Movimento dos Focolares
Mariápolis 2015: «Estradas que se encontram»

Mariápolis 2015: «Estradas que se encontram»

Astorga Mariapoli«Um encontro de coração com coração», foi assim que a definiu uma pessoa que participou pela primeira vez na Mariápolis de Astorga, uma das muitas manifestações dos Focolares que se realizaram em toda a Europa e em muitos outros pontos. O evento, de 2 a 6 de agosto, invadiu pacificamente a cidade com 800 pessoas de várias partes da Espanha e também da França, da Itália, da Alemanha e do Brasil. Na saída da visita aos monumentos e museus típicos, ou no fim da missa que se celebrava na histórica catedral gótica, ou ainda nas noites em que se organizavam concertos de gêneros musicais sempre diferentes, as estradas e as praças da cidade estavam lotadas de pessoas. E os habitantes de Astorga, observando o seu modo típico de se relacionarem inspirado na fraternidade, curiosos respondiam aos cumprimentos. Uma senhora parou uma jovem que passeava pela estrada para agradecer pela presença deste grupo tão alegre na cidade. O programa foi muito apreciado, pelo equilíbrio entre os momentos de reflexão e de espiritualidade e os espaços dedicados para o diálogo, para os testemunhos e para as atividades lúdicas. Um mix que contribuiu para os objetivos da Mariápolis: facilitar o encontro consigo mesmo, com Deus e com os outros. «Não foi um crescimento – observou um dos participantes –, não houve um início a um certo nível e depois uma progressão em intensidade e qualidade. Cada dia foi pleno, completo; cada dia foi de um grande valor». Entre as várias atividades específicas para os adolescentes e as crianças, realizou-se uma caminhada pela cidade, com etapas em algumas ruas e praças onde foram realizadas muitas dinâmicas desportivas e lúdicas. A Mariápolis de Astorga esteve presente também no Facebook, um espaço virtual de encontro tanto para os próprios participantes como para as pessoas que não puderam estar presentes. Foram muitas as contribuições por meio de comentários e fotos, aos quais ainda se pode aceder por meio de cluster. Alguns comentários: «Foi a minha primeira Mariápolis – escreveu Cati. Foram dias de fraternidade, de amor e de unidade. Juntamente com a minha família agradeço a todos aqueles que tornaram este encontro possível»; «Estou em viagem de volta para Toledo – escreveu Paco –, e aproveito para agradecer a todos por estes dias. Posso dizer que foi uma Mariápolis cheia de graças divinas». 20150816-01Na perspectiva de atuar o espírito da Mariápolis na vida quotidiana, foi proposto o projeto «Todos somos mediterrâneos», para sensibilizar os cidadãos europeus para o drama da imigração que atinge todo o mar Mediterrâneo, desde os seus confins do sul, dos países em guerra ou desfavorecidos economicamente, em busca de melhores condições de vida. Este projeto, em sintonia com o tema da Mariápolis «Estradas que se encontram», materializa-se numa coleta de assinaturas para pedir à União Europeia uma significativa mudança da política migratória. No último dia, na avaliação do programa realizado, os participantes declararam-se unanimemente satisfeitos, especialmente em relação ao acolhimento que cada um experimentou desde o primeiro momento. A cidade de Astorga, pelas suas dimensões humanas e pelo seu clima moderado, reúne muitas características que facilitaram as possibilidades de encontro. Neste sentido, «o Movimento dos Focolares – escrevem os organizadores – agradece particularmente ao Bispado e à Administração municipal pela especial colaboração».

