Movimento dos Focolares
Pela paz, com Francisco

Pela paz, com Francisco

20140606PapaFrancescoO convite do Papa aos presidentes do Estado da Palestina e do Estado de Israel, do dia 25 de maio passado, a “elevar juntos uma intensa oração, invocando de Deus o dom da paz”, oferecendo a sua casa no Vaticano, deu esperança ao mundo, provocando um crescimento na fé de que a paz deve ser criada e invocada.

Desde aquele momento intensificou-se a oração comum de todos aqueles que se inspiram no ideal da unidade dos Focolares, de diferentes religiões e culturas, que, com palavras diferentes e com o multiplicar-se de gestos de paz de crianças e adultos, e ainda com a proposta do Timeout cotidiano, às 12 horas em qualquer fuso horário, pedem pela paz no mundo inteiro.

Grande alegria também diante da notícia de que o Patriarca ecumênico Bartolomeu I, de Constantinopla, se unirá ao Papa Francisco e aos presidentes Peres e Abu Mazen, na “invocação pela paz” de domingo, no Vaticano. Mais um impulso para caminhar decididamente na direção do “que todos sejam um a fim de que o mundo creia”, nunca como hoje compreendido como um comando de Jesus.

O Movimento dos Focolares responde ao veemente pedido do Papa Francisco para “não deixar-nos sozinhos”, e nos cinco continentes, especialmente nos lugares de maior sofrimento, estará unido à oração no Vaticano “a fim de que o Senhor nos dê a paz naquela Terra abençoada!”.

“Deus está sempre conosco”

Deus é grande! Um dia, enquanto me dirigia ao trabalho, encontrei no trem uma senhora que conheço de vista, porque sempre a vejo na igreja. Eu a cumprimentei e iniciamos uma conversa. Ela disse-me: “Vejo que o senhor é casado. Tem filhos?” Eu respondi afirmativamente: sou pai de duas meninas lindas, das quais me sinto muito orgulhoso. Quando eu perguntei sobre os seus filhos ela começou a chorar, diante de todos os passageiros, e eu fiquei muito embaraçado. Comecei a pedir desculpas e ela me contou o motivo das lágrimas: “Ontem, depois de ter visto os resultados dos exames, o meu ginecologista disse que não posso ter filhos. Eu sou casada há nove anos e isso me causa um grande sofrimento!”. Eu a escutei com muita atenção e depois a encorajei a não se deixar vencer, mas que continuasse a ter fé em Deus. Eu prometi que me uniria às suas orações. Três semanas depois reencontrei aquela senhora ao término da missa. Ela estava radiante e estava me esperando para dar uma boa noticia: “Estou grávida há três semanas. Deus é grande!” Nove meses depois nasceu Emanuele, um menino muito bonito. W. U. – Itália Trabalho de tradução Eu estava precisando de dinheiro e conseguira encontrar um trabalho: traduzir textos. Um dia uma amiga me confidenciou que estava atravessando um momento de dificuldades econômicas. Então eu ofereci a ela uma parte dos textos que recebera. No mesmo dia recebi uma proposta de outro trabalho, no qual eu receberia o dobro da quantia que eu oferecera à minha amiga. E. M. – Açores O colega de escola Um dia um colega de classe começou a jogar os livros e cadernos no chão, imprecando contra Deus: “Por que você não está aqui e me ajuda quando eu preciso? Mas o que você faz lá nas alturas?”. Eu não entendi porque ele agia daquela forma, até que soube que a sua mãe deveria ser operada por causa de um câncer. Eu procurei demonstrar ao meu colega que estava ao seu lado, vivendo com ele aquele sofrimento, e depois, juntos, pedimos a Jesus o êxito da cirurgia. Também as minhas colegas rezaram. A nossa turma parecia ter sido transformada: aquele fato fez com que nos uníssemos ainda mais. Depois soubemos que cirurgia obteve êxito e todos nós agradecemos a Deus. J. S. – Alemanha

