política. Partidos frágeis são facilmente condicionáveis pelo lobby. O fim das ideologias coincide muitas vezes com a pobreza dos ideais. É necessária uma robusta injeção de participação popular, em grau de comprometer os cidadãos e os partidos sobre os temas do trabalho, da justiça social, da paz e do desarmamento, da luta ao jogo de azar, do contraste às máfias e à corrupção, da valorização dos bens comuns e dos grandes recursos culturais e ambientais do país. O pacto eleitos-eleitores, que nós experimentamos com vários parlamentares e prefeitos, pode aproximar os cidadãos às instituições e dar uma alma à democracia representativa, enriquecida com a participativa e deliberativa. O MPPU está atento à realidade, não desertando de temas até conflituosos. Quais são as urgências que vocês desejam enfrentar hoje? «O Movimento político pela Unidade é um espaço fraterno de encontro entre pessoas, antes de tudo, comprometidas em quase todos os partidos. E isso não é um problema, mas uma riqueza única. Na legislatura passada demos prioridade aos direitos sociais e civis. Agora consideramos urgente enfrentar o tema do trabalho para os jovens, da luta à pobreza, à economia desarmada com a reconversão à civil (de fábricas que produzem armas) num país, a Itália, que na sua Constituição “repudia a guerra”; a integração, a acolhida aos imigrantes regulares e seus filhos, sem esquecer a importância da segurança e da legalidade». Há propostas concretas que vocês pensam em lançar? «O MPPU deve facilitar, ao lado do trabalho na plenária e nas comissões, as propostas concretas dos laboratórios parlamentares de encontro de culturas políticas diferentes, com estudiosos e representantes da sociedade civil competentes. Podemos animar um ciclo de diálogos na legislatura num plano ideal e concreto ao mesmo tempo». Fonte: MPPU online
Colocar em prática o amor
Colocar em prática o amor
0 Comments