“A inculturação é uma exigência intrínseca do cristianismo. Trata-se de processos difíceis e complexos que necessitam de tempo. As próprias pessoas do lugar são particularmente importantes. Vivendo com autenticidade o Evangelho, as pessoas que já possuem interiormente, profundamente, a própria cultura, farão as sínteses que depois doarão aos outros, por meio dos costumes, das manifestações artísticas e das estruturas do próprio povo. Tenho a total convicção de que o importante é o próprio Deus. Isto não significa, obviamente, que se possa permanecer inativos ou indiferentes. Também nós estamos recolhendo, por exemplo, os provérbios africanos e de outros povos; publicaremos livros sobre as grandes religiões pela nossa editora; Chiara [Lubich] iniciou, na África, uma escola sobre a inculturação e, em seguida, fundou outra na América Latina… Mas, se alguém pensasse que basta estudar as várias culturas para depois fazer a conexão com o Evangelho, percorreria um caminho errado. É necessário doar Deus, Ele é aberto e plenamente “interessado” naquilo que Ele mesmo criou e Ele a fará a inculturação. Naturalmente existem muitas formas de inculturação, muitas tentativas que devem ser encorajadas e abençoadas, porém, somente Deus faz a verdadeira inculturação. A maior contribuição que nós podemos dar é a de amar. Se cada um doa si mesmo, perdendo o próprio eu no outro e acolhendo o outro em si, então floresce, na maneira mais bela e completa, a personalidade de cada um. Assim é entre os povos: se se sabe “perder” a própria cultura por amor, abrindo-se a Deus no próximo, “se salvará” o melhor de cada cultura e surgirão e se enriquecerão não somente as qualidades espirituais, mas, também, as humanas, culturais, étnicas de cada um desses povos. No início a caminhada será lenta, mas, uma vez que se encontra o caminho, certamente acontecerá uma aceleração, com grandes resultados”. Pasquale Foresi Fonte: Pasquale Foresi, Colloqui, Città Nuova Editrice 2009, pp. 133-136. Coletânea de respostas dadas aos membros do Movimento dos Focolares, durante os anos 1990/1998.
Colocar em prática o amor
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