Movimento dos Focolares
Rumo ao Genfest 2018

Rumo ao Genfest 2018

Genfest_dWorld Trade Center Metro de Manila, Filipinas, 6 a 8 de julho de 2018. O encontro marcado é para milhares de jovens do mundo inteiro, movidos por uma ideia que, como uma fixação, dá forma à vida deles e às ações sociais que suscitam: construir um mundo unido e solidário. O Genfest 2018 Beyond all borders é um convite a fazer desmoronar as fronteiras, os limites, as barreiras que impedem este processo. Nascido em 1973 de uma ideia de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, em mais de 40 anos o Genfest reuniu dezenas de milhares de jovens. A de 2018 será a décima primeira edição, a primeira fora da Europa. Na sua longa história, cada Genfest assinalou uma etapa e viu a concretização de muitos projetos: entre estes, a ideia das Jornadas mundiais da juventude, iniciadas em 1985; o nascimento no mesmo ano dos Jovens por um Mundo Unido (JpMU); a Semana Mundo Unido, em ação desde 1996, para evidenciar as iniciativas que promovem a unidade, em todos os níveis, no mundo; e enfim, desde 2012, o United World Project, grande observatório permanente de todas as boas práticas em nível planetário. O próximo Genfest precederá de pouco tempo o Sínodo sobre os jovens, que se realizará em outubro de 2018. Encontrando os organizadores, presentes nestes dias em Castelgandolfo (Roma) no encontro dos delegados do Movimento dos Focolares no mundo, colhemos notícias “em primeira mão”. Ding Dalisay representa, na assembleia, as Filipinas: «Com grande alegria tivemos o apoio do presidente da Conferência episcopal filipina que nos encoraja a trabalhar para levar a realidade do Genfest ao máximo de jovens possível. Já faz um pouco de tempo que os jovens das Filipinas estão circulando em trailers para apresentar o Genfest nas paróquias, nas universidades e em outros lugares. Temos uma grande esperança de que muitos jovens virão». Carlo Gentile, delegado das Filipinas junto com Ding: «Será o primeiro Genfest na Ásia, portanto será muito importante para o aspecto da interculturalidade. Chiara Lubich definia o Genfest uma “cascata de Deus”. A nossa expectativa é de um evento maravilhoso, preparado para oferecer a todos os jovens que vêm da Ásia, mas não só, uma experiência profunda, imersa na cultura asiática». RisshoKoseiKaiUma mobilização mundial já começou. São muitos os contatos com outros Movimentos, como aqueles com os jovens da Rissho Kosei-kai, associação leiga budista japonesa, com seis milhões de seguidores, e com o Youth World Peace Forum, que celebrará o próprio meeting anual em Manila no mesmo período do Genfest. Em algumas áreas do mundo se pensa em reproduzir o Genfest com iniciativas locais. Uma comissão composta por 30 jovens, representantes das diferentes áreas geográficas do mundo, com a coordenação da secretaria internacional dos Jovens por um Mundo Unido, já está em ação. Kiara Cariaso e Diego Lopez explicam: «Estamos trabalhando para poder fazer com que cheguem ao Genfest de Manila jovens do mundo inteiro. Já existem muitas atividades, não só nas Filipinas, porque será um evento planetário, nós o construímos todos juntos». «De fato – lhe faz eco Diego – reunimos ideias que chegam de jovens de todos os países, trabalhamos juntos, e fazemos com que elas cheguem às Filipinas». Explicam: «O Genfest 2018 se articulará em três fases: a primeira, que precede à manifestação, com a possibilidade, para muitos jovens de várias partes do mundo, de conhecerem as culturas asiáticas. Uma experiência intercultural, inter-religiosa e social única, que se realizará em diversos países do continente asiático. A esta seguirá o evento central de Manila, de 6 a 8 de julho, ao qual desejamos que possam participar jovens de todas as partes do mundo, de modo a tornar presente, de algum modo, a própria realidade e ao mesmo tempo levar de volta à comunidade de origem a experiência e o compromisso assumido em Manila. Enfim, um “pós Genfest”, sobretudo para os jovens asiáticos, que permitirá testemunhar uma “Ásia unida por um mundo unido”. Será uma experiência belíssima para 800 jovens na cidadezinha de Tagaytay». Site oficial: y4uw.org/genfest

