A presidente e o copresidente do Movimento dos Focolares voltaram ao Líbano onde celebraram o 50° aniversário do Movimento com a comunidade e diversas personalidades civis e religiosas. Às vezes, acontece que os grandes percursos históricos se concentram em um pequeno episódio da história de uma pessoa. Foi o que ocorreu no sábado, 11 de maio, durante o encontro dos membros do Movimento dos Focolares no Líbano que celebrava 50 anos da chegada do Movimento no país dos cedros. Os 450 presentes haviam acabado de percorrer algumas das etapas principais desses 50 anos quando um dos apresentadores confessou: “Na guerra de 75 a 90, meu irmão morreu e eu era um dos que tinham uma arma nas mãos. Em 93, conheci o Movimento dos Focolares e a espiritualidade da unidade mudou a minha vida”. Essas poucas palavras são um concentrado de realidades na verdade: há a riqueza e a beleza do Líbano como porta para o Oriente Médio, onde três continentes se encontram e três grandes religiões se cruzam; dizem que é um país privilegiado pela história, que vive o desafio contínuo de uma convivência fraterna entre povos, religiões, crenças e ritos cristãos; enfim é uma nação que não se entrega nunca e que encontra sempre novos recursos para recomeçar. Essa confissão também exprime o drama e os traumas de uma guerra que durou 16 anos, cujas origens e raízes nunca foram realmente enfrentadas. E no pequeno episódio da história desse homem se esconde a semente jogada pelos primeiros focolarinos que chegaram em 1969 em Beirute cujo testemunho de uma vida baseada no amor sobreviveu à guerra e que hoje se exprime nas diversas expressões do Movimento e em tantas atividades eclesiais e sociais que se apresentam neste dia de festa. Maria Voce e Jesús Morán, presidente e copresidente do Movimento dos Focolares, que vieram para festejar com os libaneses, não se contentaram com uma alegria que parte do passado para chegar ao presente. Em suas respostas a algumas perguntas, desafiavam o Movimento no Líbano a olhar o futuro: a não parar de anunciar o Evangelho segundo o estilo típico do carisma da unidade que, imitando Cristo, se faz um com todos. Eles os encorajaram a não evitar contrastes e conflitos que possam colocar em discussão inclusive as próprias categorias culturais para alcançar uma nova mentalidade evangélica e os incentivaram a não viver um ecumenismo superficial para testemunhar, mesmo diante das autoridades eclesiais, uma unidade verdadeira na diversidade dos ritos e das crenças. Enfim, pediram que não deixem escapar a profecia inserida no diálogo inter-religioso, sobretudo com os muçulmanos, assim como Chiara Lubich o fez. Maria Voce resumiu todos esses desafios em sua saudação depois da missa de domingo, 12 de maio, na catedral da ressureição de Antelias, próximo a Beirute, que foi o ato oficial com o qual se celebrou o 50° aniversário. A presidente fez votos de que “o Líbano possa ser para o mundo todo aquela ‘mensagem’ viva de coexistência e fraternidade para além de cada fragmento que o papa João Paulo II já nos anos 80 havia visto como característica particular do povo libanês, em que a diversidade cultural e espiritual se torna a riqueza exemplar no caminho do indivíduo e dos povos. Vamos também nós repetir com o papa, hoje santo: ‘O Líbano é mais que um país, é uma mensagem de liberdade e um exemplo de pluralismo para o Oriente e o Ocidente’.”. Os 50 anos do Movimento dos Focolares nesse país demonstram que a espiritualidade da unidade tem a capacidade de manter essa mensagem viva e atual.
Joachim Schwind
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