Movimento dos Focolares

Sinodalidade e comunicação

Abr 2, 2024

Jornalistas, professores, especialistas em comunicação: um laboratório internacional no caminho sinodal

Jornalistas, professores, especialistas em comunicação: um laboratório internacional no caminho sinodal “Qual comunicação para a sinodalidade?” Este foi o título de um webinar realizado no dia 7 de março em direto no Youtube, nascido após um longo debate entre especialistas em comunicação. Um caminho sinodal começou no ano passado com encontros mensais. Foi assim que, por iniciativa de NetOne, a rede internacional de comunicadores do Movimento dos Focolares, nasceu a ideia do webinar. Durante a primeira sessão do Sínodo, em outubro passado, o Papa Francisco pediu aos participantes que fizessem jejum das palavras. “A verdadeira comunicação tem um ritmo a ser respeitado: um tempo para calar e um tempo para falar” – disse Dom Brendan Leahy, membro da Assembleia Sinodal conectado de Limerick, Dublin. “A sinodalidade envolve ascetismo, aquela capacidade de olhar para dentro de nós mesmos e oferecer o “vinho destilado”. Portanto, use as palavras certas e não palavras vazias que levam à fofoca. Penso que o Papa nos convida sobretudo a imitar Maria na sua contemplação”. “Uma Igreja sinodal é essencialmente uma Igreja de comunhão, que se torna real quando há a comunicação dos dons de todos” – afirmou Monsenhor Piero Coda, secretário da Comissão Teológica Internacional que falou no evento. “Precisamos visar à qualidade da comunicação: não propor respostas opinativas, mas descobrir as verdadeiras questões que existem na sociedade para dar respostas proféticas”. O discurso de Thierry Bonaventura, responsável de comunicação da Secretaria Geral do Sínodo, liga-se às palavras de Monsenhor Coda: “A comunicação é a base de qualquer relação humana. Deus é comunicação, comunica-se, é diálogo entre as Pessoas da Trindade. Todas as questões que surgiram durante a primeira sessão do Sínodo de outubro passado estão ligadas ao tema da relacionalidade, a comunicação permeou o Sínodo, mesmo que tenha sido dada prioridade a fazer comunicação em vez de pensar na comunicação”. Em seguida, falou da Argentina, Isabel Gatti, coordenadora internacional da NetOne: “A partir da teoria da comunicação é possível oferecer chaves de interpretação para que os conceitos filosóficos e teológicos da sinodalidade possam melhorar as nossas práticas eclesiais nas dimensões individuais e também sociais. A nossa Igreja pode ser uma família se, como Jesus e Maria, assumirmos a dor da humanidade sofredora que hoje tem muitas faces ligadas à comunicação: polarizações sociais, guerras, desigualdades sociais”. Um exemplo de caminho sinodal é a reforma da comunicação do Vaticano. “O Papa quer uma Igreja em saída, na qual haja espaço para todos – afirma Dom Lucio Adrian Ruiz, secretário do Dicastério para a Comunicação. “Isto implica uma comunicação que, por um lado, abrace todas as novas tecnologias e, por outro, não esqueça nenhuma das antigas, porque ninguém deve ficar de fora. Depois há a experiência do Sínodo digital, um processo missionário para levar o carinho, o anúncio de Jesus também às pessoas que não vivem nas instituições da Igreja”. Depois há espaço para a inteligência artificial: como é que ela nos questiona na nossa profissão de comunicadores? “A resposta deve ser dada com três palavras: conhecimento, criatividade e responsabilidade – afirma Giovanni Tridente, diretor de Comunicações da Pontifícia Universidade da Santa Cruz de Roma. “Você precisa conhecer essa inovação tecnológica para entender como utilizá-la. Deve ser utilizada com criatividade para melhorar as nossas vidas e há necessidade de responsabilidade para utilizá-la também do ponto de vista ético para consciencializar e tornar as pessoas livres para formar a sua própria opinião.” Por fim, o discurso de Liliane Mugombozi, jornalista da República Democrática do Congo: “Quando comunicamos estamos dando algo de nós mesmos, da nossa visão de mundo, dos valores em que acreditamos, dos nossos medos, das tristezas, mas também as conquistas, as vitórias, as dúvidas, as esperanças, as nossas questões mais profundas. Um ato de comunicação pode ser uma dádiva que incentiva o encontro de pessoas, que cria contextos de diálogo e confiança mesmo em situações difíceis, e de caminhar juntos. Um provérbio Amhara (Etiópia) diz que “quando as teias de aranha se juntam, podem prender até um leão”. Por fim, espaço para diálogo e perguntas, experiências e impressões. Houve um desejo de transmitir e experimentar uma comunicação mais incisiva e sincera. Este webinar é apenas o início de uma jornada de sinodalidade e comunicação. Para mais informações acesse: net4synodcom@gmail.com

Lorenzo Russo

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