O Movimento dos Focolares participa da alegria de Chiara Amirante e da Comunidade Novos Horizontes, fundada por ela, pela visita inesperada do Papa Francisco na “Cittadella Cielo”, nas proximidades de Frosinone (Itália). “Se eu começasse a responder às perguntas seriam palavras, palavras, palavras… Creio que contaminaria a sacralidade daquilo que vocês disseram, porque vocês não disseram palavras, vocês contaram vidas: as vossas vidas. Histórias. Caminhos. Buscas, mas buscas feitas de carne, de espírito, da pessoa inteira”. Com estas palavras o Papa Francisco dirigiu-se espontaneamente a cinco jovens da Comunidade Novos Horizontes que lhe ofereceram seus testemunhos fortes de sofrimento e de renascimento durante a visita privada que o pontífice fez à sede da Comunidade, na província de Frosinone (Itália) em 24 de setembro. “As história de vocês são histórias de olhares – continuou o Papa – e a um certo momento, vocês sentiram um olhar – um – que não era como os outros, era somente aquele: um olhar que te fixou com amor. Eu também conheço aquele olhar. Um olhar que te tomou pela mão e deixou-te caminhar, não te tirou a liberdade”. Recebido com alegria e emoção, Papa Francisco chegou às 9h30min da manhã na “Cittadella Cielo”, sede central desta Comunidade que, graças a percursos de cura e conhecimento pessoal baseados no Evangelho, permite a muitos jovens que saiam do túnel infernal do sofrimento e das dependências, tornando-se testemunhas de esperança para outros jovens em situações de grave sofrimento. No seu discurso, o Papa referiu-se precisamente à “fecundidade do testemunho”: “O testemunho de vocês também é um semear, um semear não uma ideia, o fato que Deus é amor, que Deus nos quer bem, que Deus está nos procurando em cada momento, que Deus está perto de nós, que Deus nos toma pela mão para salvar-nos (…) Nós somos homens e mulheres do Magnificat, isto é, do canto de Nossa Senhora, de ir e contar que Deus olhou para mim, acareciou-me, falou-me, venceu. E está comigo. Tomou-me pela mão e tirou-me do inferno”. Depois o Papa saudou, também pessoalmente, os membros da Comunidade e os responsáveis dos Centros na Itália e no exterior que estavam reunidos para a Assembleia Central anual. Celebrou a missa, almoçou e plantou uma oliveira no jardim desta que é uma das cinco cidadelas da Comunidade fundada por Chiara Amirante. Desde menina Chiara conheceu a espiritualidade dos Focolares e também encontrou pessoalmente a fundadora Chiara Lubich. Mais tarde, na juventude, na escuta do grito dos jovens que viviam pela rua e do pedido de ajuda deles para fugirem do inferno no qual se encontravam, nasceu nela a ideia de iniciar uma comunidade de acolhimento. Esta visita do Papa Francisco aconteceu após um telefonema do pontífice e de uma mensagem-vídeo em junho passado para celebrar este ano especial no qual a Comunidade celebra 25 anos de vida. Ao saudar Papa Francisco, Chiara recordou o início da sua aventura quando, em contato com o “povo da noite”, deixou-se conduzir pela certeza de que o encontro com “Cristo Ressuscitado poderia trazer vida onde eu via somente a morte”. Deste modo, em 1994 fundou a primeira comunidade em Trigoria (Roma) e em 1997, uma comunidade de formação e acolhimento, em Piglio, na província de Frosinone. Atualmente, existem 228 centros de acolhimento, formação e orientação com muitas iniciativas de solidariedade, projetos sociais e iniciativas de promoção humana em vários países. Em 2006, Chiara lançou a proposta de tornar-se “cavaleiros da Luz”, isto é, testemunhar a alegria de Cristo Ressuscitado a quem está desesperado, experimentar viver o Evangelho ao pé da letra para renovar o mundo com a revolução do Amor. Mais de 700 mil pessoas aderiram a este compromisso. “As novas pobrezas constituem uma verdadeira emergência que continua a fazer milhões de mortes invisíveis pela inconsciência da maioria das vítimas”, explicou ainda Chiara diante do Papa Francisco, falando de uso e abuso de alcool e drogas, anorexia, bulimia, depressão, vício do jogo, internet-addiction, bulling, abusos, vício em sexo… “Sentimos mais forte do que nunca – concluiu – a urgência de fazer todo o possível para responder ao grito desconhecido de muitos”.
Anna Lisa Innocenti
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