Após ilustrar os pontos da arte de amar, expressão muito usada por Chiara Lubich, Maria Voce se pergunta: «Mas o que fazer para viver esta arte que não se fundamenta em sentimentos ou bons propósitos, mas que é praticada na medida desejada por Jesus, ou seja, até o ponto de dar a vida. Existe uma chave, um segredo, que nos torna cada vez mais aptos para viver esta medida?». E fala do “momento ápice” da paixão de Jesus quando, sentindo-se abandonado pelo Pai (Mt 27,46), se entrega assim mesmo em suas mãos (Lc 23,46), superando «aquela imensa dor, levando assim os homens à união com o Pai e à comunhão entre eles». «Como podemos viver este mistério de Jesus abandonado-ressuscitado? Como conseguir progredir quando no caminho ecumênico temos divergências em relação à verdade?», se pergunta ainda a presidente. «Tende em vós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus: – escreve o apóstolo Paulo aos Filipenses – Ele, existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano” (Fil 2,5-7). Com esta atitude, podemos transmitir de modo autêntico a verdade de Cristo. Cristo esvaziou-se de tudo, como dom de amor». E cita Papa Francisco na conclusão da Semana de Oração pela unidade dos cristãos, no dia 25 de janeiro passado: “Se vivermos este morrer para nós mesmos por amor de Jesus, o nosso velho estilo de vida é relegado para o passado e, como aconteceu a São Paulo, entramos numa nova forma de existência e comunhão”. «Chiara Lubich chama esta nova forma de existência de comunhão: “Jesus em meio a nós”. Essa expressão se refere à promessa de Jesus de estar presente entre aqueles reunidos em seu nome, que significa em seu amor (Mt 18,20). Esta presença do Ressuscitado entre os seus é decisiva para o ecumenismo». A partir de 1996, após um encontro com cerca de mil entre anglicanos e católicos, Chiara começa a falar do ecumenismo “do povo”. É com este espírito que nasce o caminho de “Juntos pela Europa”, comunhão e colaboração entre 300 movimentos e comunidades de diversas Igrejas. «Sem uma verdadeira reconciliação – afirma Maria Voce – não se progride no caminho na direção da unidade. E esta reconciliação caracteriza até hoje a comunhão entre os movimentos». Enfim, conclui a presidente: «Na esteira dos acontecimentos de Lund em 31 de outubro de 2016 – continua –, quando o Papa Francisco, junto com o Presidente da Federação Luterana Mundial, o bispo Dr. Munib Younan, quiseram comemorar juntos o início dos 500 anos da Reforma, senti o dever de dar um novo impulso ao empenho ecumênico que caracteriza o nosso Movimento». Surgiu assim na Mariápolis permanente, nas proximidades de Augsburg, “A Declaração de Ottmaring” que «quer nos ajudar a pensar ecumenicamente: lembrar que qualquer irmão que encontro, seja da minha Igreja, seja de outra, pertence ao corpo de Cristo, àquele corpo pelo qual Cristo deu a sua vida. É este, em absoluto, um compromisso que assumimos como Movimento dos Focolares, e que podemos fazer penetrar hoje em todas as dimensões da vida humana. O ecumenismo é uma necessidade dos tempos. Deve ir adiante. Porque responde à necessidade de Deus que as pessoas têm, ainda que inconscientemente. E se as pessoas encontrarem Jesus presente entre cristãos que se amam, a fé nascerá neles, mudarão o modo de se comportarem, buscarão a paz e as soluções de justiça, trabalharão pela solidariedade entre os povos. Somente através de cristãos unidos o mundo poderá encontrar Deus». Leia o texto integral em italiano
Colocar em prática o amor
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