Concretizar as Encíclicas sobre o cuidado com a casa comum, do Papa Francisco, Laudato sì e Laudato Deum, com gestos concretos. Em Formia, na Itália, a ideia de desenvolver formas renováveis de energia incentivando uma maior eficiência energética. “Em alguns lugares estão sendo implementadas cooperativas para a exploração de energias renováveis que permitam a autossuficiência local e até a venda do excesso de produção. Este simples exemplo indica que, enquanto a ordem mundial mostra-se impotente em assumir responsabilidades, o empenho local pode fazer a diferença”. Estas são palavras do Papa Francisco na encíclica Laudato sì, sobre o cuidado com a casa comum, publicada em 2015. Após a publicação dessa carta e com a inspiração vinda da exortação apostólica Laudate Deum, do dia 14 de outubro passado, muitas comunidades, em todo o mundo, sentiram-se impulsionadas a fazer algo de concreto para o cuidado com o ambiente, modificar os próprios estilos de vida e, desse modo, agir contra as mudanças climáticas. Em Formia, na Itália, sentindo essa responsabilidade, a comunidade do Movimento dos Focolares pensou em intervir de forma eficaz no cuidado com as pessoas e com o ambiente. No início de 2023, depois de um breve percurso de organização, nasceu a Comunidade Energética Renovável, ligada a uma paróquia localizada no município. Uma agregação de diversas pessoas com o objetivo de produzir, consumar, vender e compartilhar energia elétrica. E tudo começou com o desejo de concretizar o que o Papa Francisco propôs na Laudato sì. Sempre o Papa, referindo-se às comunidades locais, afirma que justamente nelas “pode se desenvolver uma maior responsabilidade, um forte senso comunitário, uma capacidade especial de cuidado e uma criatividade mais generosa, um amor profundo pela própria terra e a reflexão sobre o que se deixa aos próprios filhos e netos”. Daqui, portanto, a ideia de desenvolver formas renováveis e pouco poluentes de energia, incentivando uma maior eficiência energética. E não só. Se, por um lado, há o desejo de dar mais atenção em resolver a crise ambiental, pelo outro procura-se intervir inclusive nas dificuldades que algum cidadão pode ter em pagar as suas contas da energia. No entanto, a comunidade energética envolve uma variedade de atores: da paróquia às famílias, das instituições de ensino às atividades comerciais. Conectar atores diferentes pode criar incompreensões e até divisões. Por isso, desde o início, procurou-se envolver e explicar os objetivos do projeto a todos, para que estivessem conscientes do percurso que deveriam enfrentar. Foram realizados vários encontros a fim de compreender as motivações, superar as dúvidas e dificuldades. A comunidade local participou de um concurso público para receber recursos financeiros. Os subsídios eram destinados justamente para Comunidades Energéticas Renováveis. As contribuições recebidas permitiram que o projeto tivesse início.
Lorenzo Russo
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