Movimento dos Focolares
Encontro mundial das famílias em Dublin

Encontro mundial das famílias em Dublin

WorldMeetingofFamiliesEstão disponíveis online no site do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida em cinco línguas (inglês, espanhol, francês, italiano e português), as sete catequeses em preparação ao IX Encontro mundial das famílias, que acontecerá em Dublin de 21 a 26 de agosto de 2018. «Um itinerário catequético à luz de tudo o que o Papa Francisco doou ao mundo inteiro com a Exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia» as definiu o card. Kevin Farrell, prefeito do Dicastério. São estes os temas: “As famílias de hoje”, “As famílias à luz da Palavra de Deus”, “O grande sonho de Deus”, “O grande sonho para todos”, “A cultura da vida”, “A cultura da esperança” e “A cultura da alegria”. «Cada catequese – explica o card. Farrell – é introduzida por algumas orações tiradas do magistério pontifício ou da tradição patrística, e se conclui com perguntas para um momento de compartilhamento que parte da família, primeira Igreja doméstica, para depois se abrir à comunidade cristã». Acompanha os textos, um itinerário musical com trechos executados pelo famoso cantor italiano Andrea Bocelli na basílica da Sagrada Família de Barcelona, em maio de 2015, primeiro de uma série de concertos repetidos também no santuário de São João Paulo II em Cracóvia e na basílica de Santo Estêvão em Budapeste, no âmbito do projeto “O grande mistério. O Evangelho da família escola de humanidade para os nossos tempos”. (www.laityfamilylife.va/)

Repórteres da mudança

Repórteres da mudança

Logo_BR + Erasmus_resizedBreaking Rays” é um jogo de palavras do tipo de “breaking news, expressão que marca a irrupção de uma notícia de última hora. Neste caso há um projeto de fraternidade e um grupo de jovens comunicadores que, com competência e ardor, estão dando tudo de si para que ele seja conhecido. Breaking Rays aspira a construção de uma rede internacional onde experiências de vida inspiradas pelo carisma da unidade, do Movimento dos Focolares, possam sair do isolamento e “explodir” até atingir o globo, gerando inclusive mudanças a distância, em outras comunidades, com um “efeito dominó”. Financiado parcialmente pela Comissão Europeia, por meio do programa Erasmus+, e promovido pela associação internacional New Humanity em colaboração com CSC Audiovisuais (Itália) e outras Ongs, o projeto destina-se à formação de jovens cineastas, também em vista de uma colaboração com o Collegamento CH, um encontro bimestral online, com notícias e reportagens das comunidades dos Focolares espalhadas pelo mundo. Duas foram as etapas realizadas até agora, das três previstas: em Castelgandolfo (Itália), em julho passado, e na Mariápolis Ginetta, nos arredores de São Paulo (Brasil), de 3 a 10 de fevereiro. A etapa conclusiva será em julho de 2018, em Manila (Filipinas), em concomitância com o Genfest.

foto di gruppo © Davi Teixeira Breaking Rays Brazil

Foto © Davi Teixeira Breaking Rays Brazil

Na Mariápolis Ginetta – lugar acolhedor e ideal para o desenvolvimento da programação – estiveram presentes cerca de vinte jovens de vários países (Brasil, Itália, Hungria, Indonésia, Filipinas, Índia, Quênia e Burundi) e de competências variadas, coordenados por tutores profissionais: Marco Aleotti, diretor italiano, da RAI, Carlo Sgambatom diretor de fotografia, Kim Rowley, do CSC Audiovisuais, além de Isabela Reis, produtora e curadora de projetos audiovisuais e culturais. E ainda Paola Cipollone, do CSC Audiovisuais, coordenadora do projeto. Momentos de formação teórico-prática e experimentação de técnicas alternaram-se com trabalho e vida em comum, na base de uma comunhão de talentos e com uma grande abertura à crítica construtiva. O grupo visitou alguns projetos sociais locais, produzindo vídeos e entrevistas. Em outras sessões, alguns especialistas da comunicação (direção, jornalismo televisivo e radiofônico) contaram suas próprias experiências e responderam as perguntas dos participantes.
Marco Aleotti © Davi Teixeira _Breaking Rays Brazil

