Movimento dos Focolares

Chiara Lubich: a essência do amor cristão

Abr 11, 2022

No cerne da Semana Santa que estamos começando, na Quinta-feira Santa, vamos reviver o lava-pés feito por Jesus aos discípulos; realizando este ato de amor Ele se coloca no último lugar. Chiara Lubich, no texto abaixo, nos introduz na essência do amor cristão, que deve ser traduzido em comportamentos concretos, capazes de gerar reciprocidade e paz.

No cerne da Semana Santa que estamos começando, na Quinta-feira Santa, vamos reviver o lava-pés feito por Jesus aos discípulos; realizando este ato de amor Ele se coloca no último lugar. Chiara Lubich, no texto abaixo, nos introduz na essência do amor cristão, que deve ser traduzido em comportamentos concretos, capazes de gerar reciprocidade e paz. A unidade, doada por Cristo, deve ser sempre reavivada e traduzida em comportamentos sociais concretos, inteiramente inspirados pelo amor mútuo. Daí a razão por que Paulo dá estas orientações sobre como devemos nos relacionar: Benevolência – querer o bem do outro. É “fazer-nos um” com ele, aproximar-nos dele estando completamente vazios de nós mesmos, dos nossos interesses, das nossas ideias, dos muitos preconceitos que ofuscam o nosso olhar, para tomar sobre nós os seus pesos, suas necessidades, seus sofrimentos, para compartilhar as suas alegrias. É entrar no coração daqueles que encontramos para entender a sua mentalidade, sua cultura, suas tradições e, de certo modo, fazê-las nossas; para entender realmente aquilo de que estão precisando e saber colher os valores que Deus derramou no coração de cada pessoa. Numa palavra: viver por quem está ao nosso lado. Misericórdia – Acolher o outro tal como ele é; não como gostaríamos que fosse: com um caráter diferente, com as mesmas ideias políticas nossas, com as nossas convicções religiosas e sem os tais defeitos ou modos de fazer que tanto nos incomodam. Não. É preciso dilatar o coração e torná-lo capaz de acolher a todos na sua diversidade, com os seus limites e misérias. Perdão – Ver o outro sempre novo. Mesmo nas convivências mais agradáveis e serenas, na família, na escola, no trabalho, nunca faltam os momentos de atrito, as divergências, os desencontros. Às vezes se chega a não falar mais um com o outro, ou a evitar-se, isso quando não se estabelece no coração um verdadeiro ódio contra os que têm um ponto de vista diferente. A conquista mais forte e exigente é procurar ver cada dia o irmão e a irmã como se fossem novos, novíssimos, esquecendo-se completamente das ofensas recebidas e cobrindo tudo com o amor, com uma anistia total do nosso coração, imitando desta forma Deus, que perdoa e esquece. Alcançamos a paz verdadeira e a unidade quando vivemos a benevolência, a misericórdia e o perdão não apenas como pessoas isoladamente, mas em conjunto, na reciprocidade. E como em uma lareira acesa é necessário de vez em quando sacudir as brasas para que as cinzas não a sufoquem, da mesma forma é necessário, de vez em quando, reavivar conscientemente o amor mútuo, reacender as relações com todos, para que não sejam cobertas pelas cinzas da indiferença, da apatia e do egoísmo. Essas atitudes precisam ser traduzidas em fatos, em ações concretas. O próprio Jesus demonstrou o que é o amor quando curou os doentes, quando saciou a fome das multidões, quando ressuscitou os mortos, quando lavou os pés dos discípulos. Fatos, fatos: isso é amar. Podemos preencher também o nosso dia com serviços concretos, humildes e inteligentes, expressões do nosso amor. Veremos crescer ao nosso redor a fraternidade e a paz.

Chiara Lubich

(Chiara Lubich, in Parole di Vita, Città Nuova, 2017, pag. 786/8)

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