Movimento dos Focolares

Recordando Chiara Lubich às margens do Bósforo

Mar 27, 2015

Na Turquia, na presença do Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, a apresentação dos dois primeiros livros de Chiara Lubich traduzidos em grego, por ocasião do 7º aniversário do seu falecimento. As palavras do Patriarca.

IstanbulIstambul. O Patriarca Bartolomeu faz as honras da casa na igreja ortodoxa de Aya Strati Taksiarhi para o evento que envolve cerca de cem representantes do mundo ortodoxo e católico, por ocasião do 7º aniversário de morte da fundadora dos Focolares, Chiara Lubich. Estão presentes os metropolitas Ireneos, Apostolos e Elpidophoros; dois arquimandritas, padre Vangeli, que traduziu do grego para o turco, e o Grão Arquimandrita Vissarion. Presentes ainda o arcebispo dos Armênios católicos, Levon Zekiyan e o bispo católico Louis Pelatre, entre outros. A linguista Maria Caterina Atzori, do Centro de Estudos dos Focolares, apresenta os volumes de Chiara Lubich traduzidos em grego. Moderador, o jornalista Nikos Papachristou, de Atenas.

«No decorrer dos séculos, a divina epifania do Senhor manifestou-se de muitas maneiras, para fazer com que a humanidade compreendesse as coisas de Deus», iniciou o Patriarca, após ter aberto o encontro com uma oração por Chiara, entoando o hino do Espírito Santo. «Ele não se cansou de fazer surgir entre nós santos homens e mulheres, que com o seu exemplo, com o seu amor fundado na filantropia divina, e com a palavra inspirada pelo Espírito Santo, constantemente solicitam uma “metanoia”, uma conversão do coração para toda a humanidade sofredora».

AtenagorasChiaraLubich

Vídeo “Atenágora, Paolo VI e Chiara Lubich”

No seu discurso o patriarca delineou a figura espiritual de Chiara, como testemunha direta dos encontros entre ela e o Patriarca Atenágoras: «Como não perceber a sabedoria de Deus na obra abençoada que a nossa irmã Chiara ofereceu às nossas Igrejas, às nossas sociedades e a todos os homens de boa vontade? Aquela que o nosso amado predecessor, o Patriarca Atenágoras (…) chamava amavelmente de Tecla, a discípula de Paulo, aquela que é igual aos apóstolos».

E retomou os passos relevantes do caminho de espiritualidade aberto por ela na igreja, e não apenas: «A mansa Chiara respondeu ao chamado de Deus, fazendo-se em tudo semelhante ao seu Mestre, mas, principalmente, deixando-se tornar um vaso que oferece estradas de salvação, para levar todos a Cristo. A sua vida consumou-se na busca de vias de encontro e de diálogo com todos, marcada pelo profundo respeito por cada cultura, na qual sabia conduzir o caminho do encontro, do conhecimento e da colaboração recíproca».

«Chiara Lubich inicia o seu percurso de vida dedicada ao Senhor nos sofrimentos da guerra. Nesse sofrimento vive o Cristo crucificado e abandonado e compreende que não existe Ressurreição sem passar pela queda. O sofrimento de Cristo torna-se o seu sofrimento pessoal; mas nunca desespero».

«A sua vida é caracterizada   por uma paixão pela Sagrada Escritura, que nela torna-se Palavra edificante, viva, exaltante. Viveu até o fim o mandamento do Senhor: “(…) como eu vos amei, amai-vos uns aos outros” (Jo 13,34). Até contagiar um número incontável de pessoas, diferentes entre si, mas unidas por um ideal concreto de comunhão.

Chiara sempre foi filha fiel da sua Igreja. E nesta convicta participação, sentiu o drama da divisão, da impossibilidade de participar do mesmo Cálice.

20150327IstanbulPercebendo o grito de dor pela dilaceração, oferece-se totalmente pelo carisma da unidade, fazendo-se instrumento nas mãos de Deus para encontrar os líderes das Igrejas, como simples fieis. Mas não se detêm aí: solicita, impulsiona, convida, propõe a descoberta de novos caminhos de comunhão».

«Chiara tem um amor muito especial pela Santa e Divina Eucaristia do Senhor. Nela percebe a dádiva de amor Daquele que se ofereceu uma vez para sempre, para atrair o homem a si. Podemos afirmar que nela forma-se uma consciência eucarística da unidade». «Um outro aspecto ainda podemos vislumbrar na obra de Chiara: a unidade da Trindade, por meio da Eucaristia, passa pela família. (…) O lugar onde pode resplandecer o amor mútuo que liga naturalmente os seus membros. (…) É neste contexto que entrevê-se a unidade da família humana em todos os seus aspectos, na sociedade, na política, na economia, no respeito à obra de Deus em cada um de nós individualmente e em toda a sua maravilhosa criação. A mensagem e a obra de Chiara, portanto, mostram-se cada vez mais atuais, principalmente no contexto mundial em que estamos vivendo».

É, assim, particularmente apreciado «o presente que o Movimento dos Focolares oferece hoje, ao apresentar a obra de Chiara Lubich em língua grega. O acolhemos como uma dádiva entre irmãos, que certamente fará apreciar ao público grego, ao fiel grego-ortodoxo, esta maravilhosa mensagem de unidade e de amor».

E enfim, dirige-se a Chiara, a fim de que interceda «para que o alvorecer de um novo dia para esta humanidade ferida possa surgir logo, e que os sentimentos pelo quais consumou toda a sua vida produzam frutos abundantes, lá onde, nestes dias, não vemos nada além de trevas e martírio de sangue».

 

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