Foto: Marco Aleotti © Davi Teixeira Breaking Rays Brazil

«Uma experiência única para aprender e aprofundar a profissão de jornalista numa nova perspectiva», disse Lewis, do Burundi. «Mais do que um curso de produção de cinema – comentou Donald, da Índia – tratou-se de comunicar histórias potentes para construir um mundo melhor. A equipe e os especialistas ajudaram-me a desenvolver um olhar especial para os detalhes, e a descobrir como romper estereótipos e clichês culturais através de elementos audiovisuais». Explicou Isabela Reis, tutora, do Brasil: «É um tipo de projeto do qual eu creio que possamos nos orgulhar. Uma experiência forte e envolvente, de oito dias, útil para melhorar as capacidades de comunicação dos jovens. Foi importante também discutir os diferentes modos para desfrutar o melhor possível as possibilidades técnicas e o modo de utilizá-las. Para mim foi uma ocasião para renovar-me profissionalmente: aprendi muito com as experiências e os talentos dos participantes». Rafael Tronquini, brasileiro, que há alguns meses trabalha em Manila, na preparação do Genfest: «Um passo fundamental rumo a Manila. Foi muito bom passar uma semana em contato com profissionais incríveis. Os vídeos que eles fazem difundem esperança». E Kyle Venturillo, das Filipinas: «Nós viemos de várias partes do mundo. Temos línguas, culturas e personalidades diferentes. Apesar disso pudemos estabelecer uma relação aberta entre nós, que nos tornou uma única família. Somos um grupo de pessoas “meio loucas”, com ideias e perspectivas diferentes, mas um único objetivo: tornar este mundo mais unido». Colaboraram com o projeto, também, Starkmacher (Alemanha), Opus Mariae (Quênia), Focolare Ireland (Irlanda), UJ Varos (Hungria), Pag-asa (Filipinas), Civitas (Brasil), Focolare Society Bombay (Índia) e YayasanDuniaBersatu (Indonésia). Chiara Favotti

Ano Novo chinês

Ano Novo chinês

ChineseNewYear_Loppiano_03A festa da primavera (春節, 春节, chūnjié) ou ano novo lunar (農曆新年, 农历新年, nónglì xīnnián), no Ocidente conhecido como ano novo chinês, é uma das mais importantes e muito mais sentidas festividades tradicionais chinesas, em que se celebra o início do novo ano segundo o calendário chinês. As celebrações começarão no dia 16 de fevereiro e se estenderão por cerca de duas semanas até a Festa das Lanternas, com numerosas atividades, espetáculos e mercados. Na véspera do ano novo, as famílias se reúnem para a “ceia de reunião”, a refeição mais importante do ano. Nesta ocasião, diferentes gerações se sentam ao redor de mesas redondas saboreando o alimento e o tempo juntos. Cada rua, casa ou edifício é decorado de vermelho, a cor principal da festividade. Rezar num templo, durante o Ano Novo, é considerado um ótimo auspício para o novo ano que começa. Em Shanghai, milhares de pessoas invadem o Templo Longhua, o maior da cidade. Em Loppiano, cidadezinha internacional dos Focolares, onde muitos habitantes provêm do Extremo Oriente, se festejará a entrada no ano do Cachorro com uma festa, sábado, 17 de fevereiro, ocasião para entrar nas culturas da Ásia através de brincadeiras, arte, música, danças.

