Movimento dos Focolares

Estados Unidos: a pandemia nos recoloca no essencial

Set 9, 2020

Depuis des mois, un prêtre parcourt chaque jour de nombreux kilomètres à vélo ou en camionnette pour être proche de sa communauté. Une expérience, vécue avec une équipe de paroissiens, qui a uni et élargi les horizons, avec également des effets sur la période post-pandémique.

Por muitos meses um sacerdote percorre quilômetros, todo dia, de bicicleta ou numa pick-up, para estar próximo da sua comunidade. Uma experiência vivida com um grupo de paroquianos, que uniu e dilatou os horizontes, com efeitos inclusive no pós-pandemia. Se os períodos de lockdown e as normas de distanciamento social nos obrigam a frequentar poucos os locais de agregação, como a paróquia, por que o padre não pode ser a ponte e a ligação entre todos? É o que está fazendo o padre Clint Ressler, sacerdote católico americano, que desde o início da pandemia atravessa todos os dias, de um extremo a outro, o território da sua paróquia de Santa Maria da Medalha Milagrosa, na cidade do Texas, para visitar os seus paroquianos. Padre Clint, como a vida da sua paróquia mudou durante esta pandemia? É verdade que a pandemia está mudando drasticamente a nossa forma de manter os relacionamentos e fazê-los crescer. Percebo com mais força, dentro de mim, a consciência de que Deus nos chama à corresponsabilidade. Como pastor, eu me sinto apoiado e cercado por uma equipe forte e muito motivada. Pelo fato de estarmos mais concentrados no essencial da nossa missão, experimentamos alegria e gratidão vendo os frutos dos nossos esforços. Antes da pandemia os meus dias eram cheios de muitos contatos com as pessoas. Pode ser que, às vezes, eu tenha estado preso demais aos meus projetos ou encontros, ou pelo meu dever de estar presente e atento diante de cada pessoa. Agora, até porque em todos existe a necessidade de comunhão, de relações autênticas, eu me encontro mais no meu “ser” do que no meu “fazer”. O relacionamento entre os grupos paroquiais e outros, que oferecem um serviço à paróquia, é mais pessoal, com contatos vivos pelo telefone ou nas redes sociais, e até com breves visitas. Parece-me que o grande desejo de viver a comunhão, que Deus colocou nos nossos corações, esteja encontrando os seus caminhos para superar as dificuldades. O que fez para continuar a estar próximo de seus paroquianos? Talvez porque haja menos encontros e uma atenção maior ao essencial da missão, não estou tão atarefado como era antes da pandemia. Além disso, há a voz de Deus dentro de mim, que sugere para ralentar, confiar Nele e ter paciência. No início da pandemia procurava ir visitar os paroquianos, ia de bicicleta ou na pick-up. Nos primeiros meses visitava até 12 famílias em um dia. Agora diminui o ritmo, faço menos visitas, mas procuro estar mais tempo com as pessoas. Pode nos contar qual foi o momento mais bonito, e o mais difícil, dessas visitas? Não é fácil escolher um único fato. Um dia fui ver uma família que há poucos dias havia perdido a casa por causa de um incêndio. Os filhos tinham ficado não só sem um teto, mas sem brinquedos. Um vizinho deles logo os hospedou, recebendo essa família na própria casa. Essa foi a visita mais triste, mas a mais edificante. Fiquei tocado de ver como essa experiência, de repente, houvesse transformado o chamado do Papa Francisco a ser “discípulos missionários” de lindas palavras em algo que podia e devia desesperadamente ser vivido. Na sua opinião, o que essa experiência trará de positivo na vida de sua comunidade paroquial, inclusive depois da pandemia? A pandemia ajudou muitas pessoas a adquirirem familiaridade com a “fé online”. Os paroquianos se tornaram especialistas no uso dos meios tecnológicos em geral, mas também para o que diz respeito à fé deles. Pessoalmente, fiquei edificado pela forma como os nossos paroquianos cuidaram uns dos outros. Creio que depois da pandemia veremos os frutos desta proximidade e destas expressões concretas de reciprocidade. Com a pandemia o senso de solidariedade tornou-se ainda maior, sentimo-nos chamados a viver a solidariedade não apenas com os mais próximos, mas diante das necessidades e desafios do mundo inteiro. Percebemos que “estamos todos juntos” nessa situação. E espero que isso permaneça nos corações e em tudo o que fazemos, inclusive depois da pandemia. O senhor conhece e vive a espiritualidade do Movimento dos Focolares, qual influência ela tem sobre a sua vida de sacerdote e de pároco, de modo geral, mas especialmente neste período da pandemia? A responsabilidade sobre uma paróquia pode ser pesada e complexa, e exige discernimento e decisões difíceis. Contudo, se tento concentrar-me no amor concreto, não me parece tão oprimente. Obviamente tudo parte da união com Deus. Como sacerdote, e principalmente como pastor, a mim foi confiada uma missão que implica influência e autoridade. Por vezes, sendo um líder, posso cair numa “abordagem empresarial” que valoriza a eficiência, evita os riscos e valoriza os resultados. A espiritualidade dos Focolares, o testemunho de Jesus, chama-me ao serviço, à humildade e à fidelidade na paciência. Entendi que o ponto de partida fundamental, para descobrir a vontade de Deus, é viver com Jesus entre nós. Em outras palavras, devemos ser “Igreja”, o corpo místico de Cristo. Enquanto, pela graça de Deus, vivemos e crescemos nestes relacionamentos recíprocos, podemos escutar a voz “sutil” do Espírito Santo. Creio que estes anos de vida com o Movimento dos Focolares tenham enraizado em mim o desejo de levar este tipo de discernimento à paróquia, com a administração paroquial, com o conselho pastoral, com todos os grupos e comissões.

Anna Lisa Innocenti

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