Movimento dos Focolares

Bartolomeu I, mestre em Cultura da Unidade

Out 27, 2015

“Um justo reconhecimento pelo seu empenho na promoção da cultura da unidade, que contribui para o caminho comum das nossas Igrejas rumo à plena e visível unidade”, assim se expressa o Papa Francisco na sua mensagem ao Patriarca de Constantinopla.

2151027-02Bartolomeu I revê os relacionamentos entre as duas Igrejas “irmãs”, na sua lectio magistralis após a outorga do título de doutor em Cultura da Unidade por parte do Instituto Universitário Sophia, em 26 de outubro. Relacionamentos marcados há séculos por incompreensões e há tempo iniciados no caminho para a unidade, com a eliminação das excomunhões recíprocas e os passos liderados por figuras proeminentes como Paulo VI e Atenágoras I, de quem Bartolomeu recolhe hoje a herança. Junto com o Papa Francisco, que recentemente evocou o valor da “sinodalidade” como elemento chave para conduzir a Igreja de Cristo, são várias as ocasiões em que se manifesta a sintonia espiritual que existe entre eles. Na sua mensagem, lida pelo card. Betori, o Papa Francisco se dirige “ao amado irmão Bartolomeu” para evidenciar o “caminho comum das nossas Igrejas rumo à plena e visível unidade, o qual – escreve – percorremos com dedicação e perseverança”. Uma mensagem que toca profundamente o coração do Patriarca, que se diz “felicíssimo”, confidenciando que “retorna a Istambul mais forte, mais seguro”, pelo fato de ter em Roma “um irmão que deseja trabalhar conosco e rezar para acelerar a unidade das nossas igrejas”, e responde ao Papa Francisco enviando o “Beijo da Paz” e invocando para ele a oração ad multos annos. 2151027-01Respira-se a história, aquela que presenciou “a falta de reconhecimento do outro como cristão”, até chegar aos “protagonistas da nova primavera da Igreja: aqueles que farão da unidade o centro de suas ações pastorais para o bem de todos”, com o único desejo de “fazer com que os caminhos de Deus avancem”; e se respira o futuro, aquele no qual seja a Igreja que as instituições entenderão que “as diversidades são dádiva e não contraposição, riqueza e não desequilíbrio, vida e não morte”, como o Patriarca afirmou no seu discurso. Estamos na cidadezinha de testemunho do Movimento dos Focolares em Loppiano, onde se encontra a sede do Instituto Universitário Sophia, que inaugura o seu 8° ano acadêmico com a solene cerimônia. Para o excepcional evento – a presença de Sua Santidade Bartolomeu I – estão presentes, além de milhares de pessoas, várias delegações da Igreja ortodoxa, representantes da Igreja católica, autoridades civis, professores de várias universidades geminadas com Sophia, uma comunidade muçulmana e se registram mais de 4 mil acessos na transmissão via internet. 2151027-03No reconhecimento atribuído ao Patriarca de Constantinopla, se expressa a gratidão “pela elaboração paciente, corajosa e atuante de uma Cultura da Unidade”, que viu nele um “protagonista amado e ouvido no cenário internacional, no diálogo em vista da plena unidade entre as Igrejas, no encontro entre diversas tradições e experiências religiosas, na cooperação entre mulheres e homens de todas as convicções que percorrem as sendas da fraternidade”, assim se expressa o prof. Piero Coda, Reitor do Instituto. Numa entrevista à parte – explicando a cultura da unidade – também afirma que não se trata de uma utopia, mas de uma “inspiração, por meio da qual Chiara Lubich compreendeu que o carisma da unidade, que Deus lhe havia doado, também poderia se tornar expressão cultural: são sempre necessárias mediações, paradigmas, como diz o papa Francisco, uma revolução cultural, para saber dirigir a existência para novas fronteiras, o Instituto Universitário Sophia surgiu para realizar isso”. Maria Voce, presidente dos Focolares, em nome de todo o Movimento, expressa ao Patriarca a alegria e a honra em acolhê-lo na cidadezinha de Loppiano, evidenciando o papel de liderança que os Focolares lhe atribui como personalidade espiritual e intelectual e o valor do seu testemunho e dos seus “apelos em favor da justiça e da proteção do ambiente como casa comum dos povos”. “O diálogo é a nossa prioridade comum”, continua Maria Voce, com o desejo de “prosseguir o caminho em plena harmonia de ideais e testemunho de vida”. Uma próxima etapa, lembrada pelo Patriarca Bartolomeu I numa entrevista conclusiva da cerimônia, se realizará em novembro, em Istambul, onde se reunirão bipos de várias igrejas amigos dos Focolares: “Teremos ali a ocasião –   afirma – de manifestar a nossa vontade de trabalhar pela unidade das nossas Igrejas. Nós somos felizes, estamos prontos para acolher e retribuir o beijo da paz entre Oriente e Ocidente”. Unidade na diversidade foi uma das “ novas palavras” pronunciadas e que o reitor Piero Coda ressaltou novamente com força: “O Evangelho não é uniformidade, mas valorização das diferenças. Elas são unidade justamente na medida em que, jorrando da única fonte, se colocam em relação entre si, ou seja, sabem descobrir reciprocamente os dons que cada um oferece. Por isso a diversidade, vivida como relação, como fraternidade e comunhão, é a flor da unidade”. “Com a aceitação das diversidades – conclui o Patriarca – através do diálogo do amor, através do mútuo respeito, através da acolhida do Outro e da nossa disponibilidade para acolher e para ser acolhidos poderíamos nos tornar para o mundo, ícones de Cristo e como ele, na unidade, ser também diversidade”.  Reveja o streaming ao vivo Comunicado Mensagem do Papa Francisco,

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Subscrever o boletim informativo

Pensamento do dia

Artigos relacionados

Tempo da Criação

Tempo da Criação

O Tempo da Criação chegou também este ano: é a celebração cristã anual para orar e responder juntos ao grito da Criação.