Um dos primeiros focolarinos casados e iniciadores do Movimento Famílias Novas, Danilo Zanzucchi faleceu serenamente no dia 16 de Novembro de 2022 aos 102 anos de idade, em sua casa, em Grottaferrata (Roma), rodeado por sua esposa Anna Maria e os cinco filhos (Chiaretta, Michele, Mariannita, Giovanni e Francesco), e alguns dos 12 netos. Primogênito de uma respeitada família de Parma (Itália), nas suas viagens a Milão, para acompanhar as primeiras construções projetadas por ele, Danilo conhece o carisma da unidade, por intermédio de Ginetta Calliari – uma das primeiras companheiras de Chiara Lubich -. Era já um católico ardoroso, comprometido em política e presidente diocesano da FUCI – Federação Universitária Católica Italiana – e, sucessivamente, dos Homens de Ação Católica, e nessa ocasião decide comprometer-se radicalmente com Deus e embasar a própria vida no Evangelho vivido. Essa escolha foi compartilhada também com Anna Maria, que se tornaria a sua esposa. Nasce, ao redor deles, a primeira comunidade de Parma, e os dois vislumbram a inovadora vocação de focolarinos casados aberta por Igino Giordani. Após o nascimento dos primeiros quatro filhos decidem deixar a promissora carreira de engenheiro e os privilégios de uma vida confortável e transferir-se para a capital, como família-focolare, dedicando-se totalmente às finalidades do Movimento. Um dos primeiros encargos de Danilo foi terminar a construção do Centro Mariápolis, em Rocca di Papa, que em seguida seria a sede internacional do Movimento. Colaborou também com a Editora “Città Nuova”. Em contato estreito com Chiara Lubich, coopera com a formação de gerações de jovens casados, dos vários continentes, que desejam, como ele, seguir o caminho de Igino Giordani. Em 1980, juntamente com Anna Maria, é convidado a participar, como auditor, do Sínodo sobre a família; em 1981 passa a fazer parte, sempre com sua esposa, do Conselho central do Movimento, com a função de casal dirigente do Movimento Famílias Novas, a nível mundial. Ainda nos anos 80 é nomeado pelo Papa como consultor e, sucessivamente, membro do dicastério vaticano para a família. Com essas responsabilidades, e junto com Anna Maria, por várias vezes é convidado à residência do Papa Wojtyla, e como testemunha de seu serviço à família em transmissões televisivas, inclusive internacionais. Com a chegada de Bento XVI a colaboração com a Santa Sé é intensificada, ao ponto que o Papa pede a eles que escrevam o texto para a Via Sacra (2012), no Coliseu, por ele presidida. A longa vida de Danilo, pelos múltiplos talentos recebidos e que geraram abundantes frutos, é um hino de glória a Deus estendido no tempo. Todo o Movimento dos Focolares, especialmente a imensa rede de focolarinos casados e a multidão de famílias, de todas as partes do mundo, para quem foi exemplo, confidente, ponto de referência amável e seguro, é imensamente grata a ele. Um reconhecimento que vai à sua figura como homem: um gigante de retidão, de ternura, de simplicidade e de sabedoria. Obrigado Danilo, por jamais ter deixado de personificar a “criança evangélica” que sempre transparecia do teu ser, do teu falar, do humorismo fino, das tuas aquarelas, das numerosas estorinhas que muitas vezes improvisavas (até em guardanapos de papel) para a alegria de todos nós.
Anna e Alberto Friso
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