As palavras que eu não disse

As palavras que eu não disse

Federico_de_Rosa

Federico com seu pai

«Eu sonho muito e com frequência. Um sonho que se repete é um dia de sol, quando os meus sentimentos e pensamentos derramam-se numa fonte de palavras para todos os meus amigos. Como deve ser lindo poder falar!». Federico não fala, ainda que saiba que a comunicação não passa apenas pela linguagem. Os primeiros sintomas foram evidentes no primeiro ano de vida. Quanto mais crescia mais diminuía a capacidade de interação com a realidade. Aos três anos foi diagnosticado. É totalmente incapaz de comunicar-se. Possui uma das mais fortes formas de distúrbio generalizado do desenvolvimento, um transtorno gravíssimo que se insere no amplo e variado universo do autismo. Aos oitos anos acontece um fato que muda a trajetória da sua incomunicabilidade. Aprende a escrever com o computador e, finalmente, digita as suas primeiras palavras, emoções e sentimentos. Rompe-se o muro de silêncio com aqueles que ele chama os «neuro-típicos». Em agosto de 2002 sua família está de férias em Palinuro (balneário no sul da Itália). Federico sempre conseguia exprimir alguma ideia, frases breves, mas intensas: «Mamãe, o que eu tenho?». «Por que justamente eu?». E escreve no seu computador a palavra autismo. Ele está perfeitamente consciente. No dia 20 de fevereiro de 2010 escreve ao seu amigo Gabriel: «Preciso que vocês me ajudem a sair da minha prisão. Veja, eu sou muito só, porque não conseguir comunicar-se com a voz é um grande limite. Não entendo como vocês, não autistas, conseguem tão facilmente encontrar dentro da cabeça todas as palavras que servem para o que querem comunicar. Para vocês é normal, mas para mim parece um milagre. Com muito esforço eu consigo escrever uma letra de cada vez, e só se o papai está perto de mim». Quello_che_non_ho_dettoAgora que sabe escrever cresce a sua autoestima, até publicar um livro, “Aquilo que eu nunca disse” (Edizioni San Paolo), onde pela primeira vez é possível conhecer a visão de um jovem que explica, com observações raras e preciosas, a sua própria síndrome. Assim ele sai do seu isolamento, experimenta finalmente a alegria de compartilhar suas emoções. Conclui os estudos com sucesso até o final do ensino médio. Ainda hoje Federico não diz quase nada. «Garanto a vocês – escreve – que sou quase incapaz de falar verbalmente, eu me exprimo com palavras soltas, só raramente com pequenas frases. Sei escrever, à mão, só letras de forma muito grandes e incertas». É graças ao computador que, pela primeira vez, joga com um amigo, se apresenta aos seus colegas no primeiro ano do ensino médio e, anos depois, participa “ativamente” das reuniões do grupo da crisma. «Aos poucos – ele conta – o meu notebook tornou-se um companheiro inseparável. Com o meu pc e com o suporte de uma pessoa preparada para ajudar-me, posso realmente dizer o que penso em cada situação». Hoje Federico estuda percussão, tem muitos amigos, ajuda pessoas que convivem com o autismo na família dando conselhos para a vida cotidiana, e tem muitos projetos para o futuro. «Agora a minha vida encontrou o seu curso», escreve, «graças aos curadores que ensinaram-me o método, aos meus pais que com entusiasmo lançaram-se nesta aventura. Hoje estou feliz com a minha vida e, em grande parte, o mérito é deles». E não pensa só em si: «Quantos autistas, mentalmente perdidos, poderiam ser outros Federico se recebessem um diagnóstico precoce, se tivessem um bom suporte na idade do desenvolvimento e se fossem muito amados?». E este é o seu sonho, quando adulto: «Irei pelo mundo afora para ver mulheres grávidas e entender se os filhos delas saberão falar, e curar o autismo. Eu brincarei com os seus filhos, para ajudá-los a crescer e a aprender a falar. Quando uma criança precisar de mim eu estarei lá para ajudá-la». Fonte: Città Nuova online

Chiara Lubich: Jesus na “Expô de 1958”

Chiara Lubich: Jesus na “Expô de 1958”

