Movimento dos Focolares

Padre Cosimino Fronzuto, uma recordação viva

Jul 5, 2014

Após vinte e cinco anos da sua morte e com o agradecimento de todos os que o conheceram, recordamos a intensa e extraordinária vida de Padre Cosimino, publicando também alguns textos que revelam a sua profundidade espiritual.

“Eu gostaria de dizer-lhes o meu conceito sobre o sacerdócio e o que significa, para mim, ser sacerdote na atualidade. Por quanto seja possível a uma criatura humana é ser, contemporaneamente, Jesus no Cenáculo e Jesus no Calvário; Jesus das multidões e Jesus do Getsêmani; Jesus dos hosanas e Jesus do grito ‘Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?’; Jesus da morte e Jesus da ressurreição. É ser sempre mais, cada dia um pouquinho mais Jesus, assim como o eterno Pai deseja e dispõe na sua amorosa vontade […]. Que se sirva de mim como quiser. Eu nada tenho; só o momento presente. E neste, poder ou não poder agir, tanto como homem quanto como sacerdote, nada conta, conta somente ser a vontade de Deus, aquela que Ele deseja, para mim.” 20140705-03Padre Cosimino dirigiu-se aos seus paroquianos nestes termos, por ocasião da festa dos vinte e cinco anos de ordenação sacerdotal, em 1988, já sob uma provação causada pela doença que o levará ao fim da sua experiência terrena, no dia 5 de julho de 1989. Escreveu ainda: “Jesus morreu aos 33 anos e eu não posso morrer aos 49 ou 50? Por quê? Jesus pôde dizer ‘Tudo está consumado’ em um momento que tudo desmoronava ao seu redor e, mesmo assim, o disse. Por que eu penso a muitos projetos, pequenos ou grandes? Para mim tudo estará ‘consumado’ (isto é, levado perfeitamente a termo) se eu permanecer, como Jesus, no desígnio do Pai.” Padre Cosimino nasceu em Gaeta (Itália) no dia 5 de setembro de 1939 e ingressou no seminário em 1950. Durante o período de formação foi exemplar tanto na caminhada espiritual, vivida com grande comprometimento, quando nos estudos. Possuía sempre um profundo desejo: entender como viver para tornar-se santo. Foi ordenado sacerdote em Gaeta, dia 14 de julho de 1963. Um ano depois da sua ordenação, participou de um encontro promovido pelo Movimento dos Focolares, em Ala di Stura, no norte da Itália. Naquela ocasião, como ele mesmo afirmava frequentemente, encontrara a resposta ao seu desejo de santidade, encontrou “O IDEAL”, ele repetiu isto desde aquela época. E, desta forma, valorizava com grande comprometimento tudo o que recebia, procurando não perder nenhuma palavra sequer e o fazia, certamente, para compreender, mas, especialmente para viver a espiritualidade da unidade. 20140705-04Em 1967 ele foi destinado à Paróquia São Paulo, em Gaeta, como pároco. Lá, com o seu típico estilo pleno de amor e de atenção a todos, especialmente aos “últimos” (jovens mães sem marido, ex-detentos, drogados, pessoas que sofreram ação de despejo, os moralmente desorientados e marginalizados), ele colocou como fundamento na sua comunidade – mirando simplesmente, mas, com determinação e decisão – somente a vivência do Evangelho, em todas as situações e nas condições mais diversas. Não faltaram as ocasiões para tomar posição também frente a situações sociais cada vez mais distantes de uma dimensão realmente humana e cristã. Ele trabalhou muito para o Movimento Sacerdotal e para o Movimento Paroquial, duas ramificações do Movimento dos Focolares. Desta forma, muitas pessoas, no mundo inteiro, puderam conhecer Padre Cosimino, como foi constatado pela grande participação que houve durante todo o período da sua doença. 20140705-06Um aspecto relevante para compreender a sua vida é a relação de unidade com os outros sacerdotes, construída na passagem de uma mentalidade individualista a uma vida de comunhão. O único objetivo era crescer na unidade, deixando à parte os discursos sobre as novas técnicas de apostolado e de catequese e sobre modernas e atraentes expressões de liturgia, como eram de moda naquela época, para dar lugar à comunhão, como se faz em uma família: bens, salário, despesas, amigos, inspirações, provações, saúde, roupas e idéias. Ele assumiu, de maneira radical e convicta, o símbolo do Movimento Sacerdotal dos Focolares: o lava-pés. Escreveu: “A consideração do lava-pés foi, para mim, fundamental. Porque Ele o fez, devo repeti-lo para os homens desta geração. Dignidade sublime! Mas Cristo, na sua dignidade divina, depõe as vestes e lava os pés dos amigos. Eu, sacerdote, repetirei Cristo desnudando-me da minha honorabilidade falsa e me aproximarei dos homens para levar a eles o lava-pés, a redenção. Lavarei os pés no confessionário, no hospital, celebrando a missa, cuidando dos pobres e dos idosos. Mas, devo despojar-me. Isto é essencial”.

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