Movimento dos Focolares
Margaret Karram: Que cesse o fogo da guerra  e vença o diálogo “na procura de caminhos de paz”

Margaret Karram: Que cesse o fogo da guerra e vença o diálogo “na procura de caminhos de paz”

A “oração pela paz universal”, pronunciada hoje pela presidente do Movimento dos Focolares em Assis, diante do túmulo de São Francisco, ecoa as palavras do Papa Francisco. A versão completa está em anexo.

Nós Te pedimos com a fé que remove montanhas, que ‘cesse o fogo’ da guerra e que vença o diálogo ‘na busca de caminhos de paz’ entre a Rússia e a Ucrânia. Pedimos a graça de cessar todos os conflitos em curso, especialmente os mais esquecidos.”

Esta ardente invocação está no cerne da “oração pela paz universal”, pronunciada esta manhã em Assis por Margaret Karram, presidente do Movimento dos Focolares. Na cripta de São Francisco, na Basílica Inferior, ela estava acompanhada pelo Conselho Geral do Movimento, reunido na “cidade da paz” para alguns dias de retiro.

Representando todos os membros do Movimento – cristãos de diferentes Igrejas, adeptos de várias religiões, pessoas que se reconhecem irmãos e irmãs na única família humana.

Assumimos o grito e o desespero dos povos que atualmente sofrem por causa da violência, dos conflitos armados e das guerras”, prosseguiu Margaret Karram.

Dá-nos a graça de acolhermo-nos uns aos outros, de nos perdoarmos, de vivermos como uma única família humana.

Dá-nos de amar a pátria do outro como a nossa! Deus de misericórdia, de concórdia, faz de nós “instrumentos da Tua paz”.

A uma semana (25 de março) da consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria pelo Papa Francisco, esta súplica é parte da oração coral pela paz que se eleva no mundo e acompanha a grande rede de solidariedade à qual integram também os membros do Movimento. As comunidades do Focolare estão presentes em mais de 180 países, incluindo muitos lugares onde ainda há conflitos e guerras.

Stefania Tanesini

O texto completo da “oração universal pela paz”.

Definido o procedimento de apoio às vítimas de abuso do ex-focolarino francês J.M.M.

Para manter o compromisso assumido com as vítimas de J.M.M, ex-focolarino francês condenado por violência contra menores, o Movimento dos Focolares desenvolveu um procedimento de apoio psicológico a ser proposto às vítimas que desejarem utilizá-lo. Este serviço (ver anexo) é oferecido como parte da investigação independente conduzida pela GCPS Consulting que escutou o parecer de algumas vítimas.  Obviamente, este apoio é um primeiro passo em relação aos compromissos que o Movimento quer assumir para o futuro e após a divulgação do relatório da GCPS Consulting. Deste ponto de vista, o Movimento dos Focolares identificou na Rete Simon um instrumento adequado para acolher, escutar e acompanhar as vítimas e as pessoas afetadas por esses sofrimentos. A rede Simon é composta por psicoterapeutas, psiquiatras e acompanhantes espirituais disponíveis para oferecer um percurso psicológico ou psiquiátrico nas várias fases da investigação a quem necessitar ou solicitar. O acordo estipulado entre o Movimento dos Focolares e a rede Simon visa garantir que as vítimas possam utilizar este serviço o mais próximo possível do seu local de residência (a rede cobre a maior parte do território francês). As pessoas que não desejarem utilizar esta rede de apoio disponibilizada pelo Movimento dos Focolares, podem se dirigir a outros profissionais de sua confiança. Em qualquer caso, tanto os profissionais da Rede Simon como os de confiança das vítimas, decidirão conjuntamente todos os aspectos do processo de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico com um profissional independente identificado pelo Movimento dos Focolares na pessoa do Dr. Alexis Vancappel, que assumirá o papel de coordenador desse aspecto. O Dr. Vencappel é Psicólogo, Especialista em Terapias Cognitivo Comportamentais e Neuropsicologia. Atua como psicólogo clínico na Clínica Psiquiátrica Universitária, CHU de Tours. – É membro do Centres experts dépression résistante (CEDR), Fondation Fondamentale – Rede nacional multidisciplinar, envolvida em pesquisas sobre depressão resistente. – Membro do Laboratoire Inserm, Equipe Imagerie et Cerveau – Laboratório de medicina voltada para o estudo da neuropsiquiatria funcional. – Membro do Laboratorio Qualipsy – Laboratório de Psicologia dedicado ao estudo da qualidade de vida. Os detalhes relativos aos compromissos adicionais assumidos pelo Movimento dos Focolares para com as vítimas, incluindo indenização por danos, serão acordados após a publicação do relatório da GCPS Consulting, prevista para o primeiro trimestre de 2022.

