Ler os corações e comportamentos das crianças, adolescentes e jovens de hoje e acompanhá-los no seu percurso de formação e crescimento. É isto que está na base do podcast “EDU PELA UNIDADE”, que será lançado no dia 27 de novembro de 2023 no canal Spotify do Movimento dos Focolares. Quão importante é hoje entender a melhor maneira de nos aproximarmos? E se fossem crianças, adolescentes e jovens, como podemos nós, adultos, pais, professores, educadores, estar mais presentes e atentos? De que modo podemos apoiá-los e acompanhá-los da melhor forma possível no seu percurso de formação e crescimento? Estas são as questões que encontrarão espaço nas próximas semanas, a partir de 27 de novembro de 2023, em “EDU FOR UNITY”, o podcast que surgiu de uma ideia da equipe do “EduxEdu, Educar-se para educar”, o programa internacional de formação para educadores promovido pelo Movimento dos Focolares, em parceria com o Instituto Universitário Sophia de Loppiano (Itália) e com a Universidade Libera Maria Santissima Assunta (Lumsa) de Roma (Itália). Uns dias depois da publicação das Diretrizes para a Formação sobre a Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis, elaboradas pelo Movimento dos Focolares, e fase aos muitos desafios que o mundo nos coloca, Edu For Unity se propõe, como numa viagem, a indicar o destino por meio de uma nova cultura educativa da infância e da adolescência, na qual a direção da bússola muda: as crianças e os jovens de hoje não são objeto de educação, mas sujeitos ativos imersos na sociedade com suas especificidades, suas fragilidades, suas forças e seus talentos. Cada etapa indicará o caminho a seguir, com a ajuda de uma equipe internacional de especialistas em sociologia, psicologia, pedagogia e teologia. Para saber mais, entrevistamos Roberta Formisano, uma das autoras do projeto. Como surgiu a ideia deste podcast e a quem se destina? Este podcast nasceu da vontade de ter um olhar um pouco mais atento às crianças, aos adolescentes e aos jovens que, sobretudo nos últimos anos, foram obrigados ao isolamento e ao fechamento devido à Covid. Isto tem aumentado medos e inseguranças em muitos deles e muitos desses medos podem ser lidos justamente na dificuldade que se tem em se relacionar com eles. Portanto, essa situação fez surgir novas questões sobre como entrar em contato com eles, como educá-los, onde encontrar novas estratégias para se aproximar deles, mas também para acompanhá-los no seu caminho. Assim, o podcast nasceu de uma ideia da equipe EduxEdu e dirige-se a pais, professores, educadores, dirigentes de grupos paroquiais ou movimentos eclesiais, enfim, todas aquelas figuras que acompanham crianças, adolescentes e jovens na vida, em seu percurso de formação, seja ele espiritual, cultural ou mesmo esportivo, de qualquer natureza. Quais temas vocês decidiram abordar nesse percurso e como eles serão estruturados? O podcast tem o objetivo de construir pílulas relativamente curtas sobre o tema da fragilidade de crianças, adolescentes e jovens. O percurso temático escolhido partiu da escuta, que é o tema desta primeira temporada, e depois avança no aprofundamento da amizade, do conflito, das emoções, dos limites e da coerência, ou seja, as seis palavras-chave em que, segundo a equipe de especialistas envolvidos, é possível declinar a “fragilidade” e que serão os temas das seis temporadas deste podcast. Cada episódio inicia-se com um diálogo entre uma apresentadora, que na primeira temporada será a jornalista argentina Anita Martinez, com um especialista capaz de nos orientar no tema. Para cada episódio procuramos incluir experiências para que as diversas questões que surgem no dia a dia não sejam respondidas apenas na parte teórica que um especialista pode fornecer, mas tenham resposta no quotidiano. Cada temporada se encerra com um pensamento de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, sobre o tema abordado. O título do podcast destaca a palavra “unidade”. Que significado ela traz nesse caso? O título EDU FOR UNITY (EDU PELA UNIDADE, n.d.t.) pode ser explicado referindo-se à comunidade educativa, ou seja, à consciência de que, além das competências indispensáveis para poder interceptar as fragilidades das crianças e adolescentes, ouvi-las e torná-las nossas, somente juntos, unidos, como uma comunidade que se coloca em “escuta”, podemos esperar ser eficazes. Quais foram os maiores desafios para dar vida a este projeto? Um dos maiores desafios foi pensar sempre a quem nos dirigimos e que o objetivo subjacente era “cuidar” de crianças, adolescentes e jovens. Outro desafio foi tentar conjugar vários aspectos, o que distingue as diversas pessoas que colaboraram, cada uma com a sua formação profissional, cultural e acadêmica. Envolver-se sem se acomodar na posição de quem “ensina”, mas com muita simplicidade, procurando ser conciso e utilizando uma linguagem simples para poder se dirigir a todos. Os especialistas trabalharam juntos durante muito tempo para construir estes quatro primeiros episódios, foi também um trabalho entre as várias escolas de pensamento e estudo, sociológico, pedagógico, psicológico sobre o tema. Foi também um grande desafio em nível técnico e de gravação, porque envolvemos pessoas de vários países do mundo. E, neste momento, o podcast está gravado e traduzido para italiano e espanhol. Além disso, foi um importante trabalho intergeracional que envolveu diversas vozes, mesmo as dos mais jovens. O que vocês esperam que este podcast produza naqueles que o ouvirão? Esperamos que ouvir este podcast seja um momento proveitoso para todos, não só em vista de ajudar e acompanhar os mais jovens, mas para refletir e trabalhar sobre si próprios. Que todos possam realmente encontrar sugestões para implementar no seu dia a dia. Gostaríamos que, ouvindo, todos se perguntassem: “Isto não é apenas uma lição. Mas eu realmente faço isso todos os dias? E como posso implementá-lo?”. Esperamos também que possa realmente ser útil na criação de uma visão de uma sociedade melhor, não apenas centrada em si mesma, fechada, desconfiada; mas que ajuda os adultos a acolherem a voz das crianças, dos adolescentes e dos jovens e a acompanhá-los no seu percurso de formação e crescimento.
Maria Grazia Berretta
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