Movimento dos Focolares

Chiara Lubich: a atualidade do Evangelho

Fev 28, 2022

Aproximar-se ao Evangelho, hoje, significa encontrar a Palavra de Deus viva. Chiara Lubich, mediante sua experiência, com a primeira comunidade do Movimento em Trento, nos faz experimentar os efeitos de sua aplicação prática.

Aproximar-se ao Evangelho, hoje, significa encontrar a Palavra de Deus viva. Chiara Lubich, mediante sua experiência, com a primeira comunidade do Movimento em Trento, nos faz experimentar os efeitos de sua aplicação prática. Se um Deus nos fala, como podemos deixar de acolher a sua Palavra? A Bíblia repete nada menos que 1.153 vezes o convite a escutá-lo. O mesmo convite, “Escutai-o”[1], foi dirigido pelo Pai aos discípulos quando a Palavra – seu Filho – veio viver entre nós. Mas a escuta mencionada na Bíblia se atua mais no coração do que nos ouvidos. Significa aderir totalmente, obedecer, adequar-se àquilo que Deus fala, com a confiança de uma criança que se abandona nos braços da mãe e se deixa carregar por ela. (…) Percebe-se que nessa frase ressoa o ensinamento de Jesus. Ele declara feliz aquele que, tendo escutado a Palavra de Deus, a observa[2]. E reconhece como sua mãe e seus irmãos os que a escutam e a põem em prática[3]. (…) Jesus afirma ainda, no final do “sermão da montanha”, que o bom ouvinte da Palavra é aquele que a põe em prática, dando solidez à sua vida como a uma casa construída sobre a rocha[4]. Em cada Palavra sua Jesus exprime todo o seu amor por nós. Vamos concretizá-la, assumi-la como coisa nossa. Experimentemos quanta potência de vida ela irradia em nós e ao nosso redor quando a vivemos. Apaixonemo-nos pelo Evangelho até o ponto de deixar-nos transformar por ele e de transbordá-lo sobre os outros. Esse é o modo de retribuirmos com o nosso amor o amor de Jesus. Não seremos mais nós a viver: Cristo se formará em nós. Sentiremos claramente, de modo palpável, a libertação de nós mesmos, dos nossos limites, das nossas escravidões. E não é só: já que demos a Jesus a liberdade de viver em nós, veremos explodir a revolução de amor que ele provocará no ambiente social que nos envolve. É essa a nossa experiência desde o início do Movimento em Trento, durante a Segunda Guerra Mundial, quando, devido aos frequentes bombardeios, corríamos para os abrigos antiaéreos levando conosco apenas o pequeno livro do Evangelho. Nós o abríamos e líamos. E, penso, devido a uma graça especial de Deus, aquelas Palavras, já tão conhecidas, se iluminavam com uma luz novíssima. Eram Palavras de vida, que podiam ser traduzidas em vida. (…) Assim, vimos nascer ao nosso redor uma comunidade viva que, depois de apenas poucos meses, já contava 500 pessoas. Tudo era fruto da comunhão com a Palavra: uma comunhão constante, uma dinâmica realizada minuto por minuto. Vivíamos inebriados pela Palavra. Podemos dizer que era a Palavra que vivia em nós. Para aumentar em nós a aceleração em vivê-la, bastava dizer um ao outro: “Você vive a Palavra?”, “Você é a Palavra viva?” Devemos voltar àqueles tempos. O Evangelho é sempre atual. Cabe a nós acreditar nele e comprová-lo.

Chiara Lubich

 (Chiara Lubich, in Parole di Vita, Città Nuova, 2017, pag. 789-791) [1] Mt 17:5 [2] Lc 11:28 [3] Lc 8:20-21 [4] Mt 22:39

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