Expo58_2Observamos isso no editorial de 20 de abril de 1958. De maneria incisiva e eficaz, a autora descreve as suas impressões depois de uma visita à ‘Expô’ de Bruxelas na primavera daquele mesmo ano. Chiara estava na Bélgica durante a semana da Páscoa: o Movimento começava a dar os primeiros passos além dos Alpes, no coração da Europa. Pode-se perceber a grande impressão que esta visita suscitou. «No dia 17 de abril – ela escreve – foi inaugurada a Exposição internacional de Bruxelas. […] É realmente uma coisa majestosa. As grandes potências, os grandes países dos cinco continentes capricharam para expor os seus melhores produtos. […] Causa admiração ver estas construções moderníssimas, ousadas na sua linha, nas cores, nas luzes, compostas, muitas vezes, num equilíbrio saudável e artístico, com variadas e estranhas formas arquitetônicas. […] O pavilhão da Santa Sé, chamou particularmente a nossa atenção. Situa-se perto do pavilhão soviético e do americano. O seu nome é : “Civitas Dei”. No seu centro há uma igreja, marcada por um estilo simples e harmonioso, talvez porque rico de conteúdo, muito elegante e moderna. […] Portanto, Jesus vivo, que se imola continuamente por todos, e a palavra da verdade de um Rei que não é deste mundo, são as riquezas expostas em Bruxelas pela “Cidade de Deus”. Sim, Jesus na exposição de Bruxelas, assim como um dia nas bodas de Caná. O Filho do Homem deseja partilhar todos os acontecimentos humanos e, através do harmonioso som dos sinos, evocará a lembrança do eterno e do divino a todos os que estarão reunidos ali, exaltando a capacidade dos povos, que Ele gerou. Jesus, que morre no altar por todos, também por aqueles que não se lembram dele, orgulhosos de sua ciência, de suas descobertas, ou que, até mesmo, o combatem. Jesus, que ensina ainda uma vez a Verdade por meio de quem ele disse: “Quem vos ouve, a Mim ouve”. Estes são os dons, o “produto” da Igreja Católica, que continua Cristo. Jesus Eucaristia, o fruto da Igreja, como tempos atrás Jesus de Nazaré, o fruto puríssimo da Virgem Maria. E ali, na “Expô de 1958”, como em todas as nossas igrejas, Jesus procurará saciar a sede de luz, de amor, de coragem e de potência dos homens. Jesus se expõe a si mesmo, ou melhor, expõe o seu amor concreto, e se oferece para salvar os homens também ali, onde tudo fala de energia atômica, de técnica, de invenções, de novidade. Ele é a maior novidade, a eterna descoberta, nunca completamente revelada; Aquele que permanecerá, também quando, no decorrer dos séculos, ninguém mais se lembrará dos particulares da exposição de Bruxelas, como também hoje ninguém sabe o nome dos noivos de Caná. Está ali para que ninguém fique desiludido, para preencher o vazio de muitos corações – apesar da ostentação das mais belas riquezas de hoje – quando se experimentará a vaidade de tudo, também do que existe de melhor, quando não enraizado em Deus […]». Fonte: Centro Chiara Lubich. Leia o texto completo.

Roma: encontrei a alegria em Baobá

Roma: encontrei a alegria em Baobá

baobabBaobá é um dos muitos centros de acolhida aos refugiados, nos arredores da Estação Tiburtina, em Roma. Acolhe cerca de 400 pessoas da Eritreia, Somália e Sudão, jovens homens e mulheres, cristãos e muçulmanos. «Lá existe um feliz, caloroso, livre, caótico e anárquico voluntariado “autoconvocado” – conta S. –, cada um chega, vê o que é preciso fazer, ajuda, chama os amigos… funciona muito bem! Com o consenso dos responsáveis pelo Banco Alimentar de Roma, junto com um jovem que coordena todo o voluntariado do Centro Baobá, fomos a Fiano Romano – uma cidade muito próxima – e carregamos mais de uma tonelada de ótimos alimentos (macarrão, açúcar, carne enlatada, 600 iogurtes, caixas de óleo, 120 abacaxis, 30 caixas de pêssegos, 100 pedaços de queijo parmesão, e muito mais). Às 10 horas da manhã o calor já era de quase 40º ! Chegamos ao centro por volta de 13 horas e na fila do almoço já havia pelo menos 500 rapazes e moças, organizados e pacientes, na maioria da Eritreia, todos provenientes daquelas famigeradas barcaças que vemos no telejornal. Naquela hora os graus eram pelo menos 42! Em 10 minutos, os rapazes, sem que ninguém precisasse pedir, fizeram uma fila e descarregaram o caminhão, muito ordenadamente, levando todo o material para o depósito. Ninguém pegou nem um iogurte ou um refrigerante! Tudo foi colocado rigorosamente em seu lugar. Depois, todos voltaram para a fila do almoço. Eu também recebi um prato que compartilhei com eles, cheio de alegria. O centro de acolhida não pensa somente na assistência, mas principalmente no envolvimento e na integração dos próprios refugiados. Isso garante o respeito da dignidade de cada uma e cada um daqueles que são acolhidos. Muitos, logo que podem, vão se reunir a parentes e amigos em outros países da Europa. A fila de cidadãos romanos que levam ajudas de todos os tipos é constante, e até comovente. Chegam tantas ajudas que frequentemente levamos caixas a outros centros de assistência. Enquanto eu estava lá, apertando muitas mãos para travar conhecimentos, chegou a primeira menina nascida de uma jovem refugiada acolhida no Centro. Chegou do hospital com vinte dias de vida. Médicos, enfermeiros, voluntários, todos em volta querendo ao menos vê-la e sorrir para ela. Um sinal de como a vida prossegue, sempre. Voltei para casa cansado, suado como nunca antes… mas no coração a na alma uma alegria muito especial, uma serenidade impagável, a verdadeira recompensa por um pequeno gesto em favor daquelas maravilhosas criaturas que nesse momento são chamadas “refugiados”. No final do mês já combinamos fazer uma outra carga. Além disso, por intermédio de um amigo cuja família gerencia cinco supermercados, organizamos uma coleta periódica dos produtos que irão sair da validade em breve, e que levados ao Centro poderão ser consumidos em poucos dias. Agradeço aos refugiados da Eritreia e aos voluntários do Campo Baobá por me terem dado a oportunidade de viver um momento verdadeiramente belo, precioso, que com certeza se repetirá nos próximos dias e no futuro. Sinto-me um privilegiado e o sou realmente!». (S.D. – Itália)

