Estabelecer relacionamentos que conduzem à paz é algo revolucionário. A paz é um aspecto característico dos relacionamentos tipicamente cristãos e que eles procuram estabelecer com as pessoas com as quais convivem ou que encontram ocasionalmente. São relacionamentos de amor sincero, sem falsidades nem enganos, sem qualquer forma de violência implícita ou de rivalidade, ou de concorrência, ou de egocentrismo. Comprometer-se e estabelecer tais relações no mundo é algo revolucionário. As relações que normalmente existem na sociedade são de outro teor e, infelizmente, permanecem imutáveis. Jesus sabia que a convivência humana era assim e por isso pediu a seus discípulos que dessem sempre o primeiro passo sem esperar pela iniciativa e resposta do outro, sem pretender a reciprocidade: “Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos…”. “Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isso também os pagãos”?[1] “… serão chamados filhos de Deus”. Receber um nome significa se tornar o que este nome exprime. O apóstolo Paulo chamava Deus de “o Deus da paz”. E quando saudava os cristãos dizia: “… o Deus da paz estará convosco”[2]. Os construtores da paz manifestam seu parentesco com Deus, agem como filhos de Deus, dão testemunho de Deus que – como diz o Concílio – imprimiu na sociedade humana a ordem, cujo fruto é a paz.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, in Parole di Vita, a cura di Fabio Ciardi, Opere di Chiara Lubich, Città Nuova, 2017, pag. 197) [1] Mt 5, 44. 47 [2] Fl 4, 9
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