“Networking – Igreja nos relacionamentos”: quatro dias de convivência, encontros, debates, testemunhos, oficinas dedicadas aos jovens sacerdotes e seminaristas que querem ser homens de Deus, participantes ativos dos desafios de seu povo e do próprio tempo. Padre Justin Nary tem 42 anos e vem da República Centro Africana. Começa a falar com calma, e parece que esteja se referindo a outra pessoa quando conta dos mais de 2.000 muçulmanos que abrigou para salvá-los da violência homicida que recentemente abalou o seu país, colocando em risco a sua própria vida. Pouco antes havia falado o padre Josef Pal, romeno, que contou, um depois do outro, fatos do diálogo que soube criar na sua cidade a nível ecumênico e social, com pessoas de convicções não religiosas, seja nas comunidades paroquiais seja com as instituições civis. São fatos de vida, histórias de sacerdotes “apaixonados pela humanidade”, com o desejo de contagiar os 268 participantes do “Net-working – Igreja nos relacionamentos”, encontro realizado em Loppiano de 19 a 22 de agosto passado, para sacerdotes, seminaristas e jovens orientados ao sacerdócio. “Nós nos dirigimos à nova geração sacerdotal – explica o padre Alexander Duno, do Centro sacerdotal do Movimento dos Focolares, para sacerdotes e seminaristas diocesanos, organizador do evento – e a resposta foi maciça. Os participantes eram provenientes de 38 países, na maioria europeus, com representantes da África, Ásia e Américas, e falavam 12 línguas. Havia grande expectativa por esses dias que tinha como imagem a “rede”, o desejo de compreender, participar e compartilhar vida e drama das pessoas e dos povos. Todo o encontro foi caracterizado pelo binômio diálogo-comunhão, sustentado também pelo Centro internacional de Loppiano, que recebeu os participantes e que há 50 anos tem a fraternidade como seu distintivo. Foi um “laboratório”, no qual especialistas, professores e participantes constituíam um único grupo de trabalho que, além das plenárias, participaram dos 27 workshops temáticos animados por profissionais de várias partes do mundo. Foram abordados temas como família, economia, política, pluralismo cultural e religioso, diálogo com o Islã e as grandes religiões. Falou-se de uma Igreja “que está saindo rumo às periferias existenciais” e sobre a paróquia de hoje como “redes de comunidades”. Grande atenção foi dada a questões cruciais para a vida dos sacerdotes: equilíbrio da vida, o dom e o desafio do celibato, solidão e formas de vida comum, capacidade de diálogo nos conflitos e desafios sociais. A primeira série desses laboratórios salientou os cenários do mundo de hoje descobrindo neles, para além das crises, nesgas de fraternidade já em ato e esboços de respostas cheias de esperança. Os laboratórios sobre as diferentes realidades da vida eclesial atual tiveram também grande participação. Desenhou-se a imagem de uma Igreja vivaz, que sabe dialogar, que não se retira diante das novidades do mundo contemporâneo, mas penetra nos pontos nodais da história para iluminá-la a partir da perspectiva da palavra evangélica da unidade, vivida por meio de comunidades que fazem da comunhão o próprio ponto de força. “Nestes dias – comentou padre Stefano Isolan, jovem sacerdote italiano – vivemos a beleza de ser presbitério e não indivíduos isolados, cheios de compromissos e reuniões: ser realmente nós de uma rede, importantes uns para os outros”. “Experimentei – disse um pastor evangélico da Sérvia – a alegria de ter tantos irmãos e de sentir o amor que nos liga, embora de Igrejas diferentes”. “A ideia da comunhão não fica na cabeça, mas entra na vida”, afirmou um jovem que se prepara para o seminário. E outro: “Embora sejamos diferentes, houve entre nós uma grande confidência. Os workshops nos ajudaram de verdade!”. Comum em todos era a alegria e a esperança renovada, por ter vivido, como desejou o Papa Francisco aos bispos da Ásia em sua recente viagem à Coreia do Sul, uma experiência de “diálogo autêntico”, aquele que nasce de “uma capacidade de empatia (…) fruto do nosso olhar espiritual e da experiência pessoal, que nos leva a ver os outros como irmãos e irmãs”. O encontro terminou e permanece o desafio em escala nacional, europeia e continental: nas paróquias, nas comunidades, ao lado das pessoas, nas cidades para onde os sacerdotes e seminaristas voltaram com o desejo de continuar a concretizar o lema paulino, escolhido para esse encontro: “Acolhei-vos uns aos outros como Cristo vos acolheu”. Visite o portal: networking2014.dev.focolare.org Fotogallery: Loppiano
Colocar em prática o amor
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