Da Síria à Síria

Da Síria à Síria

Focolare_AleppoRobert Chelhod, classe 1963, nasceu na Síria, em Aleppo. Encontra-se na Itália, na sede da Amu (Ação Mundo Unido), nas proximidades de Roma, para fazer uma análise da situação dos projetos sociais e da organização das ajudas. Em 1990 voltou ao seu país de origem para abrir o primeiro centro dos Focolares, e permaneceu em Aleppo por 18 anos, antes de ir para o Líbano, em 2008. Qual é a sua recordação da Síria? «O regime não impediu o progresso. Assisti a um florescimento sob todos os níveis: a Síria era cheia de turistas, a economia estava no máximo. Antes da guerra, o salário mínimo era de 500 $, agora, para dar uma ideia é de 50$. O ápice foi em 2010. Com a primavera árabe em 2011 começaram os problemas internos que depois deram origem à guerra». Como você viveu os anos da guerra na Síria, estando no Líbano? «Eu gostaria de estar perto da minha gente, mas não era possível deixar o Líbano naquele momento. A dor maior era ver os refugiados sírios chegarem no Líbano. Aquelas pessoas, eu as conhecia! Gente honesta, que trabalhava bem, que seria um recurso para o país». Em janeiro de 2017, você voltou à Síria, um mês depois da libertação de Aleppo. «Fiquei três meses “em casa”, num círculo restrito. Só após três meses encontrei a coragem para sair e ver a parte mais bonita da cidade totalmente destruída. Rever os lugares dos quais sempre me “orgulhei”, ou melhor, ver que não existem mais, foi um choque. Quando fui pela primeira vez ao velho Suk, onde você só encontra escombros, alguém me explicou: “aqui entraram os rebeldes, aqui veio o exército…”. Eu pensei em quantas pessoas tinham morrido naquele lugar. E senti que não devia julgar nem mesmo aquelas que destruíram a minha cidade». Como você encontrou as pessoas no seu retorno? «Desencorajadas e desiludidas. Mas também desejosas de ir em frente. Há um cansaço pelos anos passados, pelas condições de vida, mas ao mesmo tempo, a vontade de começar de novo». 20180214-03O que se pode fazer pela Síria hoje? «Para quem tem uma fé, continuar a rezar. E, depois, apostar junto com os sírios que o país está vivo. Na Síria, precisamos de apoio. Não só do ponto de vista econômico, certamente importante, mas de acreditar conosco que este país, berço de civilizações, pode renascer. Que a paz ainda é possível. Precisamos sentir que o mundo sente o nosso sofrimento, o de um país que está desaparecendo». Você coordena localmente os projetos sociais apoiados através da Amu. Como vocês se movem? «Os projetos vão da ajuda para a alimentação à ajuda para a escolarização. Depois existem as ajudas para saúde, porque a saúde pública, por falta de médicos, medicamentos e instrumentos, não consegue responder a padrões mínimos de acessibilidade. Além das ajudas às famílias, se estruturaram alguns projetos mais estáveis: dois reforços escolares, em Damasco e Homs, com 100 crianças cada um, cristãs e muçulmanas; dois projetos de saúde específicos, para tratamentos contra o câncer e para a diálise; e uma escola para crianças surdas-mudas, em atividade já desde antes da guerra. Estes projetos oferecem uma possibilidade de trabalho a muitos jovens do lugar. A questão trabalho é fundamental. Estamos sonhando, no futuro próximo, com a possibilidade de trabalhar sobre o microcrédito para fazer com que as atividades se reativem. Aleppo era uma cidade cheia de comerciantes, que hoje voltariam à atividade, mas falta o capital inicial». Muitos, ao invés, continuam a ir embora… «O êxodo, sobretudo dos cristãos, é irrefreável. O motivo é a insegurança, a falta de trabalho. A Igreja sofre, esta é historicamente terra dos cristãos, antes da chegada do islã. E procura fazer o possível para ajudar e apoiar. Mas os recursos são muito poucos. A maioria dos jovens está no exército. Você encontra alguns universitários, ou adolescentes. Mas a faixa 25-40 não existe. Na cidade de Aleppo se calcula uma diminuição dos cristãos de 130 mil para 40 mil, enquanto que chegaram muitos muçulmanos evacuados das suas cidades destruídas». 20180214-02Que reflexo isto tem sobre o diálogo inter-religioso? «Em Aleppo os cristãos se consideravam um pouco a elite do país. Com a guerra, visto que as zonas muçulmanas foram atingidas, muitos se refugiaram nas zonas cristãs. Portanto os cristãos se abriram aos muçulmanos, tiveram que acolhê-los. O bispo emérito latino de Aleppo, d. Armando Bortolaso, durante a guerra me disse: “Agora é o momento de sermos verdadeiros cristãos”. Ao mesmo tempo, os muçulmanos conheceram mais de perto os cristãos. Ficaram tocados pela ajuda concreta. Existe o positivo, existe o negativo. O positivo é que esta guerra nos uniu mais entre sírios». Fonte: Città Nuova