Sardenha: conversão de armas em novos trabalhos

Sardenha: conversão de armas em novos trabalhos

20170529_02«O vento de ontem acariciava os cabelos e o rosto de jovens e adultos de uma humanidade colorida em muitas maneiras, para dizer sim à vida e não aos mercados de morte: após anos de isolamento, muitos grupos e organizações de vários tipos reencontraram-se para caminhar com a esperança numa fraternidade visível». Diz o comunicado emitido no dia seguinte pelos promotores da caminhada promovida pelo Movimento dos Focolares, Anistia Internacional, Oxfam, Fundação Banco Ético, Opal Brescia, Rede Italiana pelo Desarmamento, com o apoio do missionário camboniano Alex Zanotelli. A campanha contra a venda de armas por parte da Itália, para países em guerra, teve início dia 7 de maio de 2017, na Sardenha (Itália) e a iniciativa foi inserida no evento mundial Run4Unity, promovido pelo Movimento Juvenil pela Unidade, manifestação que acontece todos os anos, no mundo inteiro, no primeiro domingo de maio, durante a Semana Mundo Unido. Arnaldo Scarpa, do Movimento dos Focolares de Iglesias, porta-voz do comitê “Conversão RWM” juntamente com Cinzia Guaita, conta como nasceu a iniciativa: «Há muitos anos, na região de Domusnovas e Iglesias, existe uma fábrica cujo objetivo inicial era produzir explosivos para as minas dos arredores. Infelizmente as minas foram desfeitas e a fábrica foi modificada para a produção de material bélico, utilizando recursos públicos. Depois foi comprada e transformada pela RWM, uma multinacional alemã que produz armas que são exportadas para a Arábia Saudita. Do nosso país, a Itália, saem, portanto, armas destinadas à “terceira guerra mundial aos pedaços”. As leis de ambos os países, Itália e Alemanha, são muito claras. A lei 185/90 proíbe ao governo italiano vender armas a países em guerra ou que não respeitam os direitos humanos. Existe uma contínua ascensão das exportações italianas, em particular a países do norte da África e do Oriente Médio (59%). Em 2016 a produção da RWM subiu até quase 22.000, com um salto de 1.466%». Mas em Domusnovas, como em muitas outras regiões da ilha, o principal problema é o do desemprego. «Entendemos – continua Arnaldo – que também as nossas consciências podem se adormentar, confundidas pelo silêncio geral, entontecidas pela tragédia da desocupação. Mas nós, comprometidos em viver a fraternidade, nos sentimos ao lado dos trabalhadores, mas também das crianças, jovens e adultos do Iêmen, que o fruto deste trabalho mata. Talvez esta iniciativa seja a que exigiu mais coragem na nossa vida, por muitos motivos, mas já é encorajador o fato que conosco estão muitas pessoas que tem formação e ideias diferentes». 20170529_01Consequência da ação foi o nascimento do comitê “Conversão RWM”, para manter alta a atenção sobre o tema e impedir a ampliação da fábrica. A área é uma zona de interesse ambiental e arqueológico. O problema também é ético: há quem fez a opção por não aceitar trabalhar nessa fábrica, ainda que estivesse desocupado, e também há quem, trabalhando nela, se coloca graves problemas de consciência. O próximo passo é colocar as bases para um trabalho conjunto sobre o projeto de mudança da fábrica e de um desenvolvimento diferente do território. Deu-se início a importantes contatos com empresários, projetistas, professores universitários, juristas, entidades e associações, representações dos trabalhadores, mas é essencial que exista também uma opção política precisa, em todos os níveis institucionais.

