Movimento dos Focolares

Argentina: turismo sustentável em povos isolados

Abr 22, 2016

Na região Noroeste, um projeto de turismo sustentável e solidário valoriza as comunidades rurais.

20160422-01Salta. Uma das províncias mais bonitas da Argentina, com riquezas naturais e culturas milenares que resistiram à conquista dos espanhóis, praticamente mais de 500 anos atrás. Com a chegada do novo milênio se potencializou como local turístico, se tornando o centro indiscutível da região Noroeste argentina. «O Programa de Turismo Sustentável nasceu em 2010 sob impulso da Comissão episcopal para as Migrações e o Turismo», explica a coordenadora Paula González. «O Noroeste argentino se compõe essencialmente de populações descendentes de povos primitivos; atualmente algumas constituem comunidades indígenas, enquanto outras são camponesas. Isto demonstra o grande senso de pertença à terra, seja pelas atividades produtivas, seja pelas artesanais». Os importantes fluxos migratórios, vindos da Europa e Oriente Médio e da America Latina, especialmente da Bolívia, levaram a uma «convivência de culturas, com um componente indígena muito presente, que torna esta região muito singular e com grandes desafios culturais». O programa nasceu para responder à falta de trabalho: só 39% da população economicamente ativa tinha um emprego. «Propusemos trabalhar nas áreas rurais e mais isoladas, que eram as regiões mais atingidas», explica ancora a coordenadora. De fato, a geografia apresenta grandes vales, zonas rochosas e planaltos (inclusive acima dos 3000 m). «Identificamos que as maiores necessidades eram ocasionadas pelo isolamento – continua Paula González –, que impede a venda dos seus produtos e, em algumas comunidades, também o acesso à água e à energia. As pessoas que mais sofriam as consequências disso eram as mulheres e os jovens». A Argentina naquele período estava se munindo de um plano nacional de desenvolvimento turístico, do qual, porém, ficavam excluídas as comunidades rurais. Foi então que a Igreja evidenciou a necessidade de se mover para criar ofertas mais equânimes e inclusivas. O objetivo foi gerar novas destinações turísticas, baseadas nas atividades produtivo-agrícolas e artesanais, que estão na base do sustento delas. 20160422-02«No primeiro ano, identificamos 30 comunidades e 7 áreas-chave de desenvolvimento em 5 Províncias. Hoje, após quase 6 anos, estamos trabalhando in 5 áreas; são cerca de cinquenta os empresários ligados à “Rede de empresários Turismo solidário NOA” e se tivéssemos que evidenciar algo, seria a rede de organizações que se associaram para trabalhar de forma articulada – nacionais, provinciais e locais – universidade, ONG e empresas. Entre as organizações associadas, tivemos sempre uma estreita relação com Economia de Comunhão e Movimento político pela unidade, que foram aliados-chave. Nestes anos – conclui Paula – aquilo que deu força e efetividade ao desenvolvimento do projeto, foi o trabalho sobre todos os elos da corrente de valor e os relacionamentos estabelecidos entre os vários atores». Já se percorreu um bom trecho de estrada. Concretizam-se projetos locais, nascem novos líderes a quem se pode delegar as atividades e podem ser vislumbrados resultados muito satisfatórios como, por exemplo, a interação e a mútua colaboração entre diversas comunidades que saem do anonimato e se tornam geradoras da própria história. Para saber mais: Site Vídeo  

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