Movimento dos Focolares

Carta européia para as políticas da interdependência, para construir um mundo de paz e sem fronteiras

Set 22, 2004

Jornada da Interdependência

Uma utopia realizada? “O futurístico auditório do Parque da Música teve como timbre uma utopia realizada. A interdependência dos povos, que se tornou absolutamente urgente pela globalização dos mercados e do… terrorismo, foi ‘cantada e tocada’ em muitos e variados modos na Sala ‘Sinopoli’, num diálogo entre muitas vozes, crenças e opções políticas, mas ao uníssono sobre a necessidade de um “sistema de interdependência justo” ao qual todos concorrem: da Onu às religiões”. Foi o que afirmou Orazio Petrosillo, no jornal Il Messaggero, de 13 de setembro deste. E acrescentou: “Quem foi a Roma, para a II Jornada da Interdependência, o fez porque acredita que os povos, as pessoas e os Estados podem, verdadeiramente, ser mais unidos”. Benjamin Barber: a interdependência justa como resposta aos atuais desafios globais O prof. Benjamin Barber, cientista político americano, fundador das Jornadas da Interdependência, explicou numa entrevista que “interdependência significa que nós podemos criar um mundo que seja seguro para todos, ou então, um mundo que não seja seguro para ninguém”. E, dando as boas-vindas aos participantes, afirmou: “Já que os desafios que devemos enfrentar hoje, são desafios globais, também as respostas encontradas devem ser tais. Disto nasceu a exigência de uma Jornada da interdependência e de uma Declaração de interdependência”. “As nossas respostas devem ser fruto de um sistema de interdependência justo, um novo sistema transnacional de direito internacional, cooperação multilateral e gestão social global”. Um documento para uma nova convivência mundial A Carta européia para as políticas da Interdependência estabelece as prioridades para uma nova convivência mundial. Afirma, sobretudo, que é indispensável extirpar o terrorismo e isto é possível através da construção de sólidas redes sociais e lingüísticas, aptas a favorecer o diálogo inter-cultural e religioso; da cooperação internacional para abater o desnível econômico entre norte e sul do mundo. Solicita também a livre circulação das pessoas, o acesso à água potável, o direito à saúde para todos e que seja dado direito de voto aos estrangeiros. Prodi: superar as divisões entre os povos O presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, afirmou em seu discurso: “os tempos nos pedem para olhar longe, para superar as divisões que, no passado, separaram os povos”. “Agora sabemos qual é o caminho a seguir: unidade na diversidade, diálogo entre as culturas, comunhão dos recursos”. Kofi Annan: é urgente uma nova consciência de que somos cidadãos do mundo Para resolver as desigualdades e os horrores que afligem o mundo – escreve o secretário geral da ONU, na mensagem enviada para a ocasião – “são necessários homens e mulheres que desenvolvam a consciência de ser cidadãos do mundo”. “Nenhuma nação, sozinha, está em grau de proteger a si mesma dos perigos externos que a ameaçam”. Veltroni define assim a Interdependência: alternativa ao desequilíbrio entre norte e sul do mundo O prefeito de Roma, Walter Veltroni, reafirmou que a interdependência é a alternativa àquela globalização que escava um abismo, cada vez maior, entre o norte e o sul do mundo: “O último relatório sobre o desenvolvimento humano diz que em 26 países, sobretudo países africanos, a riqueza diminuiu ao invés de crescer”. É necessário reforçar os organismos – como a ONU – que governam o planeta. Chiara Lubich: Interdependência e fraternidade para colocar em ação processos positivos Para Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, a interdependência possui um preciso significado: fazer prevalecer o diálogo e a fraternidade sobre a hegemonia, o caminho da partilha, ao invés da concentração dos recursos e do conhecimento em apenas uma parte do mundo. A interdependência, vivificada pela fraternidade, poderá passar de simples “fato” ou “instrumento”, a ser um motor de processos positivos…não apenas de um povo, mas de toda a humanidade. Andrea Riccardi: todos chamados a trabalhar pela paz “Um pequeno número de homens, com as armas, é capaz de provocar instabilidade no mundo – disse Andrea Ricardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio – e esta é a história do terrorismo. Mas é também verdade que todos podem trabalhar pela paz”. “É necessária uma nova cultura e novas iniciativas”.  

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