Movimento dos Focolares

“Habitandando”

Jul 20, 2016

Um mapeamento de boas práticas. Viajando pela Itália com a sinergia entre Diálogos em Arquitetura e a Universidade de La Salle, da Colômbia.

201607Habitandando2Quinhentos quilômetros. Três estudantes de arquitetura colombianos, uma lista de lugares, pessoas da Itália e de Malta, paisagens e experiências para serem conhecidas, privilegiando os locais menos populares. «Estes os ingredientes de um tour, inspirado  nos  Gran Tour, que levavam os estudantes recém formados na Itália, para aprender in loco, para tocar, fazer a experiência direta», explicam os arquitetos italianos Iole Parisi e Mario Tancredi, coordenadores do projeto. E revelam a origem do nome “Habitandando: a viagem como método, o território como sala de aula”, projeto que se realizou de 29 de junho a 16 de julho: «Habitar, que significa, de algum modo, possuir, e andar, que representa a fugacidade, a busca. O território a ser possuído para poder compreendê-lo, e a viagem como método de aprendizagem». A viagem foi realizada porDiálogos em Arquitetura”, em parceria com o workshop itinerante da Universidade de La Salle, de Bogotá, com a qual, há anos, existe uma frutuosa colaboração, e tinha uma componente acadêmica e outra mais experiencial. As etapas aconteceram em Catânia, Itália, onde um grupo de arquitetos e engenheiros está trabalhando num grande projeto – guiado por Paolo Mungiovino – para a recuperação de um antigo edifício histórico, o ex-Convento dos Cruzados, no coração do centro histórico, que será transformado em Museu Egípcio, graças ao acordo com o museu de Turim. 201607Habitandando3Em Chiaramonte Gulfi (Ragusa, Sicília), após uma calorosa recepção, com a presença do vice-prefeito e parte da Câmara de vereadores, foi apresentada a experiência da Cooperativa Fo. Co., atuante diante dos desafios atuais, para a Sicília e não só, com a chegada dos migrantes e refugiados. «Com eles aprendemos como se possa conciliar o amor pela própria terra com os desafios da integração, feita de um modo capilar, atento. Uma verdadeira aula de diálogo», comentaram ainda Mario e Iole. Na Calábria, o grupo foi guiado por Maria Elena Lo Schiavo, vice-prefeita de Marina di Gioiosa Ionica: «Com a sua simplicidade, mostrou-nos a conhecida determinação do povo desta terra, que diz “não” às gangs, e muitos “sim”: ao compromisso, à positividade, à criatividade. Anna Cundari, arquiteta de Cosenza, levou-nos ao Parque Nacional de Pollino, entre aldeias que arriscam o abandono, fazendo-nos conhecer pessoas que, por amor à própria terra, dizem ainda outros “sim”, com força e generosidade, restaurando e colocando de pé, às vezes com as próprias mãos, casas e capelas, dando um novo espírito a esse território». Em Pescara, os estudantes da Universidade d’Annunzio, inspirados na forte veia social da Universidade de Bogotá, estão comprometidos num caminho difícil, em um dos grandes bairros carentes da cidade, habitado por ciganos e imigrantes, e no projeto envolvem escolas e associações. «A lista dos contatos, nestes 15 dias de viagem – concluem os organizadores – seria ainda longa, mas, sintetizando, parece-nos ter saboreado uma “beleza” que, bem distante de apreciações estéticas, mostra-se nos relacionamentos entre pessoas e entre estas e os territórios. De forma que a beleza das paisagens e aldeias e cidades se “acendeu”, graças aos relacionamentos, ao diálogo, ao evidenciar as boas práticas que muitos, ainda, sem muito barulho, são capazes de colocar em ação». Maria Chiara De Lorenzo

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