Movimento dos Focolares

Uma doação até o fim

Mar 5, 2019

A morte de Pierre-André Blanc foi definida como “um mistério” e “um choque”. O focolarino suíço foi levado por uma forte depressão. Quem o conhecia tem a convicção de que ele encontrou a paz naquele Deus-Amor que testemunhou convincentemente para muitos.

A morte de Pierre-André Blanc foi definida como “um mistério” e “um choque”. O focolarino suíço foi levado por uma forte depressão. Quem o conhecia tem a convicção de que ele encontrou a paz naquele Deus-Amor que testemunhou convincentemente para muitos. “Pierre-André, a sua partida foi muito brusca para nós. Mas a sua Palavra de Vida, do livro de Isaias (43,1) ‘eu o chamei pelo nome; você é meu’ nos faz intuir o olhar de amor com o qual achamos que Deus o acolheu no Paraíso.” Essa é a última frase do discurso que Denise Roth e Markus Näf, responsáveis da cidadela do Movimento dos Focolares em Montet (Suíca), fizeram durante o funeral de Pierre-André Blanc. Assim resumem os sentimentos contrastantes de muitos dos presentes: por um lado, uma inefável perplexidade por essa morte; por outro, a confiança, ou melhor, a certeza de que ele encontrou a verdadeira vida. O quinto de seis filhos, Pierre-André nasceu em 2 de abril de 1962 em Sião (Suíça) e cresceu em Ayent, uma cidadezinha do Valais em um belo clima de amor familiar. Seguiu uma formação com educadores especializados e, mais tarde, se formou em teologia. Em 1980, em Roma, no Genfest, manifestação internacional dos jovens do Movimento dos Focolares, entra em contato com a espiritualidade do Movimento. Fica tocado “pela qualidade do relacionamento entre as pessoas e pela alegria que se via em seus rostos” como escreveu mais tarde. Ao voltar para casa, se empenha em viver aquele estilo de vida evangélica. Habituado a “encontrar” Deus nos esquis em retiros nas montanhas, descobre agora no amor concreto para com quem está ao seu lado um novo modo de relacionar-se com Ele. Durante um workshop sobre problemas sociais, se encontra improvisada e inesperadamente diante de uma pessoa que fala da própria doação total a Deus. Em Pierre-André surge uma pergunta: e se Deus me chamasse a viver como esta pessoa? “Meus medos de seguir a Deus de modo totalitário”, escreveu sobre aquele período, “não resistiram às suas intervenções. Simplesmente procurei viver o Evangelho de modo coerente e Deus fez o resto. Entendi o quanto queria a minha felicidade e, sobretudo, que eu tinha um valor enorme aos seus olhos. Pareceu-me óbvio dizer sim a Jesus, segui-Lo ali, onde sentia meu chamado: no focolare”. Em 1989, começa sua formação e preparação para a vida de doação a Deus em um focolare. Quem o conheceu nesse período o descreve como sensível a tudo o que “fala” de Deus, alguém que sabia colher o essencial nas circunstâncias e no próximo. Concluída a escola de formação para focolarinos, Pierre-André se muda para o focolare de Genebra (Suíça) e, desde 2006, estava na cidadela de Montet. Por muitos anos, deu uma contribuição preciosa e vigilante à vida da comunidade do Movimento dos Focolares na cidadela, colocando-se à disposição dos outros com generosidade, discrição e de forma concreta. No campo profissional, trabalhando como educador, primeiro com adolescentes com deficiência e depois com jovens com dificuldade de aprendizado, deu provas de profunda capacidade de aproximação com o sofrimento alheio. Brincalhão e dotado de um fino senso de humor, Pierre-André se doava sem medidas. No fim de maio de 2018, manifestam-se nele os primeiros sintomas de uma depressão. Imediatamente começou a ser acompanhado por um médico. Depois de um mês, é necessário que vá se recuperar em uma clínica. A um certo ponto, pôde voltar durante os fins de semana a Montet e, em outubro de 2018, pôde deixar a clínica e voltar ao focolare, sempre seguido por um médico especialista. Nesse período, foi acompanhado com grande atenção e dedicação por outros focolarinos que o viam continuamente se doando aos outros. Parecia que suas condições começavam a melhorar, mas, no fim, a doença foi mais forte e no dia 28 de novembro o levou de um modo realmente brusco. O funeral de Pierre-André foi, mesmo na tristeza, um momento de enorme gratidão de todos pela sua vida e pelo amor delicado que demonstrou até o fim.

Joachim Schwind

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