Em Tacloban: uma homenagem aos heróis “sem nome” do tufão Haiyan

Em Tacloban: uma homenagem aos heróis “sem nome” do tufão Haiyan

Waray NgaRun PosterWARAY ngaRUN, ou seja “sem nome”: um jogo de palavras que transforma a expressão do dialeto filipino waray-waray, no termo run, em inglês, corrida. Uma maratona em homenagem às vítimas das quais não se conhece o nome, dos heróis desconhecidos que prestaram e ainda prestam ajuda. Este é o significado da corrida pela solidariedade que se realizará no dia 28 de junho, em Tacloban (uma das cidades mais atingidas pelo tufão destruidor que passou pelas Filipinas, em novembro de 2013), durante a festa da cidade. A intenção do evento WARAY ngaRUN é apresentar as necessidades atuais dos habitantes das regiões devastadas e, também, encorajar as pessoas a recomeçar e continuar levando adiante a vida. Um objetivo, muito importante, é entusiasmar os jovens a serem os primeiros na reconstrução da vida do país. A programação terá início com a maratona, às 6h da manhã, continuará com um bazar e exposições, durante o dia todo, e se concluirá com uma vigília de solidariedade, durante a noite. Será uma ocasião para partilhar as experiências e iniciativas de pessoas ou grupos que, de diversas maneiras, foram verdadeiros heróis durante e depois da passagem do tufão. É prevista a participação de muitos setores da sociedade civil: dos artistas waray a bandas musicais; de pessoas que desejam oferecer os próprios talentos a estudantes e professores de escolas e organizações públicas e particulares. A soma que será arrecadada nesta manifestação será destinada ao Start Again Project, promovido pelos Jovens por um Mundo Unido, em favor das comunidades atingidas pelo tufão, na região das Ilhas Visayas,e com um plano de ação que contém sete pontos:

  • Reconstrução dos tetos das escolas
  • Coleta de material escolar
  • Um memorial denominado “Yolanda”
  • Instalação de sistemas de água potável
  • Programas de instrução superior
  • Um restaurante popular
  • Uma expedição médica

Esta iniciativa originou-se da experiência vivida com a banda internacional Gen Rosso, ocasião na qual foi realizado um workshop e um espetáculo em Tacloban, como parte da Philippines Solidarity Tour 2014. “Quando os membros do Projeto Start Again prestaram socorro em Leyte, incluindo a nossa comunidade de Tacloban – eles nos escreveram – nós sentimos, de maneira profunda, a necessidade de corresponder ao amor que recebemos, organizando uma atividade que possa financiar as diversas iniciativas deles. E, com o evento WARAY ngaRUN compreendemos que não somos mais somente destinatários, mas, também, colaboradores ativos.” Página Facebook: WARAYngaRUN2014

Indonésia: religiosas e religiosos jovens

Indonésia: religiosas e religiosos jovens

A espiritualidade da unidade ajuda-me a conhecer-me melhor e a aprofundar a minha vida como franciscano conventual […]. Provenho de uma ordem de fraternidade, hoje vi-a realizada aqui”. “O dia de hoje recordou-me de viver com empenho pela fraternidade na minha comunidade. Morando numa casa para estudantes, muitas vezes estamos ocupados com as nossas tarefas e esquecemo-nos o quanto isto é importante!”. Foram as expressões de dois religiosos na conclusão do encontro, no dia 3 de maio, organizado pelo Movimento dos Focolares para religiosas e religiosos de várias congregações, em Jakarta (Indonésia). Recentemente os focolarinos transferiram-se de Singapura para animar a numerosa e humilde comunidade desta nação.

O tema principal, “O papel do carisma na vida consagrada por uma Igreja mais bela e um mundo mais unido”, foi apresentado por P. Piero Trabucco da ordem da Consolata, vindo de Roma, do Centro dos Religiosos dos Focolares. A seguir, houve uma intensa troca de experiências e perguntas para esclarecer como deve ser a ligação espiritual dos religiosos aos Focolares, que teve início desde o surgimento do Movimento. A vasta difusão do espírito evangélico de unidade contido no carisma de Chiara Lubich, deve-se em boa parte ao trabalho de religiosas e religiosos que, tendo conhecido este espírito de comunhão na Itália, depois o transmitiram em muitas partes do mundo.

