Nesta ocasião, debruçamo-nos sobre a pedra angular fundamental da Espiritualidade da Unidade. Chiara Lubich mostra-nos o caminho para obter a graça da unidade do Pai. […] neste ponto, que é típico da nossa espiritualidade, está implícito aquele “algo mais” em relação ao que geralmente é pedido nas espiritualidades individuais, pelo menos ao longo dos séculos. Aquele “algo mais” que, como sabemos, é reciprocidade e unidade. A unidade. Mas o que é a unidade? É possível atuá-la? A unidade é o que Deus quer de nós. A unidade significa realizar a oração de Jesus: “Pai que sejam um como eu e tu. Eu neles e tu em mim, para que sejam um” (cf Jo 17, 21-23). Não podemos buscar a unidade apenas com os nossos esforços. Somente uma graça especial, que vem do Pai, pode realizá-la, se ela encontrar em nós uma determinada disposição, um requisito específico e necessário. Trata-se do amor mútuo, pedido por Jesus, colocado em prática. O seu amor mútuo, aquele que Ele deseja, que não é – como sabemos – simples amizade espiritual, ou acordo, ou afinidade. É amar-nos mutuamente como Ele nos amou. E isso significa: com a medida do abandono. Com o desapego completo, material e espiritual, das coisas e das criaturas, para poder “fazer-se um” reciprocamente e com perfeição. Desse modo teremos feito a nossa parte e estaremos em condições de obter a graça da unidade, que não faltará, que não pode faltar. […] É preciso lembrar que, na nossa espiritualidade comunitária, temos uma graça a mais; que o Céu pode abrir-se a qualquer momento para nós; e se fizermos o que Ele nos pede, imbuídos dessa graça, podemos realizar muito, muito pelo Reino de Deus. […] durante o próximo mês, esforcemo-nos para obtermos sempre esse dom! E não esperemos por ele somente para a nossa felicidade, mas para sermos capazes de realizar a nossa típica evangelização. Vocês a conhecem: “Que sejam um, para que o mundo creia” (Cf Jo 17,21) No mundo há muita necessidade de fé, de acreditar! E todos somos chamados a evangelizar. […] Quem observar dois ou mais membros da Obra unidos – nos focolares, nos núcleos, nas unidades, nas nossas reuniões ou por estarmos casualmente juntos – seja tocado por um raio da nossa fé e acredite, acredite no amor, porque o viu. Mãos à obra! É isso o que Deus quer de nós. Deseja isso através do nosso carisma que está gravado nos Estatutos: a unidade é a premissa de qualquer outra vontade de Deus. Podemos também falar para irradiar o Evangelho, mas só depois.
Chiara Lubich
(Chiara Lubich, Conversazioni, Cittá Nuova, 2019, p. 523-524) https://youtu.be/pML328Qa0vs
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