Stefania Tanesini

Anexo: Processo de apoio psicológico às vítimas    

Costa do Marfim, reinventar-se para dar vida

A Cidadela Victoria em Man (Costa do Marfim) experimentou a tenacidade durante a pandemia. A Covid-19 não interrompeu as atividades do Centro de Saúde e do Centro Nutricional, que, também graças à ajuda da Comunhão de Bens extraordinária lançada pelo Movimento dos Focolares, apoiou as necessidades de muitas pessoas. Monica Padovani é uma focolarina italiana, tem 53 anos de idade e vive na África há vinte anos. Há dois anos, ela trabalha na Cidadela dos Focolares em Man (Costa do Marfim), como Educadora e coordenadora de atividades no Centro de Nutrição Suplementar dos Focolares (CNSF). Durante a pandemia, este coração palpitante, que ela resgatou com coragem, não parou de bater, dando um exemplo de grande engenhosidade e audácia. A criação de uma oficina para a produção de máscaras, que não se encontram no mercado, garantiu serviços indispensáveis para os doentes no CNSF e no Centro Médico adjacente, e a ajuda recebida foi essencial para que eles pudessem continuar os serviços. O que significou para a Cidadela Victoria viver a emergência nesta cadeia contínua de amor? Este ano, houve muitos desafios, mas podemos dizer com alegria que superamos muitos deles. As medidas restritivas tomadas no país no início da pandemia tornaram possível conter a propagação da doença na área ao redor da capital, Abidjian. Em Man, onde nossa Cidadela está localizada, as consequências são principalmente de natureza econômica e social e infelizmente afetaram uma situação que já era frágil, atingindo particularmente os setores mais pobres da população. Felizmente, as atividades do Centro de Saúde e do Centro de Nutrição continuaram, embora a um ritmo mais lento, e a ajuda recebida tem apoiado várias atividades de emergência, permitindo também o emprego de uma enfermeira adicional. Com uma equipe reforçada, foi possível responder melhor aos casos de desnutrição infantil, apoiar muitas mães em dificuldade e fornecer respostas concretas a várias necessidades. Ajudar parece ter sido sua maneira de “abraçar” o outro. Pode nos contar alguma experiência que tenha sido especial para você? Cada caso é único, mas entre os muitos, lembro de um bebezinho de um dia, nascido prematuro, que nos comoveu particularmente. Após o nascimento, o bebê pesava apenas 1kg e os pais foram encaminhados à pediatria com a necessidade urgente de um berço térmico. Devido a várias dificuldades, eles não conseguiram atender a essa necessidade e foi no CNSF que receberam os primeiros socorros. O bebê e sua mãe foram ajudados a se alimentar pela primeira vez, e tiveram a garantia de um ambiente calmo e tranquilo onde puderam permanecer aquecidos e em estreito contato. Graças a esses pequenos gestos, a menina ganhou força e peso e logo celebrará seu primeiro ano de vida, em plena forma. O verbo “alimentar” assumiu novos significados durante a pandemia? Em nossa experiência diária no CNSF, o termo nutrir tem certamente um significado mais amplo. Trata-se de alimentação, prevenção e luta contra a desnutrição. Entretanto, “alimentar” significa também a possibilidade de dar o que essa pessoa realmente precisa naquele momento, como conselhos, encorajamento, atenção especial. A pandemia da Covid enfatizou precisamente este aspecto: mais atenção para a outra pessoa. Foi assim que entendemos que as coisas que muitas vezes são “simples” aos nossos olhos podem ser vitais para os outros.

Maria Grazia Berretta