Movimento dos Focolares

Brasil: por uma saúde global

Out 2, 2017

Estratégias e ações para o tratamento da pessoa, em nível individual e coletivo, no recente Congresso para operadores da saúde, promovido de 7 a 10 de setembro, em São Paulo, por Health Dialogue Culture.

congresso-saúde-A saúde como bem comum e a sustentabilidade dos sistemas de assistência são temas que os operadores sanitários se colocam em nível planetário, especialmente com o progressivo aumento da duração média da vida e o aumento da necessidade de tratamentos. Como assumir a responsabilidade, de maneira eficaz, mas ao mesmo tempo sustentável, da pessoa doente? E também: há um nexo entre espiritualidade e saúde global da pessoa? Sobre estes temas, foi falado no congresso organizado por Health Dialogue Culture, rede internacional de profissionais da saúde, nascida em 2003 para contribuir, através de um confronto vital com a ciência, para uma cultura respeitosa da vida, da dignidade e integridade de cada pessoa, numa perspectiva de promoção da saúde, individual e social. Inspirada no carisma da unidade do Movimento dos Focolares, Health Dialogue Culture propõe espaços de reflexão sempre conectados à práxis, de onde extrai linhas de pensamento, como contribuição ao debate sobre a necessidade de criar novos paradigmas dos sistemas sanitários. O congresso se realizou em continuidade com outros eventos anteriores sobre o mesmo tema, e em especial com o realizado em Pádua (Itália), em 2013, com o título Qual medicina: entre globalização, sustentabilidade e personalização das terapias, e com a Carta ética que recolheu os seus resultados. 21432974_10207896513811259_1595354460399849723_nEntre os novos paradigmas de tratamento da pessoa doente, está assumindo um papel cada vez mais estratégico a dimensão relacional, ou seja, o conjunto de relações, em múltiplos níveis (com os pacientes, entre profissionais sanitários, com as instituições) que giram ao redor do tema da terapia. Ignorada por demasiado tempo na elaboração de modelos socioassistenciais, também a dimensão espiritual, lá onde é aplicada, exerce uma influência substancial sobre a qualidade de vida e sobre os resultados das terapias. No congresso de São Paulo se viu um programa articulado, com palestras, laboratórios, workshops, partilha de experiências e boas práticas, com um debate profícuo sobre novas metodologias para atingir equidade e acessibilidade dos serviços sanitários, em nível local e global. «A verdadeira aposta deste congresso – dizem os organizadores – foi a riqueza cultural e profissional devida à pluralidade dos palestrantes e dos participantes (mais de 270) e à proveniência deles de países que têm padronizações assistenciais muito diferentes, como Congo, República dos Camarões, Noruega, Venezuela, Chile, Paraguai, Uruguai, Benin, Amazônia, Brasil, República Dominicana, Espanha, Reino Unido, Itália, Áustria. Uma atenção particular foi dirigida aos temas da deficiência, do envelhecimento, assim como às modalidades para enfrentar a dor e o sofrimento mediante as terapias paliativas e a formação dos operadores (o cuidado por quem cuida). 21433280_10207900287825607_5545911777823380403_nDurante o Congresso foi ativado um programa específico com sessões interativas para estudantes e jovens profissionais da área biomédica. Um jovem estudante de medicina comenta assim a conclusão dos trabalhos: «Saio deste congresso com uma mudança do meu pensamento sobre a medicina, com ideias diferentes que me tornam uma pessoa melhor e com a certeza de que estas ideias farão com que eu me torne também um profissional melhor». Um médico brasileiro: «A ciência não é fria e distante. Aprendemos que se pode fazer ciência sem esquecer a essência que nos une: o amor». Maria Voce, presidente dos Focolares, enviou aos participantes uma mensagem com os votos de «viver o profissionalismo com um amor que gera a fraternidade, todos lançados no bem da família humana». E lembrando uma frase de Chiara Lubich: «O equilíbrio do amor está em amar cada pessoa próxima e trabalhar pela comunidade inteira a partir do canto onde vivemos».

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