Em Matera, capital europeia da cultura 2019, a presidente e o copresidente do Movimento dos Focolares lançaram um forte apelo por uma Europa aberta, inclusiva e dialogante. A “cidade dos sassi” como modelo vivo para uma convivência mais harmoniosa, mais justa e fraterna. É esse o desafio que Maria Voce e Jesús Morán lançaram nesse sábado, 22 de junho de 2019 em Matera, capital europeia da cultura 2019. No congresso “Habitar o tempo e o espaço: a cultura da unidade a serviço da cidade”, organizado pela comunidade do Movimento dos Focolares juntamente com a Associação do Elicriso di Matera, a presidente e o copresidente do Movimento dos Focolares mandaram uma forte mensagem à Europa, convidando o velho continente a redescobrir sua missão: mostrar ao mundo que as diversidades podem conviver sem sufocar as diferenças e violar as identidades. Estiveram presentes cerca de 550 pessoas, incluindo o arcebispo de Matera-Irsina, Antonio Giuseppe Caiazzo, e Giovanni Oliva, secretário geral da Fundação Matera-Basilicata 2019. Maria Voce falou sobre a “cultura da unidade”, da qual o Movimento dos Focolares em todo o mundo são porta-vozes, nos aspectos concretos da vida de uma cidade. Como pode-se viver hoje – é a pergunta da presidente do Movimento dos Focolares – “uma cultura do diálogo, do acolhimento, da fraternidade” nos âmbitos da economia e do trabalho, da interculturalidade, da ética social, da saúde e do ambiente, da arte, da formação humana ou dos modernos meios de comunicação? Em resposta a essa pergunta, a presidente apresentou alguns exemplos de cidade nas quais, também por meio do empenho do Movimento dos Focolares, os cidadãos descobriram a “vocação” de sua cidade amando “generosamente os próprios vizinhos, a própria comunidade” ; sendo “cidadãos ativos e corresponsáveis”, realizando “juntos a arte da participação”. Foi assim em Sulcis Iglesiente, na Sardenha, onde o Movimento dos Focolares juntamente com outros movimentos pacifistas construíram um comitê que trabalha para a reconversão de uma empresa que produz armas. Foi assim na Polônia, onde a administradora pública no Conselho da Silésia Superior falou de uma Polônia nada fechada ou soberana e de algumas cidades onde a colaboração entre as comunidades religiosas e as organizações não-governamentais ajuda a integração de imigrantes ucranianos. Mas para reconstruir as cidades do século 21, não basta aumentar só a participação dos cidadãos, concluiu a presidente do Movimento dos Focolares. É preciso também uma contribuição específica dos políticos que são chamados a praticar “o amor dos amores”, expressão que Chiara Lubich usava para definir o empenho político. Eles em primeira pessoa são chamados a dar vida a espaços em que as iniciativas e a paixão dos indivíduos e dos grupos possam se realizar e se juntar, justamente como as cores que formam um arco-íris. Entrevistado pelo jornalista da RAI Gianni Bianco, Jesús Morán aprofundou as razões para empenhar-se por uma convivência fraterna nas nossas cidades, em particular as europeias. O copresidente do Movimento dos Focolares disse ter convicção de que a Europa é chamada a ser “modelo para todos os projetos de unificação do mundo”. Para realizar tal vocação, afirmou Morán, é preciso voltar às próprias raízes cristãs, a um cristianismo cuja grande profecia é “a fraternidade universal” que impulsiona a “processos que, embora tenham uma raíz e identidades claras, são inclusive de diálogo, e portanto se mostram abertos a ser compartilhados por pessoas mais diversas quanto ao status, religião ou ideologia”. Os votos da presidente e do copresidente do Movimento dos Focolares em Matera definiram um grande horizonte: “ser capital de uma cultura da unidade”, “uma nova cidade” que possa estar à altura de “recompor em unidade o desígnio da nossa Europa e da família humana”.
Joachim Schwind
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