O sofrimento é mestre de sabedoria. Esta é a convicção que Chiara Lubich expressa na seguinte reflexão. É preciso aproximar-nos daqueles que sofrem não apenas com compaixão, mas com uma atitude de reverência e escuta. É preciso que o Sol se ponha Por que alguns homens, sem conhecimento das ciências, inclusive ciências religiosas, tornaram-se santos tendo como único livro o Crucificado? Porque não se limitaram a contemplá-lo, ou a venerá-lo e a beijar-lhe as chagas, mas procuraram revivê-lo em si mesmos. E quem sofre e está na escuridão enxerga mais longe do que quem não sofre, exatamente como é necessário o Sol se pôr para que se vejam as estrelas. O sofrimento ensina aquilo que não se pode aprender de nenhuma outra maneira. Ele ocupa a mais alta cátedra. É mestre de sabedoria e quem possui a sabedoria é bem-aventurado (cf. Provérbios 3,13). “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados” (Mateus 5,5), não só com o prêmio na outra vida, mas também com a contemplação de realidades celestes já na terra. É preciso aproximar-se de quem sofre com aquela reverência – e até mais – com que outrora nos aproximávamos dos anciãos, quando deles esperávamos a sabedoria.
Chiara Lubich
Chiara Lubich, É preciso que o Sol se ponha – Ideal e Luz, Editora Cidade Nova – São Paulo 2003, pag. 100.
0 Comments