Movimento dos Focolares

Empresários contracorrente

Abr 10, 2018

Antes do lucro está o respeito pela pessoa e o valor da legalidade. A história de Letizia Mombelli e a coragem empresarial da sua atividade.

A Letizia Mombelli e o seu marido são proprietários de uma empresa da região de Brescia (Itália). Nos últimos anos, passaram por momentos de crise enfrentando tudo com confiança em Deus e na sua providência, entregando a Ele as preocupações e as decisões. Começaram a atividade com uma pequena empresa mecânica com poucos dependentes, mas a falta de trabalho, a burocracia e a decisão de recusar todas as tentativas de corrupção provocaram uma grande perda de capital. A escolha dolorosa de licenciar boa parte dos dependentes foi inevitável, bem como aquela de vender os maquinários para garantir aos trabalhadores tudo o que a lei prevê. Antes do desligamento completo esperaram que cada um tivesse encontrado um outro emprego. “Vivemos tudo isso como um fracasso – lembra Letizia – mas não desistimos. Ao nosso redor a família do Movimento dos Focolares sustentou-nos com a oração e confiamos tudo a Deus para que nos guiasse em todas as escolhas, procurando ter relacionamentos corretos com os clientes, os fornecedores, os representantes ou qualquer pessoa que entrasse na nossa empresa. A providência de Deus não demorou para chegar”. Depois daquele momento de dificuldades, enfrentado com escolhas corajosas, chega a oportunidade de mudar de setor. Familiares, outros empresários e fornecedores oferecem a ajuda concreta que permite à empresa de reenguer-se. “O fruto mais bonito daquele período – continua – é que os nossos filhos maiores demonstram valorizar as coisas importantes como a escolha de uma vida sóbria e de poter experimentar o amor de Deus através de tantos pequenos e importantes sinais. Tudo isso reforçou o elo de união da nossa família”. Porém, em 2009 a crise econômica mundial não poupa a empresa de Letizia, que não recebe mais pedidos. Também desta vez a família confia em Deus na oração e, em pouco tempo, chegam dezenas de encomendas. Em 2016 chega um pedido com promessa de continuidade, de modo a garantir à empresa a tranquilidade econômica por longo tempo. Todavia, apenas depois da primeira entrega Letizia descobre que aqueles produtos seriam destinados à indústria de armas. Diante das imagens de desespero de tantos refugiados em fuga das guerras, a Letizia e a sua família decidem renunciar àquele trabalho. “A escolha foi tomada com uma certa apreensão, mas eu e o meu marido não tivemos dúvidas e o nosso filho, que tinha começado a trabalhar conosco, foi totalmente de acordo”, afirma. A seguir veio uma outra crise que levou outra vez a empresa quase ao fechamento. A Letizia e a sua família confiam também desta vez à providência e chega um pedido de trabalho como não acontecia há muitos anos. “Verdadeiramente sinto que Deus caminha ao nosso lado”, confessa a Letizia, dirigindo o seu pensamento também à fundadora dos Focolares. “Agradeço a Chiara Lubich que, como luz no meu caminho, ajudou-nos sempre a fazer escolhas coerentes, baseadas nos valores da pessoa humana, pondo em segundo plano o lucro e a segurança econômica”, conclui. Chiara Favotti

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