Movimento dos Focolares

Um centenário que se encerra, mas não termina

Jan 22, 2021

22 de janeiro de 2020-22 de janeiro de 2021: o ano do Centenário do nascimento de Chiara Lubich termina hoje. Foram 365 dias diferentes do previsto, em meio a uma pandemia, mas que abriu novas estradas e perspectivas.

22 de janeiro de 2020-22 de janeiro de 2021: o ano do Centenário do nascimento de Chiara Lubich termina hoje. Foram 365 dias diferentes do previsto, em meio a uma pandemia, mas que abriu novas estradas e perspectivas. “Celebrar para encontrar” foi o lema escolhido para o Centenário do nascimento de Chiara Lubich (1920-2020), fundadora dos Focolares. No início do centenário, há um ano, muitas iniciativas foram planejadas ao redor do mundo, não imaginando que a pandemia seria também um divisor de águas para a celebração, marcando um antes e um depois, mas não blocando, pelo contrário, em alguns casos fortalecendo, as possibilidades de “encontrar” Chiara. Vamos começar pelo início. Em 7 de dezembro de 2019, o Centenário abriu-se com a inauguração da Mostra “Chiara Lubich Città Mondo”, nas Galerias de Trento (Itália), sua cidade natal. Uma exposição sob o alto patrocínio do Presidente da República Italiana, promovida pela Fundação  Museu histórico do Trentino, em colaboração com o Centro Chiara Lubich. Naquele dia, a Província Autônoma de Trento concedeu a Maria Voce, presidente dos Focolares, o “Selo de São Venceslau”. No dia seguinte, uma seção destacada da exposição também foi inaugurada em Tonadico, no município de Primiero San Martino di Castrozza (Itália), dedicada em particular aos anos 1949-1959. Nas semanas seguintes, em vários países do mundo, a exposição multiplicou-se, repetindo a italiana que foi enriquecida com as peculiaridades locais. Em Nairobi (Quênia) a exposição destacou o desenvolvimento dos Focolares na África; em a Jerusalém uma seção foi dedicada à relação entre a Lubich e esta cidade e ao seu sonho que agora está se tornando realidade: um centro de espiritualidade, estudo, diálogo e formação para a unidade. Chiara Lubich nasceu em 22 de janeiro, e nesse mesmo dia, em 2020, em Roma celebrou-se o Centenário com uma noite dedicada a ela vinte anos após o dia em que a capital italiana também lhe conferiu a cidadania honorária. “Chiara, daquele 22 de janeiro de 2000, – disse o ex-prefeito Francesco Rutelli – assumiu o compromisso de dedicar-se mais e melhor por Roma, personificando o amor mútuo em todos os lugares. O que poderia ser mais bonito do que assumir estas palavras como nossas, hoje”. Alguns dias depois, o Presidente da República Sergio Mattarella, falou no Centro Mariápolis “Chiara Lubich” em Cadine (TN), em um evento do Centenário do qual participaram mais de 900 pessoas. Estavam presentes a Presidente do Movimento Maria Voce, o Co-Presidente Jesús Morán e autoridades locais. A transmissão por streaming teve mais de 20 mil visualizações. Em seu discurso, Mattarella identificou em particular a fraternidade, aplicada à ação civil e política, como a característica distintiva da espiritualidade de Chiara Lubich. Trento também foi o cenário da conferência internacional “Um Carisma a serviço da Igreja e da humanidade”, na qual participaram 7 Cardeais e 137 Bispos, amigos do Movimento dos Focolares de 50 países, que continuou na mariápolis permanente internacional dos Focolares de Loppiano (Incisa Figline em Valdarno – Itália). Em sua mensagem, o Papa Francisco acolheu calorosamente esta conferência, expressando “gratidão a Deus pelo dom do carisma da unidade através do testemunho e do ensinamento (…) de Chiara Lubich”. Nos mesmos dias, no Centro Mariápolis de Castel Gandolfo (Itália), mais de 400 religiosos, consagrados e católicos leigos – com representação ortodoxa – provenientes de 100 famílias religiosas e 33 países foram protagonistas de outro evento ligado ao Centenário: “Carismas em comunhão: a profecia de Chiara Lubich”,  uma oficina de diálogo entre diferentes carismas para fomentar a comunhão entre as famílias