Movimento dos Focolares

Palavra de Vida – Fevereiro de 2018

Jan 28, 2018

“A quem tiver sede, eu darei, de graça, da fonte da água vivificante.” (Ap 21,6)

  O apóstolo João escreveu o Livro do Apocalipse para consolar e encorajar os cristãos do seu tempo, diante das perseguições que naquele período se haviam multiplicado. Esse livro, rico de imagens simbólicas, revela na realidade a visão de Deus sobre a história e a consumação final: a Sua vitória definitiva sobre todo o poder do mal. Esse livro é a celebração de uma meta, de um final pleno e glorioso destinado por Deus para a humanidade. É a promessa da libertação de todo sofrimento: O próprio Deus “enxugará toda lágrima (…) e não haverá mais morte, nem luto, nem grito, nem dor” (cf. Ap 21,4). “A quem tiver sede, eu darei, de graça, da fonte da água vivificante.” [1] Esta perspectiva vale também na atualidade, para todo aquele que já começou a viver na procura sincera de Deus e da sua Palavra que nos manifesta os Seus projetos; para quem sente arder em si a sede de verdade, de justiça, de fraternidade. Diante de Deus, sentir sede, estar à procura, é uma característica positiva, um bom início; e Ele promete até mesmo a fonte da vida. A água que Deus promete é oferecida gratuitamente. Portanto, é oferecida não só a quem procura ser agradável a Ele por meio de seus próprios esforços, mas a todo aquele que, sentindo o peso da própria fragilidade, se abandona ao Seu amor, na certeza de ser curado e de encontrar assim a vida plena, a felicidade. Perguntemo-nos então: nós temos sede de quê? E qual a fonte onde vamos matar a sede? “A quem tiver sede, eu darei, de graça, da fonte da água vivificante.” Talvez tenhamos sede de ser aceitos, de termos um lugar na sociedade, de realizar os nossos projetos… Aspirações legítimas que, no entanto, podem nos levar aos poços poluídos do egoísmo, do fechamento nos interesses pessoais, chegando até à prepotência diante dos mais fracos. As populações que sofrem pela escassez de poços com água potável conhecem muito bem as consequências desastrosas da falta desse recurso, indispensável para garantir vida e saúde. E, no entanto, cavando mais a fundo no nosso coração, encontraremos outra sede, que o próprio Deus colocou ali: viver a vida como um dom recebido e que deve ser doado. Procuremos, então, a água na fonte pura do Evangelho, libertando-nos daqueles detritos que talvez a estejam cobrindo e, da nossa parte, deixemo-nos transformar em mananciais de amor generoso, acolhedor e gratuito para os outros, sem nos refrearmos diante das inevitáveis dificuldades do caminho. “A quem tiver sede, eu darei, de graça, da fonte da água vivificante.” Ainda mais: quando, entre cristãos, vivemos o mandamento do amor mútuo, estamos permitindo uma intervenção toda especial de Deus, como escreveu Chiara Lubich: “Cada momento no qual procuramos viver o Evangelho é uma gota daquela água viva que bebemos. Cada gesto de amor ao nosso próximo é um gole daquela água. Sim, porque aquela água tão viva e preciosa tem isso de especial: jorra no nosso coração cada vez que o abrimos ao amor para com todos. É uma fonte – a fonte de Deus – que libera água na mesma medida em que seu veio profundo serve para saciar a sede dos outros, com pequenos ou grandes atos de amor. (…) E se continuarmos a doar, esta fonte de paz e de vida dará água cada vez mais abundante, sem jamais se esgotar. Existe também outro segredo que Jesus nos revelou, uma espécie de poço sem fundo onde podemos nos abeberar. Quando dois ou três se unem em seu nome, amando-se com o próprio amor de Jesus, Ele está no meio deles (cf. Mt 18,20). É então que nos sentimos livres, plenos de luz; e torrentes de água viva jorram do nosso seio (cf. Jo 7,38). É a promessa de Jesus que se realiza, porque é Dele mesmo, presente em nosso meio, que jorra aquela água que sacia por toda a eternidade.”[2] Letizia Magri [1] Para o mês de fevereiro propomos esta Palavra de Deus, escolhida por um grupo de irmãos e irmãs de várias Igrejas na Alemanha, a ser vivida durante o ano todo. [2] Cf. C. Lubich, Fonte de água viva, Revista Cidade Nova nº 3/2002.

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