Movimento dos Focolares

[:it]Ricordando Hiroshima e Nagasaki[:en]In remembrance of Hiroshima and Nagasaki[:es]Recordando Hiroshima y Nagasaki[:fr]En se souvenant d’ Hiroshima et de Nagasaki[:de]Im Gedenken an Hiroshima und Nagasaki[:zh]悼念廣島和長崎被原子彈轟炸

73 anos atrás, o horror de Hiroshima, no dia 6 de agosto de 1945, e de Nagasaki, três dias depois, se apresentou sob forma de um imenso clarão, como de um sol ofuscante, que levou à morte imediata centenas de milhares de pessoas, quase todas civis, e muitíssimas outras nos anos sucessivos, devido às consequências das radiações. Daquelas duas explosões, não só o Japão, mas a humanidade inteira, ficaram devastados, legando ao mundo a consciência de que nada seria mais como antes. “Nunca mais” é não só um imperativo moral, mas também uma necessidade absoluta, se quisermos que o planeta tenha um futuro de paz e se realize um mundo em que o sol seja somente símbolo de vida.

Carta da prisão

Carta da prisão

«Esta carta, para mim, é preciosa como as palavras escritas por Chiara Lubich: “Eu posso imaginar que todos vocês … sintam o peso que a violência e o terrorismo são em inteiras nações. Jovens, não mais velhos do que vocês, acreditam poder mudar a sociedade com sequestros, assassinatos e cometendo os crimes mais variados. Sem dúvida, eles não encontraram ideais mais positivos e assim se deixaram encaminhar por caminhos extremamente perigosos. Muitas pessoas estão amedrontadas e não podem viver em paz. O que podemos fazer? Qual contribuição podemos dar?”. Estas palavras sintetizam perfeitamente o que estou passando agora. Gostaria de compartilhar o que estou vivendo e o quanto eu me sinto abandonado neste momento; talvez um pouco como Jesus se sentiu quando estava abandonado na cruz. Esta sensação de abandono é algo que experimentei nos quatro centros de detenção em que estive e onde me deparei com adolescentes que eram, na maioria, mais jovens do que eu. No início, estes adolescentes me assustavam, estavam contra mim e queriam até mesmo me matar. Mas tentei me aproximar deles e me dei conta de que o que faltava a eles era que fossem entendidos, uma falta de oportunidade e, consequentemente, uma falta de amor. Não estou procurando justificá-los, mas também eles precisam de amor e de ajuda, só que pediam isso chamando a atenção sobre si mesmos, do modo errado, mas era o único modo que conheciam. Os meus pais procuram viver por um mundo unido e, desde quando eu era criança, também eu. É mais fácil quando você faz parte de uma comunidade em que se procura viver deste modo. Enquanto que para as pessoas que têm medo de se deixar amar é mais difícil, especialmente quando você vê que este amor não é correspondido e se está rodeado de ladrões e assassinos. De qualquer forma, o amor derruba todos os limites e é esta a verdade mais preciosa, apesar daquilo que estou vivendo aqui. Agora estes adolescentes vêm à minha cela para pedir conselhos ou ajuda, especialmente quando atravessam um momento ruim; alguns querem até mesmo saber mais sobre os Jovens por um Mundo Unido de que faço parte, apesar da minha situação. Muitos me perguntam como estou, se preciso de alguma coisa, alguns até mesmo me chamam de irmão. O que estou vivendo na prisão pode se tornar uma invasão de amor que se difunde pouco a pouco onde reina a violência. Assim como a chuva leve que penetra docemente nas profundidades da terra…»

Rumo ao Encontro Mundial das Famílias, em Dublin

Rumo ao Encontro Mundial das Famílias, em Dublin

Brenda Drumm

O Papa estará com as famílias reunidas em Dublin nos dias 25 e 26 de agosto. É o hóspede mais esperado. Além do mais, escreve Branda Drumm num longo artigo publicado no Osservatore Romano, o Encontro Mundial das Famílias «desde o início teve o toque pessoal do Pontífice: foi ele que escolheu a Irlanda para sediá-lo e indicou o tema dos trabalhos: “O Evangelho da família: alegria para o mundo”; e, o mais importante, deu-nos a exortação apostólica Amoris leatitia como documento chave a ser estudado. E quando, no dia 21 de março, Francisco anunciou a sua vinda, o debate concentrou-se sobre o que a sua visita significará para os fiéis, para as famílias e os jovens, para a Igreja e o povo. O Papa passará a maior parte do tempo, aqui na Irlanda, com as famílias e com as pessoas marginalizadas da sociedade. E, sempre com uma atenção especial às famílias, reservou uma pausa de oração no santuário mariano de Knock». Repetido a cada três anos, o evento, promovido pelo Dicastério da Santa Sé para os Leigos, a Família e a Vida, reúne famílias do mundo inteiro para festejar, rezar e refletir juntos sobre a importância do matrimônio como fundamento da vida pessoal, da sociedade e da Igreja. Após a abertura oficial, no dia 21 de agosto, o encontro será articulado em um congresso de três dias, no qual haverá programações diversificadas para jovens e adultos, e entretenimento para as crianças, e culminará com a partilha de experiências de fé, com a presença do Papa. A maior parte do programa será em Dublin, enquanto alguns eventos paralelos, inclusive a acolhida, acontecerão em todo o território irlandês. Os números do evento, segundo Drumm, são lisonjeiros: «A resposta do povo foi arrebatadora. Já há algum tempo todos os ingressos necessários para os eventos programados foram reservados: 37 mil para o congresso pastoral, 77 mil para o Festival das Famílias, 45 mil para a visita à Nossa Senhora de Knock, 500 mil para a Missa de encerramento. E a partir desses números podem ser lidos dados interessantes: chegarão à Irlanda famílias de 116 países, para um total de 15 mil participantes internacionais; milhares de famílias irão a Dublin, de todo o país. Serão cerca seis mil os jovens com menos de 18 anos e 10 mil os voluntários comprometidos a garantir o êxito do encontro. Mas, por trás das cifras estão as pessoas: famílias do mundo inteiro se reunirão para celebrar suas alegrias e para discutir alguns dos muitos desafios enfrentados num mundo que muda rapidamente». E continua: «O Papa Francisco sabe colher perfeitamente a realidade atual da vida familiar, com as dificuldades de cada dia. Entende que, como pais, damos diariamente o melhor de nós, um pelo outro e pelos nossos filhos, e compreende também que as famílias não são perfeitas». O que é a família para o Papa Francisco? Recorda Drumm: « “O hospital mais próximo, a primeira escola para os jovens, a melhor casa para os idosos”. E ainda que “às vezes os pratos possam voar”, o Papa nos recorda “quanto seria mais feliz a nossa vida de família se entendêssemos a importância das palavras “por favor”, “obrigado” e “desculpe”. O Pontífice continua ardorosamente convicto que a família continua a ser “uma boa notícia” para o mundo. Acredita que, nas realidades frequentemente complexas e desordenadas da vida familiar moderna, a graça e o amor de Jesus Cristo estão vivos numa galáxia de atos cotidianos de gentileza, ternura, generosidade e fidelidade, muitas vezes vivida heroicamente entre a imensa fragilidade humana e esmagadores desafios sociais. Em uma sociedade inclinada à violência, a família continua a manter juntas as nossas vidas, e o próprio mundo». As citações do artigo de Brenda Drumm, responsável pela mídia e comunicações do Imf 2018, foram retiradas do Osservatore Romano, 27 de julho de 2018, pag. 8.

