Movimento dos Focolares

A fraternidade universal no diálogo com pessoas de convicções não religiosas – 1º CAPÍTULO

Jun 4, 2020

Construir um mundo unido sem distinção de raça, religião, condições econômicas e sociais.

Construir um mundo unido sem distinção de raça, religião, condições econômicas e sociais. “Nós temos como Movimento, como nova Obra que surgiu na Igreja, uma vocação universal, pois o nosso lema é: ‘Que todos sejam um’. Nós não podemos prescindir de vocês, porque estão incluídos nos ‘todos’, caso contrário cortaríamos fora meio mundo ou pelo menos um terço de mundo, e o excluiríamos, enquanto que nós dizemos “que todos sejam um”. Assim, em maio de 1995, a fundadora dos Focolares, Chiara Lubich, explicava as razões que impeliram o Movimento a buscar e desenvolver um diálogo com as pessoas que não se reconhecem em um credo religioso. Falamos disto com Luciana Scalacci, 73 anos, de Abbadia San Salvatore (Itália). Não crente, é membro da Comissão internacional e italiana do Centro do Diálogo com pessoas de convicções não religiosas dos Focolares. No Movimento, a busca de um diálogo com pessoas de convicções não religiosas tem raízes profundas. Quais são as etapas mais importantes? O “Centro do Diálogo com os não crentes” nasce em 1978 e no ano seguinte, pela primeira vez, pessoas de convicções não religiosas participaram de encontros promovidos pelos Focolares. Chiara convidou todo o Movimento a uma abertura para com os não crentes considerando que todos somos “pecadores” e, portanto, podemos fazer uma caminhada comum de libertação e construir juntos a fraternidade universal. Em 1992, o Centro promoveu o primeiro congresso internacional com o título “Construir juntos um mundo unido”. “A participação de vocês na nossa Obra é essencial para nós – disse Chiara –. Sem vocês (como sem os seus outros componentes) ela perderia a sua identidade”. Em 1994, o segundo congresso. Na sua mensagem, Chiara disse: “O nosso objetivo é o de contribuir para a unidade de todos partindo do Amor por cada pessoa individualmente. Procuraremos, portanto, ver o quanto seja grande, na Humanidade em todos os níveis, a aspiração à fraternidade universal e à unidade”. Após a morte de Chiara, em 2008, a Presidente Maria Voce confirmou várias vezes que as pessoas de convicções não religiosas são uma parte essencial do Movimento. Nos anos 1970, não era comum que um Movimento de inspiração cristã abrisse as portas aos não crentes… quais os objetivos? A unidade do gênero humano, dar concretude ao “Que todos sejam um”, porque o mundo unido se constrói com os outros e não contra os outros. Em qual base se fundamenta a possibilidade de construir um diálogo entre crentes e não crentes? Na existência de valores comuns, como a fraternidade, a solidariedade, a justiça, a ajuda aos pobres. Em comum existe também o fato de que todos temos uma consciência pessoal que nos permite refletir sobre estes valores individualmente, mas também de maneira coletiva, para se tornar patrimônio de todos.  Nesta caminhada vocês encontraram dificuldades? Dialogar a partir de posições diferentes nem sempre é fácil. Relacionar-se em conteúdos concretos e realizar algo prático é mais simples porque a práxis não faz distinção de cor, religião, ideias. As dificuldades vêm quando a partir da prática se passa aos valores, às ideologias, às superestruturas. O diálogo pode correr o risco de encalhar. Mas isto não aconteceu. Chiara pediu tanto aos crentes quanto a nós, “amigos”, que nos colocássemos na máxima abertura, não para fazer um ato de caridade, mas para se enriquecer reciprocamente e fazer juntos a caminhada em direção a um mundo melhor.

 Claudia Di Lorenzi

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