Movimento dos Focolares

O Espírito Santo em ação

Jun 11, 2019

Sábado, 8 de junho, a Presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, foi convidada a participar da conferência internacional de líderes da Renovação Carismática Católica, organizada pelo CHARIS (Catholic Charismatic Renewal International Service), o novo serviço instituído pela Santa Sé através do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que iniciou oficialmente sua atividade no dia de Pentecostes. Em seu discurso, Maria Voce falou sobre quem é o Espírito Santo no Movimento dos Focolares. Relatamos alguns trechos.

Sábado, 8 de junho, a Presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, foi convidada a participar da conferência internacional de líderes da Renovação Carismática Católica, organizada pelo CHARIS (Catholic Charismatic Renewal International Service), o novo serviço instituído pela Santa Sé através do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida que iniciou oficialmente sua atividade no dia de Pentecostes. Em seu discurso, Maria Voce falou sobre quem é o Espírito Santo no Movimento dos Focolares. Relatamos alguns trechos. Caros amigos, O Espírito Santo sempre teve um papel importantíssimo na nossa história. E Chiara Lubich, fundadora e primeira presidente do Movimento dos Focolares, evidenciou várias vezes : “Foi o nosso Mestre”, “o grande protagonista da nossa história”, “o doador do nosso Carisma”. Foi sempre ele, o Espírito Santo, que iluminou, guiou, amparou, difundiu o que nós denominamos “o Ideal”, ou seja, Deus, descoberto e redescoberto através da espiritualidade da unidade. “Ideal” que, inundando-nos de luz, nos lança todos os dias em uma aventura divina sempre nova, única e maravilhosa. Certo, no início da nossa história – nos anos 1940-1950 –, essa função do Espírito Santo não era tão evidente: durante vários anos não se falou dele e da sua atuação em relação a nós, porque Ele mesmo quis assim. Como Chiara disse em um Congresso da Renovação carismática em 2003: “Ele colocou-se de lado com todo o cuidado. De certo modo, ele desapareceu, se anulou, dando-nos deste modo uma lição que jamais esqueceremos: Ele, que o personifica, nos ensinou o que é o amor: é viver e colocar em relevo os outros” . Ao mesmo tempo, porém, desde os primeiros anos, nos vários pontos da espiritualidade da unidade, que se delinearam aos poucos, encontramos a marca indelével da silenciosa mas ativa presença do Espírito. Basta pensar na experiência vivida durante a Segunda Guerra Mundial em um “porão escuro” onde, refugiando-se das bombas, Chiara abre o Evangelho e tem a impressão de que cada página se ilumina com nova luz: é o Espírito Santo que a faz sentir a palavra de Jesus pronunciada dois mil anos antes como uma Palavra viva, sempre viável, adequada para todo tempo e toda situação. O amor pela Palavra de Deus – que procuramos viver mês por mês para nos evangelizarmos sempre – é um dos pilares da nossa espiritualidade. Durante o verão de 1949, caracterizado por uma particular experiência mística vivida por Chiara, encontramos o Espírito Santo como seu silencioso companheiro de viagem, Aquele que todos os dias a faz viver “Realidades infinitamente belas” . É naquela circunstância que ela compreende como o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade, era “todo o respiro de Jesus, todo o Calor, a Vida Dele”, “a atmosfera do Céu”, a atmosfera “da qual todo o Céu é impregnado” . Ainda nesse período, o Espírito Santo revela a ela toda uma nova compreensão de Maria , compreensão que, mais tarde, será determinante para o desenvolvimento do Carisma e para a própria constituição da Obra, intitulada depois a Maria. No caminho espiritual empreendido, Chiara sempre exortou a ser “alunos assíduos deste grande Mestre”; a prestar atenção às suas manifestações misteriosas e delicadíssimas; não desperdicemos nenhuma daquelas que podem ser suas inspirações . Foi sempre uma prática comum da nossa vida “escutar aquela voz”, ou seja, a voz do Espírito Santo, que habita dentro de nós. É uma “voz” que fala forte, que inspira, que guia, se nos colocamos em uma atitude de amor para com Deus e nossos irmãos; uma “voz” que ajuda a levar a revolução do amor evangélico ao mundo. Entre os muitos efeitos suscitados pelo Espírito Santo, um que experimentamos continuamente nas comunidades, nas nossas cidadezinhas, nos nossos pequenos ou numerosos encontros, é a particular “atmosfera” que se cria como fruto de uma unidade profunda gerada pela presença do Ressuscitado entre nós. (cf. Mt 18,20). Mas Jesus pode estar entre nós somente se o nosso amor mútuo é medido pelo seu (“como eu vos amei”). Para isso é preciso olhar para Ele crucificado – que, por amor, experimenta até mesmo o abandono – e reconhecê-lo e amá-lo em todas as dores que encontramos, sendo nada como Ele. “Jesus Abandonado é o nada, é o ponto e através do ponto (ou seja, o Amor reduzido ao extremo, o ter doado tudo) passa somente a Simplicidade que é Deus: o Amor. Só o Amor penetra…” . Assim, podemos deixar o Ressuscitado viver em nós, e o Ressuscitado traz consigo o seu Espírito. Experimentamos que, quando Jesus está presente no meio de nós, a voz do Espírito Santo se amplia fortemente, como através de um “alto-falante” . Também invocamos a presença do Espírito Santo de maneira especial com a nossa típica oração, que é o consenserint, à luz das palavras de Jesus: “Eu vos digo mais isto: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, meu Pai que está nos Céus concederá” (cf. Mt 18,19). Através desta oração nos dirigimos ao Pai, entregando-lhe todas as necessidades e quantas graças, várias e impensáveis, obtivemos deste modo! Também experimentamos que o Espírito Santo entra na vida e na história de cada um e renova a partir de dentro não apenas um particular, mas todas as realidades humanas, para conduzir toda a humanidade e o cosmos à realização do projeto de Deus. E que, colocando à base dos relacionamentos entre os homens o amor mútuo como reflexo do amor trinitário, é possível realmente transformar o mundo em todos os âmbitos: político, econômico, cultural, artístico, educativo, etc. . “Senti – escreve Chiara – que fui criada como um dom para quem está perto de mim e quem está perto de mim foi criado por Deus como um dom para mim, como o Pai na Trindade é todo para o Filho e o Filho é todo para o Pai. E por isso o relacionamento entre nós é o Espírito Santo, o mesmo relacionamento que existe entre as Pessoas da Trindade” . Estamos convencidos de que todos nós, grandes e pequenos, podemos ser “portadores” de Espírito Santo, para fazer resplandecer o divino não apenas na Igreja, mas também fora, no mundo que nos é confiado. Somos chamados a traçar, por onde passamos, “bordados de luz” e dar assim a nossa contribuição à humanidade que nos circunda, para reencontrarmos juntos o verdadeiro sentido do nosso caminhar. Gostaria de concluir com um sonho de Chiara, que ela confiou totalmente ao Espírito Santo. Um sonho que é também meu e creio que também de vocês: “Sonho que o Espírito Santo continue a inundar as Igrejas e a potencializar as ‘sementes do Verbo’, que existem fora delas, de modo que o mundo seja invadido por contínuas novidades de luz, de vida, de obras que só Ele sabe suscitar. A fim de que um número cada vez maior de homens e mulheres se encaminhe por retos caminhos, conflua para o seu Criador, coloque o próprio espírito e coração a Seu serviço” .

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