Ambiente e Direitos é um tema de grande atualidade. Estamos a poucos meses do lançamento da Laudato Si’, a encíclica do Papa Francesco sobre o ambiente, e às vésperas da COP 21, a Conferência da ONU em Paris sobre as mudanças climáticas. Como nasceu esta ideia? «É um projeto no qual estamos trabalhando há dois anos, que se concretiza num momento extremamente favorável pela atenção ao ambiente. O Congresso, intitulado «Ambiente e “direitos” entre responsabilidade e participação», nasceu da experiência partilhada com um magistrado empenhado há anos em processos dos quais emergem as trágicas consequências e os graves danos devidos ao uso irresponsável dos recursos naturais. Sabendo como a rede de Comunhão e Direitos é extensa em todo o mundo, viu a possibilidade de mostrar e partilhar as dificuldades e os problemas também dos países mais distantes e esquecidos. A partir deste confronto nasceu a ideia de fazer alguma coisa, que pudesse ser uma resposta positiva global». Do programa emerge um forte envolvimento dos jovens. Que percurso vocês seguiram para chegar a esta programação? «Trata-se do resultado de um confronto que aconteceu durante o Seminário internacional em Castel Gandolfo, na Itália, em março de 2014, entre 40 pesquisadores e estudantes da Europa, África e Brasil e da Summer school em Abrigada, Portugal (julho de 2014) entre jovens europeus e africanos. Estes últimos aprofundaram o tema do ambiente na perspectiva da responsabilidade e da participação e empenharam-se em continuar esta pesquisa até ao Congresso, programado para 13-15 de novembro». Os participantes chegam de quatro continentes e representam 21 países. Qual é o objetivo de olhar para as legislações vigentes em matéria ambiental numa perspectiva internacional? «Queremos ressaltar o conceito de relacionalidade que é constitutivo da pessoa. O nosso estar com os outros, numa relação de cuidado e de atenção, exige responsabilidade nos nossos relacionamentos tanto em relação aos outros como com a natureza. Quando os relacionamentos são vividos desta maneira conseguimos perceber as relações de Amor que existem na Criação. Um outro objetivo é aquele de reforçar o conceito de participação na atividade legislativa. Durante o congresso será avaliada uma proposta de lei popular que vai nesta direção. A proposta parte de uma lei regional siciliana relativa ao território de Pachino (província de Siracusa, Itália) que evidenciou o contraste entre o “procedimento legislativo” e o “poder participativo”. Em prática assume um papel fundamental a comunicação com os sujeitos interessados, de modo que estes possam avaliar as propostas legislativas e regulamentares em desenvolvimento». «Além disso, queremos dar a palavra a vários países diferentes e distantes entre eles, muitas vezes esquecidos ou em primeiro plano por causa de situações dramáticas, como por exemplo a República Centro-africana. Vamos falar não apenas através de uma abordagem teórica, mas com histórias e testemunhos: realização de pesquisas sobre os danos ao ambiente crimes, “alt” aos poderes fortes nos aparatos estatais, o problema do desmatamento e da desertificação da África subsaariana…». O congresso também traz uma abordagem interdisciplinar. Entre os participantes, por exemplo, estará presente EcoOne, uma rede de estudiosos no campo ambiental e ecológico que exprime há vários anos a atenção dos Focolares pelo ambiente… «Estudiosos de ecologia, física ambiental, mas também economistas, pedagogos, cientistas políticos e arquitetos estarão junto conosco. Com eles, de modo particular numa mesa-redonda, no programa do domingo pela manhã, a reflexão será direcionada na perspectiva de uma visão unitária que possa recompor os dois termos: homem e natureza. Na última sessão irá intervir a presidente dos Focolares Maria Voce, advogada, que também foi uma das iniciadoras de Comunhão e Direito (CeD), a rede de estudiosos, estudantes e operadores do Direito, nascida em 2001 de uma intuição de Chiara Lubich. CeD, em síntese, promove e acompanha várias iniciativas para elaborar e difundir uma nova cultura fundada na relacionalidade como categoria jurídica, mas também chave dos relacionamentos entre os operadores do Direito. Boletim de imprensa
Colocar em prática o amor
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