Os últimos como protagonistas

Os últimos como protagonistas

FernandoMuraca«Eu tinha só 12 anos quando conheci Chiara Lubich. Se não fosse pela amizade com ela e pelo carisma da unidade eu não teria resistido num ambiente tão fortemente competitivo e cheio de ‘areias movediças’. Tenho um profundo senso de gratidão por todos aqueles com quem compartilho esse desafio». Fernando Muraca, concluídos os estudos universitários em Roma, iniciou a sua atividade como diretor de cinema e autor de teatro. Após o sucesso obtido com a direção de alguns episódios em duas séries de televisão, a entrada no mundo do cinema com o C maiúsculo. Entre os seus trabalhos mais recentes, o corajoso “A terra dos santos”, um filme denso sobre o papel das mulheres da máfia calabresa, recebeu numerosos prêmios e reconhecimentos. Diante de uma plateia muito atenta Fernando contou a sua história: «Uma noite recebi um email do meu amigo Gianpietro, missionário no Brasil. Tempos atrás eu tinha dirigido, gratuitamente, um documentário para recolher fundos para a sua comunidade, comprometida em salvar mulheres, homens e crianças que moravam embaixo das pontes, em São Paulo. No email ele perguntava se eu estava disposto a deixar por alguns anos o meu trabalho para documentar o que estava acontecendo lá. A sua missão, naquele momento, ocupava-se também de pessoas que haviam caído na escravidão da droga. A abordagem sem preconceitos, embasada no amor evangélico, já havia salvado 10 mil pessoas destinadas à morte certa. Um resultado que precisava ser documentado». Protagonisti gli ultimi«E ainda nesse email – continua Fernando – Gianpietro mencionava um fato anterior. Um homem muito rico, depois de tê-lo investigado e descoberto quem ele era realmente, havia decidido doar-lhe a metade de suas riquezas. Giampietro não podia aceitar, havia feito um voto de pobreza. Mas ele tinha um desejo: que eu fosse ao Brasil para documentar o trabalho da missão. Sendo assim, aquele homem se tinha oferecido para pagar todas as despesas, inclusive as contas da minha casa durante minha ausência». Fernando sorri: «Parece um filme, eu sei, mas aconteceu de verdade». E continua: «Falei sobre isso com minha esposa e nossos filhos. Tratava-se de deixar o meu trabalho por dois ou três anos, sair do meu ambiente de trabalho, colocar em risco a minha carreira, e minha esposa deveria levar adiante a família sozinha, enquanto eu estivesse fora. Ela respondeu que estava pronta para este sacrifício, se isso era útil para tornar visível o sofrimento daquelas pessoas. E nosso filho mais velho: “Papai, nós não podemos voltar as costas…”. Os meus amigos também me encorajaram a aceitar. O meu filme estava para chegar às telas e eu devia viajar em 15 dias. Uma loucura. O longa-metragem tinha uma pequena distribuição. Sem a minha presença para promovê-lo talvez terminasse morto e eu teria queimado a minha única chance de carreira no cinema. Mas a resposta do meu filho, não podemos voltar as costas, foi decisiva para mim». 2018-02-09-PHOTO-00000558«Em São Paulo, documentar a vida de pessoas que moravam embaixo das pontes, no início era quase impossível. Odiavam ser fotografados, imaginem filmados! Para que entendessem que eu não queria me aproveitar da imagem deles eu devia fazer como os missionários. Comecei a ir dormir também embaixo da ponte, passar os dias com eles, e assim me aceitaram. Depois de um mês voltei à Itália para dar uma parada. O impacto havia sido duro. Eu devia raciocinar sobre o material que estava filmando e organizar uma nova viagem, mais longa. Na Itália tinha acontecido o que todos haviam previsto. Sem dinheiro para a promoção e sem a presença do diretor, o meu filme estava desaparecendo rapidamente das salas. 2018-02-12-PHOTO-00000066Depois houve um fato inesperado. Em Roma, no último dia de projeção, apareceu um importante crítico cinematográfico. No dia seguinte, um jornal nacional, na edição impressa e online, publicou duas críticas muito positivas. O filme começou a ser mandado aos festivais, na Itália e no exterior. Recebeu muitos prêmios, alguns de prestígio. Desde então se passaram três anos. Terminado o trabalho no Brasil eu retomei  as rédeas da minha vida. Não dirigi outros filmes, mas tenho vários na prancheta, sobre assuntos que antes eu não tinha coragem de enfrentar. Escrevi dois romances e um ensaio sobre a experiência de “encarnação” dos meus ideais na arte. Amadureci também o projeto de dedicar-me aos jovens. Nesta “profissão” são necessários conforto e estímulo. E pontos de referência». Chiara Favotti