Movimento dos Focolares

Ecumenismo – Genebra. Mensagem conjunta

Out 27, 2002

Joint Message

Chiara Lubich, fundadora e presidente do Movimento dos Focolares, que promove uma renovação espiritual e social, fez uma visita ao Conselho Ecumênico de Igrejas, no dia 28 de outubro, para uma celebração ecumênica e um diálogo sobre a “espiritualidade da unidade” que abrange todos os campos da vida e da sociedade.   Após um intercâmbio enriquecedor, Chiara Lubich e o Rev. Dr. Konrad Raiser, secretário-geral do CEI, formularam juntos uma mensagem na qual dão ênfase a uma «esperança renovada num mesmo caminho ecumênico».   Texto integral da mensagem conjunta de 28 de outobro de 2002   É com um sentimento de profonda gratidão que lhes escrevemos, já que, considerando a missão do Conselho Ecumênico de Igrejas, isto é, trabalhar a favor da unidade cristã, hoje, aqui no CEI em Genebra, floresceu nos nossos corações uma nova confiança. Foram realizados encontros e diálogos que nos fizeram olhar para o futuro mais serenamente e que nos abrem novas perspectivas. A conferência no Instituto Ecumênico de Bossey, o culto na catedral protestante de Saint-Pierre, em Genebra, e o encontro de hoje, constituem um evento importante durante o qual, os participantes – bispos de várias Igrejas reunidos neste dias para um congresso ecumênico, nos arredores de Genebra, representantes do Movimento dos Focolares e a equipe do Conselho Ecumênico de Igrejas – partilharam orações, e num intercâmbio de pensamentos e experiências, inspiraram à nós e às nossas Igrejas a corresponder mais profundamente ao chamado e ao objetivo que temos em comum. Estávamos conscientes de que as Igrejas membros do CEI, há décadas se dedicam a uma contínua busca da unidade, com esforços incansáveis,e são notórias as conquistas alcançadas. Ao mesmo tempo, conhecíamos as dificuldades que surgiram neste último período, no qual se fala de “estática”, de inverno do ecumenismo. E então, com tudo isso no coração, durante este dia, nos parece que com a ajuda de Deus, renovamos a esperança num mesmo caminho ecumênico, através de uma espiritualidade a ser vivida, que poderia ser chamada «espiritualidade da unidade», que é caminho para a conversão do coração. Se as Igrejas se reúnem para tornar visível a unidade sinceramente buscada, conviria mudar a atitude para com Deus e entre elas. Essas Igrejas são chamadas à metanóia e a kénosis, nas quais encontramos o modo de praticar a mais genuína penitência e viver a mais autêntica humildade. O importante, certamente, é não subestimar a oração. Se abandonarmos falsas seguranças, se encontrarmos em Deus a nossa verdadeira e única identidade, se tivermos a coragem de ser abertos e vulneráveis reciprocamente, então começaremos a viver como peregrinos em viagem. Descobriremos o Deus das surpresas, que nos guiará por caminhos antes nunca percorridos, e descobriremos um ao outro como verdadeiros companheiros de viagem. Esta espiritualidade exige que nos despojemos de nós mesmos, como Cristo (cfr. Fil 2,6). Conduz à conversão individual do coração de cristãos, que assim se encontram lado a lado e aprendem das experiências espirituais, da teologia, e das tradições dos outros, que também desejam ser fiéis a Cristo. Será Ele a nos ajudar a amar a Igreja do outro como a própria, premissa necessária para a unidade visível. Tal espiritualidade deve penetrar nas nossas Igrejas, enquanto procuram testemunhar aquela unidade pela qual rezou o Senhor: “que todos sejam um”. Isto é possível graças ao Espírito Santo que – porque batizados em Jesus morto e ressuscitado, – nos torna capazes de viver fora de nós mesmos, penetrando na experiência do outro. Com estes pensamentos, com esta esperança e com estas diposições, nos dias passados, pudemos experimentar, nós – leigos, pastores, sacerdotes, bispos, responsáveis das Igrejas – o que significa ser já, de alguma maneira, pela presença do Ressuscitado entre nós, («Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles» – Mt 18,20), um único povo cristão. Vivemos um novo diálogo, o da vida, diálogo do povo que precisa promover bem mais. Diálogo que complementa o diálogo teológico e a outras formas de diálogo tradicional entre as Igrejas; as beneficia e as acelera rumo à plena realização do Testamento de Jesus: «Que todos sejam um para que o mundo creia» (cf Jo 17,21). Com o desejo de continuar, também com todos vocês, este caminho, asseguramos e pedimos a oração de todos Àquele que tudo pode.   Konrad Raiser Secretário-geral do Conselho Ecumênico de Igrejas   Chiara Lubich Presidente e Fundadora do Movimento dos Focolares   Outras informações sobre a visita de Chiara Lubich ao CEI  

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