“Life Directions”

“Life Directions”

Calcado sobre “o que faço na minha vida?”, um dos sete workshops que se realizaram em seguida ao Genfest, abordou o tema das escolhas para a vida, da própria “Life direction”. «A construção deste workshop – falam os organizadores, adultos junto com um grupo de jovens de várias partes do mundo – já tinha começado desde o mês de fevereiro passado com encontros via Skype: uma experiência realmente edificante, assumida por todos com seriedade, responsabilidade e criatividade». «Chegando a Tagaytay e nos conhecendo pessoalmente, percebemos o quanto era alta, em todos, a expectativa. Também os números esperados para o workshop eram altos: dos 1000 inscritos nas sete oficinas, 250 jovens escolheram Life Direction. Provenientes de vários países do mundo, se falava em 16 línguas diferentes». A condução do programa, leve e gradual na direção de conteúdos cada vez mais “profundos” e onde as experiências eram o fator principal, foi preparada e levada em frente pelos próprios jovens da cidadezinha asiática, e o fio condutor era o “slogan quotidiano”: um pensamento a ser posto em prática durante o dia. «O primeiro dia foi aberto com “Open your heart”: um convite a abrir o coração à verdadeira felicidade, procurando remover tudo o que podia servir de impedimento para viver com intensidade o momento presente. Foram apresentadas quatro experiências de modos e situações diferentes sobre o tema da felicidade encontrada graças ao amor vivido, ou descoberta após a retomada em seguida à queda ou, ainda, em situações dolorosas e difíceis. O intercâmbio em pequenos grupos permitiu verificar o quanto tinham incidido em profundidade e quantas perguntas e expectativas cada um trazia consigo». «No segundo dia – continuam –, o slogan era “What is the call” (qual é o chamado) em que era solicitada a nossa participação de modo mais ativo em apresentar o sentido do “chamado” com uma linguagem compreensível para poder ser acolhido, associando-o a três palavras chave: entender, ouvir, escolher. Depois, a história com Deus de cinco personagens bíblicos: Samuel, o jovem rico, o filho pródigo, Maria e Pedro. Um casal, um religioso, uma empenhada no mundo profissional e uma focolarina foram entrevistados sobre as três palavras chave. «Em grupos menores, se pôde aprofundar o sentido de cada um destes chamados, interagindo também com perguntas e respostas». «No terceiro dia se mirava alto com o slogan: “Aim high”. Deixamos a palavra a Chiara Lubich que fala sobre o seu chamado, aos jovens em Barcelona, em 2002. As perguntas, desta vez escritas, pouco a pouco encheram a caixinha posta à disposição e que foram a matéria com que se animou a tarde, com entrevistas com os nossos convidados de novo: cada um salientava a beleza da própria vocação na ótica do único chamado ao amor. Uma hora e meia que voou!» «Nestes quatro dias – escrevem os adultos – vimos jovens com a sede de um relacionamento com Deus, em profunda busca, abertura e escuta. Inclusive cheios de sofrimentos, de dúvidas e medos, tudo num clima de grande simplicidade e serenidade. Percebemos que algo novo aconteceu: uma experiência de luz que abriu uma nova estrada de diálogo com os jovens sobre o chamado a uma vocação radical». Algumas impressões dos presentes: «Era justamente aquilo de que eu precisava a esta altura da minha vida. Viver o momento presente, abrir as minhas portas, dar passos radicais para além de nós mesmos, é o que eu levo embora comigo». «Os jovens que falaram da sua escolha de seguir Jesus de modo radical me dá a coragem de fazer escolhas só por amor». «Para mim era importante entender como responder ao chamado: entender (que Deus me ama), ouvir (a voz dentro de mim) e decidir (seguir Jesus). Estou muito feliz por esta experiência. Obrigado!»