Run4Unity 2017: correndo rumo à unidade

Run4Unity 2017: correndo rumo à unidade

Run4Unity_05Adolescentes do Japão correm se conectando simultaneamente com os de Seul, Coreia do Sul, imaginando um futuro de paz. Hoje, nenhum deles se lembra das antigas fraturas que dividem as duas margens do Mar do Japão. Em Viena, 300 atletas da Áustria, Eslováquia, Hungria, Alemanha e Suíça se encontraram para viver, juntos, momentos de esporte e fraternidade. Entre os jogadores, estão também jovens refugiados pertencentes a uma igreja siro-ortodoxa. Um salto de 10 fusos horários e, de Mexicali (México) e Calexico (Califórnia, EUA) uma centena de adolescentes convergem na direção do muro que os divide. Ódio e racismo, hoje, não têm lugar. Prossegue, aliás, corre do Oriente para o oeste, atravessa idealmente a superfície da terra e os seus 24 “gomos” horários, para passar o bastão da fraternidade para cada latitude. É Run4Unity, a corrida de revezamento mundial organizada, como todos os anos nos primeiros dias de maio, pelos adolescentes do Movimento dos Focolares. A corrida encerrou a Semana Mundo Unido, um período denso de iniciativas e projetos em nome da paz e da unidade entre os povos: do Equador, às voltas com a emergência humanitária do terremoto, a Medan (Indonésia), com um concerto pela paz, até Goma, na República Democrática do Congo, sobre as notas do festival Amani, um evento de três dias de música e dança pela paz. Run4Unity é um percurso em etapas que atravessa as fronteiras mais quentes do planeta, em todas as latitudes, das 11 às 12 horas, horário local. A pé, em bicicleta, de patins, em barco ou parados em silêncio, com uma oração pela paz, também este ano foi a corrida mais contracorrente que existe, pressagiadora e antecipadora de unidade. Não vale a velocidade dos pés, mas a prontidão do coração. Cada etapa se enriqueceu de eventos esportivos, ações de solidariedade, experiências de cidadania ativa (especialmente nos lugares em que prevalecem solidão, pobreza, marginalização), jogos, brincadeiras e tudo aquilo que pode servir para testemunhar que o mundo unido ainda é possível, apesar das tensões preocupantes e os sinais de deriva. Run4Unity_07Em Penang, Estado da Malásia ocidental, Run4Unity foi uma UnityWalk, uma caminhada de 8 km, que consentiu a participação de 1200 pessoas de todas as idades, pertencentes a diferentes grupos étnicos, culturas e religiões, entre os quais hindus, muçulmanos, sikhs, cristãos, budistas. Na Índia, a corrida exprime o desejo de paz atravessando o centro de Nova Délhi, do Gandhi Smriti, onde o Mahatma Gandhi foi morto em 1948, hoje local sagrado, até o India Gate, monumento nacional dedicado a todos os soldados que não voltaram mais da guerra. Em Dresden (Alemanha) Run4Unity se realizou dentro da manifestação de iniciativa popular “Pulse of Europe” criada para encorajar os cidadãos a ouvir a “batida do coração” da Europa porque, como dizem os organizadores do evento, “a União Europeia era e é antes de tudo uma união para garantir a paz”. Em Columbus, capital de Ohio (EUA) se realizou num centro para adolescentes de um bairro, área de risco, com jogos, mensagens de paz e o compartilhamento da “regra de ouro”. Depois, a limpeza das ruas e a partilha dos sanduíches junto com os sem teto. Em Santa Lucia Utatlàn (Guatemala) a corrida foi a ocasião de um programa multicultural que envolveu mil pessoas de diversas etnias, entre as quais também os jovens da comunidade maia de Quiché. Em Iglesias, na Sardenha (Itália), Run4Unity assumiu uma forma muito particular, a da sensibilização ao desarmamento: Domusnovas e Iglesias, cidades da região, sediam, de fato, uma fábrica de bombas e de armas. Daqui partem as cargas destinadas a alimentar os bombardeamentos nas zonas de guerra. Adolescentes e jovens do mundo imaginam um mundo diferente, sem guerras, muros, ódio. A mensagem deles corre viralizando inclusive na internet. Radioimaginária, a primeira emissora de rádio na Europa inteiramente projetada e organizada por adolescentes, dedicou uma matéria ao vivo aos eventos de Run4Unity no mundo. Porque, dizem, «aos quinze anos já se pode imaginar o mundo que virá».

Vai começar o Run4Unity

O revezamento esportivo mundial promovido pelo Movimento Juvenil pela Unidade, do Movimento dos Focolares, vai começar. Como todos os anos, durante a Semana Mundo Unido, no primeiro domingo de maio, das 11 às 12 horas (nos vários fusos horários), o bastão irá atravessar idealmente o planeta, com eventos esportivos, ações de solidariedade e experiências de cidadania ativa, especialmente nos locais aonde prevalece a solidão, a pobreza e a marginalidade. Em várias cidades haverá o envolvimento de personalidades do esporte e da cultura, autoridades civis e religiosas. O site web reunirá, em tempo real, as contribuições das redes sociais. Nas edições precedentes o revezamento teve a participação de mais de 100.000 adolescentes em várias partes do mundo.