«No dia 22 de agosto de 1944 perdi a minha única irmã na tragédia naval de Tsushima maru», o navio de passageiros afundado por um submarino americano, quando morreram mais de 1400 civis, dos quais mais de 700 crianças. «Minha mãe, até a sua morte, aos 96 anos, continuou a sofrer e a repetir: “a guerra a engoliu”». Quem narra a sua história, com grande interioridade, é Toshiko Tsuhako. A sua cidade, na ilha de Okinawa, foi teatro, entre abril e junho de 1945, da única batalha terrestre combatida no Japão: mais de 150 mil mortos. «Eu tinha ainda a idade de uma criança inocente quando encontrei-me mergulhada na trágica experiência da guerra, em contato com as feridas dolorosas que ela provoca, no corpo e nas almas das pessoas. Aos 12 anos a terra terminou. Minha mãe era de constituição frágil, e tendo ficado como filha única dediquei todas as minhas forças para tentar sustentá-la e aliviar as suas aflições. Aos 16 anos encontrei a fé cristã e recebi a graça do batismo». Já adulta teve contato com a espiritualidade dos Focolares: «Fiquei muito surpresa em saber que a fundadora, Chiara Lubich, durante a Segunda Guerra Mundial, entendeu que Deus nos mas imensamente e que somos todos irmãos e irmãs que aspiram por um mundo unido, porque essa realidade coincidia com o grande sonho que eu carregava desde a juventude». «Mesmo se sabia que tudo o que acontece está nas mãos de Deus, muitas vezes me questionava: “por que existem ainda guerras dolorosas e cruéis?”, e continuava a sonhar com uma “família global”, onde as pessoas vivem a gratidão mútua e a comunhão». «Para construir um verdadeiro mundo de paz penso que Deus precise a colaboração dos homens. É preciso cultivar corações que amem também o próprio país, mas, mais do que tudo, almas sensíveis que se doem ao bem das pessoas, que saibam amar». «Neste aniversário do fim da guerra – declara Toshiko – renovo a minha confiança em Deus e o meu compromisso de prosseguir o caminho na construção da paz».
Colocar em prática o amor
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