As impressões positivas e até entusiastas dos 80 participantes de 18 congregações diferentes, evidenciaram principalmente o desejo de redescobrir as origens dos diferentes carismas, conforme o pensamento dos seus fundadores. E, consequentemente, o empenho de vivê-lo com maior espírito de fraternidade e unidade, nas próprias comunidades.

Sary John, jesuíta, diz-se impressionado pela ideia de “ser o primeiro a amar” e salientou a riqueza da experiência vivida durante o dia, junto com religiosos de outras congregações.

Irmã Valentina comentou: “Este encontro impulsionou-me a ‘sair’ da minha congregação para conhecer outras e aprender a amá-las como a minha”. E Irmã Novianti: “O exemplo de Chiara Lubich, profeta de paz e de amor no meio do mundo, tocou-me muito”.

Irmã Pasifica (OSF) escreveu: “O Focolare responde aos desafios da vida consagrada hoje. O encontro agradou-me muito porque reacendeu em mim a fé e o amor pelo carisma da minha congregação”. E ainda: “Foi um lindo encontro, sobretudo quando foi sublinhado que devemos voltar às raízes da espiritualidade das nossas próprias congregações, ao sonho dos nossos fundadores. Esta consciência impulsionou-me a desejar ter o seu mesmo pensamento e os seus sentimentos”. “Dei-me conta de que até agora não vivo no amor pleno e desejo que este encontro seja um início para partilhar o amor com os outros”.

Muitos dos participantes manifestaram o desejo de terem novas ocasiões de encontro, na mesma linha desta jornada à luz da espiritualidade da unidade, para crescerem juntos neste caminho de comunhão e de fraternidade entre vários carismas.

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Turquia: unidos no sofrimento

Turquia: unidos no sofrimento

© Foto: AFP

“Para a nossa pequena comunidade, muito variada – nos escreveram – composta por cristãos de várias Igrejas e por muçulmanos, é tempo de oração, de solidariedade, de participação ao sofrimento destes irmãos e irmãs. E, tempo de confiar a Deus, ainda mais uma vez, com fé, o futuro deste nosso país. O Papa Francisco também rezou “pela situação dos mineradores da Turquia e por todos aqueles que se encontram prisioneiros nos túneis”. Esta notícia foi comunicada ao país inteiro, com grande reconhecimento.”

São duzentas e oitenta e duas as vítimas segundo a informação oficial até o presente momento, mas, este número pode ainda aumentar e, talvez, seja muito mais alto. A coincidência da presença dos trabalhadores dos dois turnos, exatamente na hora do revezamento, infelizmente, duplicou o número das pessoas que ficaram nas profundidades da mina de carvão, em Soma, a 120 km de Smirne, na qual houve a explosão, há dois dias. No mínimo, oitenta o número de feridos, quando ainda faltavam muitas dezenas de operários que não responderam à chamada. O governo decretou três dias de luto nacional pelo desastre: a tragédia industrial mais grave ocorrida em Turquia.

Muito comoventes as cenas transmitidas do local do desastre, especialmente a dignidade daquelas pessoas, acostumadas com o trabalho muito pesado, dos adultos e jovens, alguns muito novos. Um minerador, assim que saiu do túnel foi ajudado a subir na maca da ambulância e, com receio de sujar o lençol branco, perguntou: “Devo tirar as botas?!”

O país está em atmosfera de protestos: muito frequentemente acontecem desastres no ambiente de trabalho e, também nesta tragédia, os detalhes e as implicações do que aconteceu parece não ser nada claro, enquanto o governo não consegue apresentar bem a imagem de uma real preocupação e proximidade ao povo. A Turquia tem o triste primado no número de mortes por acidentes de trabalho que permanecem sem a apuração de quem é responsável pelos fatos e, segundo os sindicatos, em 2013, foram cinco mil as vítimas em acidentes de trabalho e 19% destes ocorreram dentro das minas. Em relação ao número de acidentes de trabalho, a Turquia ocupa o primeiro lugar na lista dos países europeus e o terceiro, na lista mundial.

