«Devido ao narcotráfico – contou Willie aos 12 mil jovens reunidos em Budapeste, no Genfest 2012 – a violência tomou conta do México: o medo, o ódio e a desconfiança envolvem muitas pessoas. Famílias ameaçadas viram-se obrigadas a se esconder ou fugir para outras cidades. Desencadearam-se lutas entre grupos rivais para a posse de determinados territórios, provocando massacres de muitos jovens inocentes em bares, discotecas e em outros lugares públicos. Meu primo Maurício foi um dos jovens assassinados. Ele estava voltando da inauguração de um bar e um grupo de “narcos” disparou na multidão, matando ele e outros jovens. Foi um golpe duro para mim. Fiquei desorientado e com raiva: por quê? Dois dias depois, numa reunião de família, chegou um parente, feliz, dizendo que a justiça tinha sido feita porque haviam encontrado os corpos de 10 jovens, prováveis culpados do massacre. Experimentei um sofrimento ainda maior, porque estava convencido de que a situação não se resolveria com vingança e ódio. Podia escolher se começar a odiar ou tentar romper o círculo da violência com o perdão. Escolhi o segundo caminho: continuar a construir relacionamentos de fraternidade com quem estava ao meu lado, embora meu primo não estivesse mais perto de mim. Com o grupo dos Jovens por um Mundo Unido, que sempre me apoiou nesse momento difícil, continuamos a realizar com mais força e decisão as atividades para difundir a cultura da não violência. Temos a certeza de que juntos é possível deter o ódio e fazer voltar ao nosso país a paz, a harmonia e a hospitalidade que sempre caracterizaram o nosso povo mexicano. A nossa primeira atividade foi “a Festa da Amizade”, com o intuito de suscitar relacionamentos renovados. Com os fundos recolhidos ajudamos um jovem que ficou paralisado depois de um acidente. Outra iniciativa foi ir a um estádio de futebol para distribuir adesivos com a mensagem: “A paz nasce do amor.” Mas além de todas essas ações acreditamos principalmente nos pequenos gestos cotidianos de amor e de paz, que no silêncio geram a fraternidade universal, até em Torreón» Genfest 2012
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