Foto © CSC Audiovisivi
«Quero vos agradecer por este encontro extraordinário. Pude visitar o vosso Centro, a Mariápolis, que abraça todos os Focolares do mundo; pude falar com
Chiara e com as suas colaboradoras e com os seus colaboradores, e ver rapidamente como vive e se desenvolve o Movimento, como realiza a sua missão, o seu apostolado em todos os continentes. Depois dessa conversa, pude participar da segunda parte do encontro, durante a qual foram apresentados três testemunhos muito comoventes, que nos levaram ao centro, diria, ao coração daquilo que é o Movimento dos Focolares. Houve depois um testemunho artístico, em que se viu como aquele amor, que pulsa dentro do vosso Movimento, sabe animar todos os valores humanos, os valores da beleza, os valores da arte que perenemente são destinados a exprimir tudo o que existe de mais profundo no homem, de mais espiritual, que é humano e também divino, porque o homem é feito à semelhança de Deus. Durante as diversas fases do nosso encontro fiz muitas reflexões. Vou procurar agora resumir tudo numa constatação e num desejo. A constatação diz respeito ao núcleo central do vosso Movimento: o amor. Certamente, o amor é o início de muitas instituições e estruturas de todo o apostolado, de todas as famílias religiosas. O amor é rico. Traz em si várias potencialidades e difunde nos corações humanos os diversos carismas. Com este encontro pude aproximar-me um pouco mais daquilo que constitui
o carisma próprio do vosso Movimento ou, melhor dizendo, pude compreender melhor como o amor – que é dom do Espírito Santo, difundido por Ele nos nossos corações, a sua maior virtude – constitui o caminho mais excelente, a principal motivação do vosso Movimento. É bom que encontrastes tal caminho, esta vocação ao amor. Ouvindo os testemunhos, me convenci ainda mais daquilo que há muitos anos e cada dia me dou conta: no mundo de hoje, na vida das nações, da sociedade, dos diversos ambientes, das pessoas, o ódio, a luta são muito fortes. São programáticos. Então, é necessário o amor. Pode-se dizer que o amor não tem programa, mas é capaz de criar programas belíssimos e riquíssimos como o vosso. É necessária a presença do amor no mundo para enfrentar o grande perigo que conspira contra a humanidade, que ameaça o homem: o de se encontrar sem amor, com o ódio, com a luta, com diferentes guerras, com diferentes opressões, com diferentes torturas, como acabamos de ouvir. O amor é mais forte do que tudo, e esta é a vossa fé, a centelha inspiradora de tudo aquilo que se faz com o nome Focolares, de tudo aquilo que sois, de tudo aquilo que fazeis no mundo. O amor é mais forte. É uma revolução. Neste mundo tão atribulado por causa das revoluções, cujo princípio é constituído pelo ódio e pela luta, é necessária a revolução do amor; é preciso que tal revolução se demonstre mais forte. Este é também o radicalismo do amor. Na história da Igreja houve muitos radicalismos do amor, quase todos contidos no supremo radicalismo de Cristo Jesus. Houve o radicalismo de São Francisco, de Santo Inácio de Loyola, de Charles de Foucauld e de muitos outros até os nossos dias. Existe também o vosso radicalismo de amor, de Chiara, dos focolarinos: um radicalismo que descobre a profundidade do amor e a sua simplicidade, todas as exigências do amor nas diversas situações, e procura fazer com que este amor sempre vença em todas as circunstâncias, em todas as dificuldades. E onde o homem – humanamente falando – poderia ser superado pelo ódio, ele não permite que este homem, este coração humano, seja vencido pelo ódio e faz com que vença o amor». […] «Desejo-vos, portanto, que continueis neste caminho. Já tendes uma direção muito clara, uma característica profundamente marcada, um carisma na riqueza do amor que tem a sua fonte no próprio Deus, no Espírito Santo. Já encontrastes o vosso campo, a vossa morada. Faço votos de que desenvolvais cada vez mais esta realidade, própria da vossa vocação, e que leveis o amor ao mundo de hoje, que tanto necessita dele, e por meio deste amor levar Deus. Este é o meu desejo».
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