E ainda, o desastre aconteceu em um momento extremamente delicado para a vida social e política da Turquia, depois das últimas eleições municipais, que indicaram novamente o partido de Erdogan em primeiro lugar e, está em curso a preparação da eleição à presidência que acontecerá no próximo mês de agosto. A tensão que reinava na Praça Taksim no mês de junho passado é latente e, desta forma, explode outra vez a onda de protestos. As centrais sindicais decretaram uma paralisação de 24 horas, decisão muito rara naquele país, onde ainda se deve conquistar muita coisa em defesa dos direitos dos trabalhadores.

“O bispo da Igreja Católica latina de Istambul – concluem – por meio de uma mensagem, manifestou às autoridades a participação ao sofrimento do país e a proximidade às famílias das vítimas.”

Fonte: Movimento dos Focolares

Migração e memória

Migração e memória

O Comitê Humanidade Nova, expressão social do Movimento dos Focolares, que trabalha há trinta anos no centro histórico de Gênova em favor das pessoas mais marginalizadas, realiza uma série de iniciativas ligadas ao tema da migração. Com o patrocínio de diferentes instituições e associações da Ligúria, criou-se uma rede compacta de relacionamentos, que enriquece o tecido conectivo da cidade. O lugar escolhido foi o Galata Museu do Mar, onde, além de numerosos testemunhos da vida marinara, foram reconstruídos cenários históricos da migração italiana: dos antigos navios de passageiros aos bairros do Boca em Buenos Aires ou Ellis Island nos EUA.

Foi este o panorama que hospedou uma exposição de arte, no início de 2014, intitulada “Em profundidade: viagem entre memória e migração”, que focalizou o tema das migrações interiores, isto é, a atitude interna que coincide com o nomadismo cultural da arte contemporânea. Participaram artistas de várias proveniências como Ignacio Llamas da Espanha, Claire Morard da França, Piero Gilardi, um dos primeiros artistas pop italianos, conhecido a nível internacional.

O tema das migrações também foi o foco do diálogo multicultural, inter-religioso, ecumênico, de encontro e de estreita colaboração, entre alguns movimentos católicos já empenhados nas manifestações ligadas ao “Juntos pela Europa” (Cursilhos, Santo Egídio, Equipas de Nossa Senhora, Encontros de casais e Renovamento carismático), com a participação de protagonistas dos mesmos que foram migrantes. O movimento Famílias Novas apresentou os temas das adoções à distância e da integração escolar, envolvendo 200 estudantes das escolas superiores ligúricas. Participaram cerca de 100 pessoas, incluindo também um laboratório de escrita criativa e o Finissage-concerto, sustentado pela classe de Jazz do Conservatório Paganini de Genova. Após o evento, cerca de vinte artistas reencontraram-se para três dias de diálogo, que permitiram a cada um dos participantes renovar as energias para prosseguir no caminho da comunhão artística.

A dignidade e o valor da pessoa caracterizaram o debate, dando espaço também aos tocantes testemunhos de Chaia, um jovem Saharawi que contou a sua dolorosa experiência, e de um jovem magrebino que, depois de ter atravessado o deserto, desembarcou em Lampedusa e agora está integrado nas realidades genovesas.

Estes momentos de diálogo contaram com a presença de expoentes do mundo religioso e associativo, como o presidente de Migrantes, o pastor da Igreja Evangélica Sul-americana, o Imã da comunidade islâmica e o abade de um templo budista. Um comentário que exprimiu a realidade vivida por muitos: “Tive a impressão que aquele lugar adquirisse uma sacralidade e se tornasse templo, sala, mesquita, porque se estava realizando uma oração para o único Deus de todos os homens, e não era apenas uma questão de sentimento, mas de inteligência e de corações que se unem”.