O desafio educativo é um dos mais importantes, inclusive da sociedade nigeriana, onde, às vezes, se verificam, entre adolescentes, comportamentos agressivos e as tradições religiosas infundem medo e um sentido de impotência diante do mal. “Um dia – nos conta Christiane – uma mãe não trouxe mais a filha à escola só porque tínhamos pedido para que se cortassem os cabelos das crianças que começavam o primeiro ano do maternal. Uma pessoa, segundo as crenças, dotada do conhecimento dos espíritos, tinha dito a ela que, se cortasse os cabelos da filha, ela morreria. Por isso a menina não veio mais”. Alemã de origem, Christiane colaborou durante muitos anos no setor juvenil dos Focolares. Hoje se dedica ainda às crianças também através do projeto de sustento à distância da associação Famílias Novas, em Igbarian, uma aldeia a 40 km da cidade de Onitsha, no sudeste da Nigéria, onde surge a “escola Fraternidade”. O projeto começou em 1995 quando um grupo dos Focolares, desde a década de 1980, iniciou um processo de promoção humana que através de relacionamentos profundos com as pessoas do lugar e respeitando as tradições locais, também ofereceu oportunidades concretas de desenvolvimento. “Através do amor concreto por algumas crianças nasceu uma atividade extraclasse, e desde então, aos poucos, um jardim de infância e depois uma escola fundamental. Iniciando do maternal se procura dar às crianças uma formação global, as preparando para enfrentar os muitos desafios desta grande nação”. A escola, que surgiu em 2006, hoje acolhe 223 alunos, 75 no jardim de infância e 148 no ensino fundamental. Com o passar do tempo se desenvolveu a participação dos pais no projeto formativo e social que apresenta um método educativo baseado em valores humanos, um estilo pedagógico que crê e respeita a dignidade da criança enquanto pessoa. Reserva-se uma atenção preferencial aos menores, como a que exprime o Evangelho, oferecendo instrumentos novos para um crescimento humano integral das crianças. Por exemplo, se utiliza o “dado do amor”, com o qual alunos e professores procuram viver, ambos, o empenho diário pela paz e pela solidariedade. É uma novidade porque em muitas escolas nigerianas se considera útil para a correção formativa a prática das punições corporais. A ideia vigente é: “Poupa o açoite, arruína o teu filho” e não é fácil mudá-la. Todavia também “as pesquisas psicológicas atuais demonstram que os efeitos negativos destas medidas corretivas ultrapassam os positivos”, afirma Mrs. Akwobi ella Nwafor Orizu College of Education Nsugbe, entrevistada por “New City Nigeria”, nova edição nigeriana de Cidade Nova nascida recentemente. “Frequentemente as crianças se tornam tensas e agressivas com as punições físicas. Não conseguem criar empatia com o professor e transferem esta rejeição à matéria que ele ensina”. Continua Mrs. Akwobi: “Ao invés, é importante que cheguem a amadurecer a escolha consciente do bem e não só para evitar a punição. O professor deveria se comportar como se tivesse sempre algo a aprender porque o ensinamento é um processo de ida e volta. A escuta, a paciência, a compreensão, favorecem nas crianças o comportamento positivo e trazem benefícios na aprendizagem. Além disso, adotar medidas não violentas ao tratar com as crianças na escola, ajuda inclusive a reduzir o percentual de violência na sociedade. Vemos todos estes princípios educativos atuados na escola Fraternidade na Nigéria”. “Aqui, muitas pessoas partem – conclui Christiane – para buscar uma vida melhor na Europa. O nosso trabalho tem por objetivo ajudar as pessoas a construírem para si no próprio país uma existência vivível. Agradeço por toda ajuda pequena! Serve mais do quanto se possa imaginar para levar adiante as obras sociais e ajudar, com a difusão de uma cultura nova, baseada no Ágape, isto é, no amor cristão, o desenvolvimento deste país”.
Colocar em prática o amor
Colocar em prática o amor
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