religiosas através da espiritualidade da unidade. Então, a pandemia começou a se espalhar pelo mundo. Também para o Centenário, as mudanças chegaram: alguns eventos foram cancelados, outros foram transferidos para a web. A exposição em Trento foi enriquecida com um itinerário virtual, aquela planejada no Brasil, graças a uma equipe intergeracional, transformou-se em um itinerário dedicado a Chiara Lubich que pode ser utilizado através dos perfis sociais de @focolaresbrasil (Facebook, Instagram e Youtube). As iniciativas através da web permitiram a mais pessoas visitarem as exposições dedicadas à Lubich do aquelas que teriam sido capazes de vê-las pessoalmente. Por outro lado, outros eventos puderam ir adiante, como a edição de dois selos postais dedicados a Chiara Lubich na República Tcheca ou o Concurso para as escolas italianas sobre o tema: “Uma cidade não basta”, promovido pelo Centro Chiara Lubich/Novo Centro de Humanidade e pela Fundação do Museu Histórico do Trentino, em colaboração com o Ministério da Educação, Universidade e Pesquisa. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 16 de fevereiro de 2021. O lockdown forçou o Centro Internacional de Focolares em Rocca di Papa (Itália) a fechar por alguns períodos em 2020. Entretanto, desde alguns meses atrás, as visitas têm sido possíveis em conformidade com as regras sanitárias atuais. Uma das visitas mais importantes foi a de Sua Santidade o Patriarca de Constantinopla Bartolomeu I, que veio para rezar no túmulo de Chiara Lubich. Houve também muitas publicações novas ligadas ao Centenário e eventos para apresentá-las e promovê-las, tanto em presença como através da web: uma nova edição – a vigésima nona – do livro “Meditações” de Chiara Lubich; dois textos da série “Obras de Chiara Lubich” publicados pela Città Nuova: “Conversas. A Coligação CH”, editado por Michel Vandeleene e “Discursos no âmbito civil e eclesial” editado por Vera Araújo; a nova biografia Chiara Lubich, a estrada da unidade, entre história e profecia escrita por Maurizio Gentilini. A edição inglesa deste último texto também foi apresentada no Consulado italiano em Mumbai, Índia, em um evento transmitido via web dedicado ao Centenário de Chiara Lubich. Estiveram presentes o Cônsul italiano em Mumbai, Stefania Constanza, Vinu Aram, diretora do Ashram de Shanti em Coimbatore e Maurizio Gentilini. Por outro lado, foi escolhida uma modalidade mista – em parte presencial em Trento e em parte “on-line” – para a reunião de estudo “Chiara Lubich em diálogo com o mundo”. Uma abordagem linguística, filológica e literária de seus escritos”. Este encontro foi organizado pelo Centro Chiara Lubich e pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Linguística, Filologia e Literatura da Escola Abbà (Centro de Estudos Interdisciplinares do Movimento dos Focolares) com especialistas de vários países. Algumas das apresentações estão disponíveis na seção “Documentos e Conferências” do site do Centro Chiara Lubich. Quase no encerramento do centenário, em 3 de janeiro de 2021, Rai Uno, a primeira rede de televisão italiana transmitiu o filme “Chiara Lubich. O Amor vence tudo”, dirigido por Giacomo Campiotti. A Lubich foi interpretada por Cristiana Capotondi. Feito pela Rai Fiction e Eliseo Multimedia, foi visto por 5 milhões de 641 mil espectadores. Muitos outros puderam vê-lo também em outros países do mundo graças à RaiPlay e à Rai Itália. Hoje, 22 de janeiro de 2021, o Centenário chega ao fim e perguntamo-nos: será que isso realmente acaba? A presidente dos Focolares, Maria Voce, falou recentemente sobre o assunto, explicando que “o encontro vivo com Chiara não pode ser limitado nem mesmo a 100 anos, nem mesmo a um ano centenário”. Não acabou, continuará enquanto houver alguém da família de Chiara na Terra que continuará a fazer encontros para testemunhar que Chiara continua está viva, que o carisma de Chiara ainda tem algo a dizer ao mundo”.

Anna Lisa Innocenti

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