Aprender a fazer o bem significa tomar posse de um alfabeto que nos permite compreender a vontade de Deus na nossa vida e ir ao encontro do outro. É um alfabeto feito de gestos, e a justiça nada mais é do que o tesouro precioso a buscar, a joia desejada e a meta deste nosso modo de agir. O acidente Estava voltando para almoçar em casa quando o carro à minha frente começou a desgovernar e depois capotou. Parei e saí do carro para prestar ajuda. Graças à chegada de outras pessoas que socorreram, os acidentados foram retirados do veículo, ensanguentados; era uma senhora idosa, um homem jovem e um menino. Por medo de ser envolvido no acidente, porém, ninguém se ofereceu para levá-los ao hospital. Devia ser eu! Eu sou muito emotivo e às vezes só ver o sangue me faz desmaiar. Mas, desta vez era preciso ter coragem e agir. Para aceitar os feridos, o Pronto Socorro pedia uma soma que naquele momento eu não tinha. Mas eu podia fazer um cheque… era um risco, mas não era possível abandoná-los. Então assinei o cheque e, depois de ter tido certeza que os feridos estavam bem assistidos (como o bom samaritano), fui embora. Eu me sentia leve, como depois de fazer uma prova: tinha superado o obstáculo da minha emotividade e, principalmente, tinha ajudado a irmãos em um momento crucial. Experimentei a verdadeira alegria do Evangelho. (Marciano – Argentina) Renascimento A adolescência rebelde de um de nossos filhos, a sua depressão, os ataques de pânico, as amizades destrutivas e as dependências, tinham aberto uma grande ferida na nossa família. Dentro de mim crescia um rio de raiva, de sentimentos hostis que, transbordando, faziam-me agir negativamente com meu marido e os outros filhos. Como mãe consciente de ter falhado, eu me fechei cada vez mais em mim mesma. Uma boa amiga, vendo-me naquele estado, aconselhou-me conversar com um sacerdote. A graça chegou precisamente naquela conversa. Como se Deus rompesse as grossas paredes do coração onde as minhas lágrimas estavam trancadas, chorei muito, desabafei todas as coisas terríveis acontecidas a nosso filho naqueles anos. Naquele dia, a liturgia trazia uma frase de Ezequiel que confirmou o meu renascimento: “Eu vos darei um coração novo e colocarei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne” (Ez 36,26). Na oração reencontrei a paz para poder ser um ponto seguro, ao lado dos meus filhos. (W. Z. – Polônia) Perdão Uma pessoa, minha conhecida, recebeu do irmão a notícia da morte improvisa da esposa dele, e o pedido para que fosse encontrá-lo. Ela nunca tinha tido bons relacionamentos com a cunhada, especialmente desde quando havia impedido ao marido que fosse visitar a própria mãe, antes que morresse. Algumas suas amigas lhe diziam que fazia bem em não ir ver um irmão que não tinha se comportado bem com toda a família. A senhora, muito religiosa, de sua própria maneira, começou a rezar pela cunhada e mandar celebrar missas de sufrágio… mas não se mexeu: não conseguia perdoar o irmão. Como convencê-la que havia uma contradição em seu cristianismo? Justamente naquele mês a Palavra de Vida estava centralizada no amor mútuo. Como uma tentativa, levei a ela o folheto com o comentário, que explicava como viver aquele mandamento evangélico. Depois de alguns dias ela chegou na minha casa, toda sorridente. Veio me contar que depois de ter lido aquele folheto não pode mais resistir: foi até seu irmão e se reconciliou com ele. (D. P. – Brasil)
A cura di Maria Grazia Berretta
(retirado de “Il Vangelo del Giorno’, Città Nuova, anno IX – n.1- janeiro-fevereiro 2023)
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