Obrigado, Padre Foresi

Obrigado, Padre Foresi

Live streaming: live.dev.focolare.org


Pasquale Foresi con Chiara Lubich

Pasquale Foresi com Chiara Lubich

Viveu os últimos anos longe dos holofotes, no seu focolare em Rocca di Papa, junto com alguns dos primeiros focolarinos, companheiros de viagem de sempre: Marco Tecilla, Bruno Venturini, Giorgio Marchetti. A sua é uma figura muito importante na história dos Focolares: tinha apenas 20 anos quando, em 1949, Chiara Lubich lhe pediu para partilhar a responsabilidade do nascente Movimento. Chiara Lubich sempre percebeu que Pasquale Foresi tinha um papel especial para o desenvolvimento do Movimento dos Focolares: o da encarnação do carisma da unidade, e por isso o considerava, junto a Igino Giordani, um seu cofundador. Em 1949, ano em que conheceu Chiara e o Movimento, Pasquale Foresi era um jovem em busca. Havia sentido a vocação ao sacerdócio e frequentava o seminário de Pistoia e o Colégio Capranica, em Roma. Ele conta: “Estava contente, satisfeito com a minha escolha. Porém, num determinado momento, não tive uma crise de fé, mas simplesmente comecei a ver tudo com outros olhos. (…). Foi nesse período que conheci o Movimento dos Focolares. Nas pessoas que participavam dele notei uma fé absoluta na Igreja católica e, ao mesmo tempo, uma vida evangélica radical. Entendi que aquele era o meu lugar e, muito em breve, a ideia do sacerdócio retornou”. Tornou-se o primeiro focolarino sacerdote. Depois dele outros focolarinos perceberam este chamado especial, a serviço do Movimento. Villa Eletto 2Pasquale reconheceu, nos primeiros passos dados por Chiara Lubich e o primeiro grupo que começou com ela, “uma fonte jorrada do Evangelho que irrompeu na Igreja” e, iniciou uma colaboração que o levou a contribuir de forma fundamental para o desenvolvimento do Movimento, como estreito colaborador da fundadora. Com relação aos principais encargos confiados a ele, o próprio Foresi escreve: “Sendo sacerdote, fui encarregado de manter os primeiros relacionamentos do Movimento dos Focolares com a Santa Sé. Outra função minha, com o passar do tempo, foi a de acompanhar o desenvolvimento do Movimento e colaborar, diretamente com Chiara, na redação dos vários estatutos. Pude também suscitar e seguir obras concretas a serviço do Movimento, como o Centro Mariápolis, para a formação dos membros, em Rocca di Papa, a Mariápolis permanente de Loppiano, a casa editora Città Nuova, em Roma, e outras obras que foram se multiplicando pelo mundo”. Mas existe ainda outro aspecto característico da sua vida ao lado de Chiara, que talvez represente melhor que os outros a contribuição especial que ele deu ao desenvolvimento do Movimento. Escreveu: “Está na lógica das coisas que cada nova corrente de espiritualidade, todo grande carisma, traga incrementos culturais, em todos os níveis. Se olhamos a história constatamos que isto sempre aconteceu, com reflexos na arquitetura, na arte, nas estruturas eclesiais e sociais, nos vários setores do pensamento humano e especialmente na teologia”. Várias vezes ele interveio, com a palavra e com a escrita, ao apresentar a teologia do carisma de Chiara na sua dimensão social e espiritual, salientando, com autoridade, a novidade que encerra, seja relativamente à vida que ao pensamento. Das suas páginas brota “uma perspicácia de análise, uma amplitude de visão e um otimismo no futuro, possíveis devido à sabedoria que nasce de uma forte e original experiência carismática, além dos abismos de luz e de amor, de humildade e fidelidade, que somente Deus pode escavar na vida de uma pessoa” (Do prefácio de “Colóquios“, perguntas e respostas sobre a espiritualidade da unidade). O Movimento dos Focolares no mundo inteiro o recorda com imensa gratidão.

