Movimento dos Focolares

República Dominicana: Quando o coração fala

Fev 11, 2022

Deixar que Deus conduza os nossos passos e descobrir que o seu amor, inclusive no silêncio, não se esquece das nossas dificuldades. Ángel Canó, focolarino casado da República Dominicana, conta sua experiência.

Deixar que Deus conduza os nossos passos e descobrir que o seu amor, inclusive no silêncio, não se esquece das nossas dificuldades. Ángel Canó, focolarino casado da República Dominicana, conta sua experiência. Em 2001, exames médicos de rotina haviam encontrado um pequeno problema na válvula mitral do meu coração, mas, inesperadamente, no fim de 2020, a situação se agravou e o cardiologista confirmou a presença de uma verdadeira “bomba-relógio” no meu peito. Com a minha esposa Margarita, que também é focolarina casada, acolhemos o diagnóstico com uma grande paz, colocando-nos nas mãos de Deus. Decidimos discutir o assunto imediatamente com o nosso filho Angel Leonel e a nossa filha Zoila, que é médica nos Estados Unidos. Ela falou com o cardiologista e consultou um colega do centro em que trabalha, o qual confirmou a necessidade de uma cirurgia. Passei a noite anterior ao procedimento com Margarita. Estava em paz, me preparando fisica, mental e espiritualmente ao que me esperava. Estávamos confiantes e, no dia seguinte, ao chegar à porta da sala operatória, redeclaramos nosso amor um pelo outro e nos despedimos, certos de que nos veríamos novamente logo mais. Ao acordar, senti que voltei à vida, mesmo tendo arritmia, meu coração corria como um cavalo veloz e era difícil articular as palavras. Os médicos se apressaram para analisar tudo enquanto eu enfrentava as dores do pós-cirúrgico. Depois, deixaram Margarita entrar: suas palavras de encorajamento e fé me deram muita paz. Seguiram-se 10 dias muito difíceis de terapia intensiva, entre a dor, a impotência de me sentir imóvel, a solidão, insônia, o medo de morrer. Longas noites nas quais diante do meu grito, Deus parecia ter ficado em silêncio. Pensei que não superaria tudo isso. Uma manhã, cheio de sedativos e analgésicos, ouvi uma voz que me dizia repetidamente “irmão”. Quando abri os olhos, vi o rosto de um sacerdote de quem gostamos muito. Foi um momento que me devolveu a confiança: os Céus sempre estiveram comigo e essa sensação me acompanhou naqueles dias. Ao sair da terapia intensiva, um dia, Margarita, apoiando a cabeça com delicadeza no meu peito machucado, disse: “Que alegria poder abraçar você de novo”. São palavras que destacam não só a felicidade, mas o sentido da vida. Foi como redescobrir o amor que ela sentia por mim. Eu estava vivo, não só graças à habilidade médica, mas à Vontade de um Deus que manifestava seu amor me presenteando com uma nova oportunidade de vida. Hoje, vejo tudo como um grande dom e sinto fortemente o empenho de descobrir o que Deus quer de mim agora, como posso retribuir. Todas as noites, nas minhas orações, agradeço os Céus e quando chega o novo dia, não há palavras para exprimir a minha gratidão pela oportunidade de rever a luz do sol, de olhar com olhos novos o rosto da minha esposa e dos meus filhos.

Ángel Canó

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