Verdadeiramente de ouro. Já se passaram 50 anos daquele primeiro recôndito encontro, que teria produzido aberturas inimagináveis entre o Patriarcado Ecumênico da Igreja Ortodoxa e o Movimento dos Focolares. Há poucas semanas, o Metropolita Gennadios Zervos, assim se exprimiu: “Até hoje, aquele momento não foi adequadamente considerado em toda a sua grandeza” (cfr. Aquele diálogo desejado por Deus). Algo da força vital daquela semente podemos intuir se pensarmos no primeiro doutorado honoris causa em “Cultura da Unidade”, conferido ao Patriarca Bartolomeu pelo Instituto Universitário Sophia (Loppiano, Itália), em outubro passado. Nasceu dali o projeto, já realizado, de enriquecer a oferta formativa do Instituto com uma cátedra permanente para o diálogo entre Igreja Ortodoxa e Igreja Católica, dedicada ao Patriarca Atenágoras e a Chiara Lubich. No dia 13 de junho, data do aniversário, alguns de nós fomos, espontaneamente, ao Fanar, a sede do Patriarcado. Diante do lindo ícone de Maria, cantamos o Magnificat, como conclusão da nossa oração em ação de graças: “Grande coisas fez o Onipotente, Santo é o Seu Nome”. Mas de ouro foi ainda a celebração foi feita aqui em Istambul, durante a Mariápolis local. Se, no ano passado, o Papa Francisco visitou uma Mariápolis, em Roma, este ano os participantes da Mariápolis de Istambul tiveram a surpresa, a alegria, a honra de serem hóspedes do Patriarca Bartolomeu. A Escola Teológica da ilha de Halki, com seu maravilhoso parque, foi a moldura de um dia extraordinário. Domingo, 25 de junho, os 65 “mariapolitas”, de diferentes igrejas, nacionalidades e línguas, subiram à sala de audiências onde o Patriarca Bartolomeu proferiu o seu discurso: «Falamos agora de uma história que tem 50 anos, de um liame espiritual muito forte ente o Patriarcado Grego e o Movimento dos Focolares. E já podemos falar de uma tradição porque o nosso predecessor, o Patriarca Demétrio, continuou a relação com Chiara e o Movimento. E nós seguimos e levamos adiante esta tradição por 26 anos. Estamos muito felizes e é uma grande alegria para nós que a maior parte dos anos dessa tradição tenha transcorrido conosco». Não são uma novidade as manifestações de afeto e estima do Patriarca, mas ele consegue sempre nos surpreender. A expressão de sua alegria não é uma formalidade… ele é orgulhoso pela sua parte de 26 anos em 50! E acrescenta: «Mas já antes de ser patriarca, no trabalho ao lado de meus predecessores, servi com amor a este relacionamento». E continuou: «Vejo que o bom Deus vos abençoou, porque o vosso número e o vosso serviço aumentaram, porque com o testamento de Chiara, que acolhestes, prestai serviço a toda a humanidade, com o mesmo coração puro, com a mesma fé e o mesmo amor, com a mesma laboriosidade. […] Como a benção do Papa Francisco, assim a nossa benção e a nossa oração estão sempre convosco, a fim de que semeeis as sementes da paz e do amor no coração dos homens. Que Deus conduza sempre os vossos passos rumo às boas obras». Após o discurso, a entrega dos presentes, entre os quais uma foto emoldurada de Atenágoras e Chiara, durante um de seus encontros. E depois uma canção, “Ama e entenderás”, em várias línguas (inclusive em grego), que sabemos era muito apreciada pelo Patriarca Atenágoras, e que exprime a essência da Mariápolis: a luz que emana do amor vivido. Na sala de jantar o Patriarca ofereceu a todos um delicioso almoço, e a manhã se concluiu com fotos oficiais, selfies e momentos de conversa do Patriarca com uma pessoa ou outra. É de ouro, enfim, a herança que nos deixam o Patriarca Atenágoras e Chiara, protagonistas e iniciadores do “diálogo da caridade”, “grandes idealizadores do diálogo do povo (…) iniciadores de uma nova era ecumênica; ensinaram povos, transmitindo-lhes coragem, força, paciência, fidelidade, disponibilidade, amor e unidade” (Metropolita Gennadios Zervos).
Colocar em prática o amor
Colocar em prática o amor
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