Releases

Polônia:  testemunho de um religioso

Polônia: testemunho de um religioso

201500531-01Maria Voce e Jesús Moran, presidente e copresidente do Movimento dos Focolares, encontraram-se no dia 26 de maio passado, na Mariápolis Fiore, na Polônia, com um grupo de sacerdotes e religiosos ligados de várias maneiras ao Movimento. O padre Zdzislaw Klafka, redentorista, conta sobre o seu encontro com a espiritualidade da unidade e os efeitos positivos em viver a sua específica vocação de modo mais radical. «Sou grato a Chiara Lubich por ter sido um instrumento dócil nas mãos de Deus e ter feito nascer na Igreja uma espiritualidade que ajudou-me a viver as dificuldades que encontrei na vida. Quando fui nomeado superior encontrei-me diante de um desafio. Eu estava em Roma e, antes de voltar à Polônia, pedi que ela me indicasse uma frase do Evangelho que pudesse iluminar os meus passos. Ela respondeu: “Ninguém tem um amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos”. Eu tinha, então, 29 anos, e aquela frase tornou-se a bússola que me mostra o caminho. Vivendo a espiritualidade da unidade comecei a olhar ao meu fundador, S. Alfonso, de maneira nova. Descobri assim, não apenas as minhas raízes, mas a força evangélica contida em qualquer outro carisma da Igreja. Alguém perguntou-me se esta minha adesão à espiritualidade dos Focolares não seria tempo roubado aos meus deveres de redentorista. O fato é, e eu o experimentei muitas vezes, que quando volto dos encontros com religiosos de outras ordens, tenho mais vontade de viver ainda mais radicalmente a minha escolha de Deus».

Padre Zdzislaw Klafka CSsR

«A família numerosa da qual provenho – recorda p. Zdzislaw – ajudou-me a viver por Deus, mas “com os outros”. Depois do noviciado com os redentoristas, um professor, Wlodzimierz Fijalkodwski, veio nos fazer uma conferência e, entre outras coisas, nos disse que havia conhecido os focolarinos. Ele nos deixou o endereço e fomos visitá-los. Jamais esquecerei aquele encontro. Conheci pessoas realizadas, que deram-me a chave para construir relacionamentos de caridade, até experimentar a presença do Ressuscitado. E ainda outra chave, que nos permitiria ter a paz: Jesus abandonado, grande intuição de Chiara Lubich, que ajuda a não sucumbir ao medo. Não tinha terminado os estudos, em Roma e, com um outro religioso, fomos chamados a retornar à Polônia, para assumir a formação dos seminaristas. Nós os convidamos a tomar a responsabilidade de cada aspecto da vida no seminário. Da nossa parte decidimos estar próximos deles, escutá-los, tratá-los com seriedade. O rosto do seminário mudou. Estivemos com essa responsabilidade por três anos, depois fui à Roma para completar os estudos. Como muitas pessoas, no Movimento, pediam-me para falar sobre o meu fundador, e principalmente vendo como Chiara amava os santos, fiz o mestrado e o doutorado sobre Santo Alfonso de Liguori. Embora jovem, fui escolhido, por dois triênios, como superior da Província dos Redentoristas. Em 1991, após a queda do muro de Berlim, que marcou uma nova página para os católicos do leste da Europa, foi fundada uma rádio. Ela tornou-se um instrumento para formar as consciências dos católicos, que durante o comunismo tinham sido paralisadas. Em seguida nasceu uma rede televisiva e o Instituto Superior de Cultura Social e Midiática, da qual sou reitor há 14 anos. O Instituto tem mais de 400 estudantes». E ao falar sobre a presidente dos Focolares, p. Zdzislaw conclui: «Admiro em Maria Voce a sua simplicidade, a sua sabedoria. Fascina-me nela a liberdade de viver o ideal da unidade, e esta é a substância da vida de Chiara Lubich».