Movimento dos Focolares

Primeiro de maio em Loppiano: menos muros e mais sinergias

Mai 7, 2016

Mil e duzentos jovens em Loppiano (Florença, Itália) no dia 1º de maio, dentro da Semana Mundo Unido 2016. O comprometimento para deter a guerra, pelas populações do Equador, pela própria cidade e pela Itália.

20160503-01«E eu, onde estava?», cantava o Gen Verde no palco do Primeiro de Maio de Loppiano, numa canção inspirada na tragédia dos imigrantes. Uma pergunta que ressoou com força nos 1200 participantes daquele dia de festa, certamente, mas também de compromisso pela humanidade que sofre. Existe Aleppo, com a escalada de bombas e morte que a devasta nos últimos dez dias; existem as populações que sofreram o terremoto no Equador, que querem viver e retornar à normalidade; mas existe também o variado conjunto de associações e iniciativas que, na Itália, atuam na linha de frente da integração. «O objetivo desta jornada – explicam os Jovens por um Mundo Unido – é o de mostrar a corrente, o “flow” (fluxo), justamente, de iniciativas que levamos adiante em toda a Itália, marcadas pela acolhida, a legalidade, a política vivida como serviço, a tutela do ambiente, em uma palavra, a fraternidade». «Desde quando as bombas voltaram a cair, são muitos os gestos de solidariedade entre as pessoas – conta Tarek, de Aleppo, Síria -. Isso revela a qualidade do meu povo, que não se rende, mas está ferido na sua dignidade. Dizemos basta à guerra e pedimos com fé o dom da paz». «Na Jordânia temos três milhões de refugiados, a metade são sírios – explica Lubna. Quando chegam têm os olhos apagados, a esperança está morta. Procuramos compartilhar a vida de medo que eles enfrentaram, dando-lhes amor e senso de família». Wael Suleiman, diretor da Cáritas jordana, em um vídeo, dirige-lhes um sentido apelo: «Trabalhem conosco para deter a guerra, venham ao Oriente Médio e ajudem-nos a reconstruir os nossos países, para que o povo não precise mais fugir, emigrar. Nós queremos viver nas nossas terras». Nahomy e Maria são de origem equatoriana. Contam sobre a extraordinária força de seu povo: «O sofrimento de quem não tinha mais nada tornou-se de todos. Os presos, na penitenciária, começaram a construir caixões de madeira, pessoas de diferentes partidos políticos criaram equipes, os cozinheiros tornaram-se heróis, preparando uma refeição quente para todos, os pobres compartilharam o pouco que tinham». Um clima de festa e muita música foi o cenário para estas histórias de jovens que decidiram tomar parte ativamente na construção de um mundo que querem que seja diferente. «Estou cansado dos embates e contraposições na política, como na vida de todos os dias – escreve um jovem no grande mural, um muro onde, quem deseja, pode “deixar” aquela parte de si que atrapalha o “fluir” da corrente de fraternidade -, as únicas coisas que me interessam, e pelas quais quero viver, são aquelas que nos reúnem, não as que nos dividem». Cristina Guarda, 25 anos, vereadora da região do Veneto (Itália), fala das motivações que a levaram a entrar em campo: «Sempre fui convicta de que a política é a que nós construímos quando nos colocamos ao serviço do nosso próximo. Sentia que tinha chegado o momento de entrar no jogo». Uma frase de Chiara Lubich introduziu a mesa-redonda que conclui a manhã: «Se quiserem transformar uma cidade, comecem a unir-vos com quem possui o mesmo ideal. Juntos, procurem os mais pobres, os abandonados, os órfãos, os encarcerados, os marginalizados, e deem, deem sempre: uma palavra, um sorriso, o tempo, os vossos bens…». Abre-se um leque de ideias e projetos dos Jovens por um Mundo Unido na Itália: em Turim, num pequeno albergue; em Florença com um grupo de detentos no presídio Gozzini; em Siracusa com o “Campo de Verão” que prevê atividades de apoio e animação com crianças em dificuldades; em Nápoles e Caserta, onde o projeto “Oficinas de Fraternidade” envolveu centenas de adolescentes em risco das periferias. À tarde prossegue com a exposição do Projeto Mundo Unido sobre desarmamento, ambiente, Economia de Comunhão, arte, cultura, com o Instituto Universitário Sophia; Slotmob, contra os jogos de azar; diálogo intercultural e inter-religioso, etc. Na conclusão do dia a “FlowRun”: uma corrida por etapas que culminou numa explosão de festa, música e cores, para demonstrar que o entusiasmo e a alegria são imprescindíveis para quem deseja contagiar outros na aventura de um mundo “por” e não “contra”. Fonte: Serviço de Informações Focolares Loppiano Fotos no Flickr: 2016 05 01 FLOWRUN

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